Uma Estátua, pelo menos!
Num país em que naturalizamos cidadãos estrangeiros para jogarem na “seleção das quinas”, não vejo razão para o não fazermos também para funções políticas ao mais alto nível executivo ou, porque não, como primeiro-ministro, deputados ou mesmo Presidente da República.
Mesmo num país (?) onde o sucesso é o maior angariador de invejas e inimizades, estou em crer que, apenas e reiteradamente seria o Tribunal Constitucional a opor-se, do ponto de vista formal, bem como a maioria dos restantes políticos portugueses, que ficariam com o seu espaço de ‘serviço público’ encolhido. É, aliás, para isso que existe o art.º 15 da Constituição.
Em 1999, o governo português de então iniciou negociações tendentes à venda de 51% da empresa e assinou mesmo, em 2000, um MOU com a Swissair para a venda de 34% da Tap.
No quadro daquele acordo, a Swissair avançou, praticamente de imediato, com a substituição do ‘coração’ da Tap (o sistema de reservas) pelo seu. Foi o caos e no final do primeiro semestre de 1999 as receitas da Tap já caíam 10% em relação ao ano anterior e 16% em relação ao orçamento de Norberto Pilar.
Em 1994, entregámos (nós contribuintes) à Tap o equivalente a 950 Milhões, para saneamento do Balanço. Só em 1999 e 2000 a empresa volta a perder cerca de 230 Milhões de euros.
Fernando Pinto, atual Presidente da Tap, entrou para a empresa em Outubro de 2000, com a missão de facilitar o negócio e a transição para os suíços que, pouco depois abrem falência. Sorte.
Atualmente a TAP, com centro em Lisboa e no Porto, vende ‘Portugal’ no estrangeiro como nunca alguém o fez – excessão para o que a atual Secretaria de Estado está a fazer desde há 2 anos – e tornou-se num dos três maiores exportadores nacionais (77% do transporte é vendido no exterior).
Com resultados positivos sustentáveis e dívida operacional a reduzir-se (dívida líquida em Dezembro de 2013 ficou em menos de seiscentos milhões), Fernando Pinto tem liderado uma equipa de cerca sete mil trabalhadores, que estrategicamente têm colocado o nome de Portugal no mundo, sobretudo no triângulo “Leste-Ocidental, África e Américas”.
E se há indústria por onde a nossa economia possa ainda crescer rapidamente e bastante, considerando as novas condições humanas e de infra-estruturas existentes, ela é o turismo. Apesar de tudo, o turismo representa apenas pouco mais de 10% do nosso PIB!
A Tap (logo Portugal) tem recebido, sobretudo desde 2009, variados prémios internacionais de instituições ou revistas de turismo globais (i.e. Global Traveller, Conde Nast, Etc) o que creio ser motivo de orgulho para todos nós, mas acima de tudo pelo seu efeito multiplicador.
Fernando Pinto, tem sido o mentor e o líder desta viragem, num ambiente político, económico, nacional e internacionalmente adversos.
Poucos serão os portugueses que melhor tenham servido os interesses do país (?), das empresas portuguesas que indiretamente dependem destes fluxos e de nós enquanto contribuintes, como o tem feito Fernando Pinto, presidente da Tap.
Quase no final do seu último mandato (por sua vontade), deixo a minha homenagem à sua inteligência, perseverança, visão, capacidade de liderança e endereço-lhe os meus sinceros agradecimentos enquanto cidadão português.
Mário Lopes
Atlas Seguros
(Mariojglopes@gmail.com)