1300 km nas auto-estradas portuguesas…
A notícia do comando da GNR, de que pela primeira vez há já muito muito tempo não se tinham registado vítimas mortais num período de cinco dias, levou-me a descrever hoje a minha experiência de mil e trezentos quilómetros nas nossas auto-estradas, com a família e…o cão.
Isto começou com o Zé Espírito Santo a dizer que não podia ir de férias com a família de Mercedes Coupé…”Nada disso, eu vou arranjar um carro para viajares”. Dito e feito: eis que estamos os quatro e o cão dentro de um quatro portas espaçoso. E aludindo: num quatro rodas motrizes e mais uma data de gadgets, da região de Baden Württenberg , a caminho da A 22.
Acho que em Portugal se podia perfeitamente abdicar dos 120 km/h como limite velocidade, e isto porque 95 por cento do pessoal vai mais depressa… Sim, nos 120 km/h, como eu fiz questão de testar, só os camiões e os autocarros. Já nos 130 km/h vamos encontrar a maioria dos automobilistas, também na sua grande maioria na faixa errada da estrada…
Mas, adiante. Vamos então a 140 km/h, e aí há menos, mas sempre os há, de todas as idades e de todas as marcas. Nos 150 km7h? Bem, a esta velocidade, só mais os do Norte do País, na A 13, a mostrar que cá por cima as máquinas são melhores e os turbodiesel não são feitos para andar devagar.
Bem, também porque há uma teoria de que até aos 150 km/h, ou, mais exactamente, até aos 149 km/h, a polícia não manda parar nem multa? Será assim mesmo? Será que a tolerância dos 120 km/h passa para os 149 km/h? Ou seja, mais ou menos 24 por cento de tolerância???!!! Será mesmo?… Eu não sei bem, nem acredito muito nestes boatos e teorias de pachorrice dos agentes da GNR nas nossas estradas. Mas, como agora há os radares de controlo de velocidade e multa automática, não vejo como é que as máquinas vão avaliar o excesso antes de atribuir a multa. Digo eu, não é?
Mas voltemos às experiências na A2 e A 22… Esta última é um aborto, uma aberração. Devido ao grande fluxo de veículos vindos do Norte, aliado aos espanhóis dos lados de Huelva, aquela via é quase tão rápida, ou tão vagarosa, como a N125, mal comparado. Mas a portagem (ou o valor de portagem..) é a mesma, com o trânsito obrigatoriamente pachorrento e lento, ou não. Mais: os pórticos são uma constante nesta A22, sucedendo-se uns aos outros, sempre com uns trocados, que somados dão uma soma grandinha.
No Verão bem que podiam ser desligados aqui e no resto do país. Os espanhóis, e estes são mesmo muitos no Algarve em Agosto, não percebem como é que devem fazer para pagar as portagens nos tais cinco dias depois da primeira passagem numa agência dos CTT, dando a matrícula do carro… Mesmo explicando na língua deles, não faz muito sentido, mas enfim.
Bem, já agora, para terminar, as bombas de gasolina ao longo da A2 são uma dor de cabeça, para os automobilistas que têm de abastecer e que lhes estraga a média orgulhosamente conquistada na estrada, bem como para as senhoras que precisam de um pit stop no WC… Elas, ou antecipam a visita, ou estão feitas. Umas filas com mais de trinta ou quarenta senhoras é o normal, tanto nos sanitários das bombas como dos restaurantes – portanto. é aconselhável calcularem este handicap. Nós, os homens, sempre estamos mais à vontade e, se a coisa aperta, lá vamos contribuir para que não haja fogos nas proximidades dos parques de estacionamento.
Uma questão a rever e a melhorar, se possível, já para o próximo Verão, com mais sanitários, nem que sejam a pagamento, como no estrangeiro, mas que existam.
Por último mesmo, os aceleras, dos 160 km/h para cima…Ora bem, estes Hamiltons são, na sua grande maioria mesmo, carros com matrícula estrangeira, não obrigatoriamente estrangeiros, mas sim com matrículas não portuguesas. Os que vêm de Vacances e de Urlaub estão na pole position, mas os nossos hermanos aqui do lado, esses, então, vingam-se de não os pararem, como se faz em Espanha, onde, se estiverem acima dos 180 km/h, até podem passar uns tempinhos na delegacia local. Só para acalmar os ânimos.
Ah, já me esquecia, os comerciais ligeiros, estilo Sprint, Iveco, Transit, só para citar os mais populares. Seja com mercadoria, seja com passageiros, com nove lugares bem apertadinhos mais a bagagem, no mínimo, devem ter ordem para não levantar o pé da tábua, nunca, a subir ou descer. Especialmente a descer, aquilo vai mais aos zigue zagues, por vezes, do que a direito, mas o tal grande desastre do Natal em França já está esquecido e não há que falar sempre de coisas más…
O que é preciso são boas notícias da GNR e… fé em Deus!