Ao volante do novo Honda HR-V Hybrid: Já à venda desde €33 160
A apresentação à imprensa portuguesa do novo Honda HR-V Hybrid constituiu, também, a oportunidade para um primeiro contacto dinâmico com a, para já, única opção de motorização disponível na terceira geração do popular SUV compacto nipónico, como, oportunamente, tinha sido já noticiado pela Absolute Motors (saiba mais aqui) – está confirmada para dentro de cerca de um ano a chegada da variante 100% eléctrica. O modelo não só encerra um ciclo na estratégia de electrificação da Honda, que, a partir de agora, conta com uma versão híbrida em todos os seus modelos, como é aproveitado pela marca para reformular o seu posicionamento em Portugal, e a forma como comunica com os seus clientes, pautada por uma total transparência.
Um SUV compacto em formato coupé destinado ao segmento B-SUV, com um design simples e que aposta em formas horizontais prolongadas, na linha dos mais recentes princípios estilísticos da Honda, nas quais que se destaca a redução de 20 mm da altura do tejadilho, para reforçar o tal estilo coupé. As jantes de 18”, revestidas por pneus 225/50, são de série em todas as versões, o pilar dianteiro foi recuado e a aerodinâmica aperfeiçoada, não conseguindo passar despercebidos a grelha frontal de desenho arrojado, na cor da carroçaria, o formato das ópticas dianteiras e traseiras (estas últimas unidas por uma faixa de luz), os puxadores das portas traseiras dissimulados junto aos pilares posteriores, e o pequeno deflector montado no topo do portão traseiro. O resultado final agrada, mesmo que afirmação de que o estilo é ao gosto dos europeus não seja consensual, não restando dúvidas quanto à origem do modelo.
Com 4340 mm de comprimento, 1790 mm de largura, 1582 mm e altura e uma distância entre eixos de 2610 mm, o HR-V tem praticamente as mesmas dimensões do seu antecessor, mas é anunciado como um B-SUV capaz de oferecer uma habitabilidade ao nível da dos modelos do segmento acima, com destaque para o aumento de 35 mm do espaço para pernas atrás. Tal deve-se, essencialmente, à optimização do espaço interior, garantida pela adopção de uma motorização sofisticada, mas compacta, e pela montagem do depósito de gasolina em posição central, sob os bancos traseiros, solução única no segmento. No breve contacto efectuado com o modelo em estradas portuguesas, confirma-se que os passageiros adultos viajam no banco traseiro com apreciável liberdade de movimentos.
Outros atributos do interior serão a versatilidade e o estar mais orientado do que nunca para o condutor. Neste particular, referência especial para os bancos, desde logo porque prometem aumentar o conforto de quem os ocupa: os dianteiros, de nova geração, por disporem de uma nova estrutura de suporte, para reduzir a fadiga em viagens mais longas; os traseiros por contarem com costas reguláveis, com 2° de inclinação. Não menos relevante, os já célebres “bancos mágicos”, assimetricamente rebatíveis, e com assentos eleváveis na vertical também de forma assimétrica, o que permite transportar objectos mais altos atrás sem que se tenha que rebater as costas.
Quanto à bagageira, a par de um plano de carga baixo, e do compartimento com 16 litros existente sob o respectivo piso, oferece uma capacidade que varia entre 319-1289 litros, o suficiente acomodar, facilmente, duas bicicletas de montanha para adultos (sem as rodas dianteiras montadas). Novidade, o portão traseiro de operação eléctrica, com função “mãos-livres” e uma inédita funcionalidade da chave inteligente, que detecta quando esta se distancia do veículo para iniciar o respectivo fecho de forma automática.
Para tornar a experiência a bordo mais gratificante, o HR-V recorre, também, a materiais de superior qualidade, mais agradáveis à vista e ao toque, embora o que continue a sobressair é a elevada perfeição da montagem e dos acabamentos, como é típico da Honda. As novas saídas de ventilação em forma de “L”, posicionadas nos cantos superiores do tablier, capazes de fazer circular o ar ao longo das janelas dianteiras, para criar uma cortina de ar pela lateral e por cima dos passageiros, sem que o mesmo incida directamente sobre estes, são trunfo do sistema de climatização, em todas as versões dotado de saídas de ventilação também para os lugares traseiros.
Já o posto de condução foi elevado 10 mm, além de beneficiar de uma melhor ergonomia, bem como de uma incrementada visibilidade para o exterior, por via do painel de instrumentos horizontal, do capot plano e do facto de os espelhos retrovisores exteriores estarem colocados numa posição mais baixa. Defronte do condutor está um completo painel de instrumentos digital de 7”, e ao centro do tablier instalado o ecrã táctil personalizável de 9” do sistema de infoentrenimento, sempre com navegação integrada.
Passando ao grupo motopropulsor e:HEV, é, basicamente, o mesmo já conhecido das versões híbridas dos novos Jazz e Jazz Crosstar, com tecnologia inspirada na F1, mas mais poderoso. Com um rendimento combinado de 131 cv e 253 Nm, conjuga um motor 1.5 i-VTEC a gasolina de ciclo Atkinson (com 107 cv e 131 Nm) com dois motores eléctricos (um de propulsão, com 131 cv e 253 Nm, o outro funcionando como gerador), uma caixa de variação contínua e-CVT e uma bateria de iões de lítio (com mais 25% de células do que a dos Jazz/Jazz Crosstar, e arrefecimento líquido, e não por ar). Permite ao HR-V Hybrid alcançar uma velocidade máxima de 170 km/h, e cumprir os 0-100 km/h em 10,6 segundos, sendo os valores de consumo combinado e de emissões de CO2 de, respectivamente, 5,4 l/100 km e 122 g/km.
