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Após o fim do embargo, em Cuba só se venderam 50 carros

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Após o fim do embargo, em Cuba só se venderam 50 carros

Entre muitas outras imagens de Cuba, uma das que está mais presente na memória quando se fala deste país são os automóveis que circulam nas suas estradas.

Após a revolução comandada por Fidel Castro ter tomado o poder, em 1959, os cubanos mantiveram os modelos de então, muito por culpa do embargo internacional que foi levantado a Cuba.

Mas o embargo à importação automóvel foi levantado no início deste ano e após seis meses o resultado foi… 50 automóveis novos vendidos e 4 motos novas.

Esta escassez nas vendas é fácil de entender se analisarmos a relação entre o preço dos automóveis novos e o salário médio de um cubano.

Os tais 50 automóveis foram vendidos por um preço médio de 23.700 dólares cada um, cerca de 17 mil euros, mas um cubano ganha em média 20 dólares por mês, ou seja, menos de 15 euros.

Não é preciso ser um génio para fazer as contas e perceber que um automóvel novo é ainda um bem inatingível para a esmagadora maioria da população.

Além disso, a paixão dos cubanos pelos seus automóveis é bem conhecida e só ela (associada à necessidade) explica como muitos modelos dos anos 40 e 50 ainda estão em condições de funcionamento.

Este facto também mostra que há uma “rede de manutenção” destes modelos antigos que é seguramente mais barata e está bem implementada no território e neste momento dificilmente uma nova marca automóvel poderá fazer-lhe frente.

Mas, o passo da liberalização do mercado está dado e é possível que no futuro o parque automóvel cubano venha mesmo a mudar de figura.

Por enquanto, Havana continua a ter os “congestionamentos mais belos do mundo”.

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Sobre o autor
Pedro Grilo