Esta unidade motriz pode operar em três modos de funcionamento distintos (totalmente eléctrico, híbrido ou exclusivamente através do motor de combustão), os quais são automaticamente seleccionados pela gestão electrónica do sistema em função das exigências de condução a cada momento. O arranque é sempre feito em modo eléctrico, passando, gradualmente, para o modo híbrido, quando exigido mais da mecânica, e recorrendo apenas ao motor de combustão em condução a velocidades mais elevadas e constantes. Ao seu dispor, o utilizador tem os modos de condução Sport, Normal e Econ, sendo o modo adicional B, que incrementa a intensidade da regeneração de energia em desaceleração, seleccionado através da alavanca de comando da caixa de velocidades.
Domínio sempre muito caro à Honda é do desempenho dinâmico, aperfeiçoado por via do recurso a uma versão mais evoluída da plataforma modular global GSP (Global Small Platform), composta por uma maior percentagem de aço de alta resistência, o que lhe assegura uma superior rigidez estrutural e uma redução de peso de 1,5 kg. As suspensões contam quer com uma geometria revista, que com molas 15% mais firmes, a resposta da direcção também foi melhorada, e p sistema de travagem recorre a discos ventilados com 293 mm de diâmetro na frente, e a discos sólidos de 282 mm atrás. Para tornar mais gratificante a tarefa de quem segue ao volante, existem inúmeros dispositivos de segurança e sistemas avançados de assistência à condução, sendo de série em todas as versões, entre outros, o controlo electrónico de estabilidade desligável; o assistente às travagens de emergência com alerta de colisão dianteira; o assistente activo à manutenção na faixa de rodagem; o atenuante de colisões; o sistema de leitura de sinais de trânsito; o cruise control adaptativo; o assistente aos arranques em plano inclinado; e, pela primeira vez no HR-V destinado à Europa, o controlo electrónico de descidas, activável a partir dos 3 km/h (a que se junta, nas duas versões mais equipadas, a monitorização do ângulo morto).
Num primeiro e breve contacto, de poucas dezenas de quilómetros, foi possível confirmar que o somatório de todos estes factores é um SUV compacto espaçoso e polivalente, com um visual sofisticado e que dificilmente passa despercebido, e um interior amplo e versátil, em que são evidentes os progressos alcançados em termos de qualidade real e percebida, e de interacção com os passageiros. Ao volante, menção para a boa resposta do motor, nas solicitações mais vigorosas, e para a sua suavidade, nas acelerações mais suaves e progressivas. Apesar do curto percurso efectuado, também foi possível confirmar os excelentes consumos que é possível alcançar em meio urbano, quando praticada uma condução em que exista alguma contenção na pressão exercida sobre o pedal da direita.
Em termos de comportamento, a nota principal vai para o elevado conforto de rolamento, mesmo quando é forçoso lidar com pisos em estado de conservação deficiente, ou mesmo degradados. O pisar não deixa, por isso, de ser sólido, a direcção convence pela precisão e rapidez, ao mesmo tempo que tudo parece apontar, apesar da altura ao solo de 180 mm, para uma apreciável competência em curva – algo a confirmar num futuro ensaio mais detalhado.
Já com cerca de unidades para, a partir deste mês, serem entregues a clientes, que o adquiriram no período de pré-vendas, o novo HR-V Hybrid pode ser adquirido, a partir de agora, no nosso país em três níveis de equipamento: Elegance, Advance e Lifestyle, devendo os dois primeiros, em parte iguais, assegurar a esmagadora maioria das vendas. De série, todos oferecem, além do já referido, iluminação exterior integralmente por LED com “piscas” dianteiros dinâmicos; sensores de estacionamento dianteiro e traseiros; câmara de estacionamento traseira; acesso e arranque sem chave; volante em pele; e ar condicionado automático, entre outros. A este leque a variante Advance adiciona sistema de monitorização do ângulo morto; bancos em pele e tecido; ar condicionado automático bizona; faróis de nevoeiro por LED; portão traseiro eléctrico e acabamentos interiores crormados. Ao que o nível Lifestyle acrescenta interior exclusivo bicolor; barras de tejadilho; sistema de carregamento por indução para smartphones; sistema de som premium; vidros traseiros escurecidos; e costuras contrastantes laranja no volante e tablier.
Os preços, esses, reflectem a já mencionada nova política de comunicação transparente da Honda em Portugal, ou seja, representam o valor a pagar pelo cliente quando saí com o veículo da concessão, incluindo, por isso, despesas de preparação e transporte, e outras, assim como a pintura metalizada, por serem raros os que optam por uma cor sólida. Deste modo, o HR-V Hybrid Elegance é proposto por €34 500, o HR-V Hybrid Advance por €37 500 e o HR-V Hybrid Lifestyle por €41 000. O único opcional disponível é a pintura bicolor, que custa €650.