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Volvo XC90 em Novembro por cerca de €60 000

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Volvo XC90 em Novembro por cerca de €60 000

Ao fim de doze anos, o Volvo XC90 conhece, enfim, uma nova geração. Do modelo original, mais não resta do que o nome e o simbolismo de o novo XC90 se assumir tão importante para o futuro próximo da marca sueca como o primeiro XC90 o foi para o seu passado recente. Este é o primeiro de uma família totalmente nova de automóveis (90% dos seus componentes são inéditos), que apresenta não só os princípios estilísticos que todos os Volvo adoptarão daqui em diante, como lhe cabe estrear elementos mecânicos, soluções de desenvolvimento e fabrico e toda uma filosofia de produto que se estenderá a todos os membros da oferta do construtor nórdico a breve trecho, já que esta será integralmente renovada ao longo dos próximos quatro anos.

Este plano de transformação da Volvo, de que o XC90 é o protagonista, após quatro anos de desenvolvimento, é conhecido pela sigla SPA e obrigou ao investimento de 11 mil milhões de dólares. Buscando a maior flexibilidade possível, ao nível dos componentes, visa dar grande liberdade aos estilistas e permitir que uma gama alargada de modelos, motorizações, sistemas eléctricos e tecnologias sejam instalados numa mesma arquitectura. Por exemplo, os actuais S80, V70 e V70 Cross Country serão, já em 2015, substituídos por modelos criados com base nas mesmas premissas adoptadas para o novo XC90: S90 para conhecer em Janeiro, no Salão de Detroit; V90 a revelar em Março, no Salão de Genebra; V90 Cross Country a estrear lá mais para o final do ano, ou no Salão de Xangai, ou no Salão de Frankfurt.

O XC90 é o primeiro Volvo desenvolvido sob a égide do programa SPA

O XC90 é o primeiro Volvo desenvolvido sob a égide do programa SPA

Visualmente, o XC90 tem como elemento mais marcante a secção dianteira, dominada pelo símbolo da Volvo mais proeminente colocado na grelha e, principalmente, pelas luzes diurnas em forma de ”T”, elemento fundamental da nova identidade visual da marca, e que pretende evocar o célebre martelo no não menos célebre deus Thor da mitologia escandinava. O capot bastante largo, os farolins traseiros de desenho inédito e as jantes (que podem ir até às 22”) são outros elementos a salientar num domínio em que o melhor é cada qual formular a sua opinião, mas em que fica a garantia de que, ao vivo, o novo XC90 é um automóvel que impressiona.

O habitáculo, que a Volvo garante ser o mais luxuoso, requintado e sofisticado do seu historial, volta a propor sete lugares, com os três bancos individuais da segunda fila a oferecerem regulação em inclinação e longitudinal, e os da terceira fila a prometerem acolher sem problema adultos até 1,70 m de altura. O design e a decoração estão ao nível do que se exige de um Volvo neste particular, a qualidade de construção, materiais e acabamentos reclama estar ao nível das ambições do modelo, mas o que marca indelevelmente o interior é a nova geração do sistema Sensus.

Volvo XC90

Volvo XC90

Aqui, um sobredimensionado ecrã táctil (uma espécie de tablet gigante) substitui quase toda toda a consola central, sendo através dele que se controlam praticamente todas as funções do veículo (não resta mais do que uma meia dúzia de botões convencionais de atalho ou accionamento directo para outras tantas funcionalidades – tudo o resto é comandado através de botões virtuais), bem como se acede a diversas funções e ligações exteriores (recepção e leitura de SMS, reprodução virtual de smartphones iOS e Android, acesso a uma série de produtos e serviços baseados na Internet, etc.). A corroborar a sofisticação do novo XC90 estarão ainda o novo sistema de estacionamento automático (consegue, inclusive, estacionar em paralelo de marcha-atrás), o sistema de visão de 360º ou o sistema de som da Bowers&Wilkins, composto por um amplificador classe D de doze canais e 1400 Watt, e por nada menos do que 19 altifalantes (7 tweeters, 7 médios, 4 graves e um inédito sub-woofer ventilado a ar).

O sobredimensionado ecrã táctil do sistema Sensus permite controlar quase todas as funções do novo XC90

O sobredimensionado ecrã táctil do sistema Sensus permite controlar quase todas as funções do novo XC90

E claro que um novo Volvo não poderia deixar de dedicar particular atenção à segurança, para mais agora, que a marca se propõe cumprir o ambicioso objectivo estipulado pelo programa Visão 2020, e que visa que ninguém perca a vida ou fique gravemente ferido a bordo de um Volvo a partir do ano 2020 (basicamente, o objectivo é que os Volvo deixem de ter acidentes graves, sendo três os elementos fundamentais para o conseguir: medidas de segurança passiva e activa, conectividade entre veículos e condução autónoma). No caso do XC90, o destaque nesta matéria vai para dois sistemas absolutamente inéditos: o sistema de protecção contra saídas de estrada e a travagem automática em cruzamentos.

No primeiro caso, sempre que é detectada uma potencial saída de estrada (por distracção, fadiga, má visibilidade ou outros factores), o sistema de retenção dos cintos de segurança actua de modo a que estes mantenham com firmeza os ocupantes nos seus lugares, assim continuando enquanto o veículo estiver em movimento. Ao mesmo tempo, para evitar lesões na coluna, um reforço montado entre o banco e a respectiva estrutura promete reduzir até um terço as forças verticais geradas quando o veículo “aterra” de forma mais abrupta após sair do asfalto.

Já a travagem automática nos cruzamentos actua sempre que o sistema de monotorização detecte que o XC90, ao virar, segue de encontro a um veículo que circule em sentido contrário e exista uma probabilidade de um embate frontal, independentemente da velocidade a que tal suceda. Obviamente que, a par destes dois novos sistemas, o XC90 integra cintos com pré-tensores em todos os sete lugares; o famoso City Safety (inlcui todas as funções de travagem automática, sendo capaz de detectar veículos, ciclistas e peões, tanto de dia como de noite); o sistema de protecção contra embates pela traseira (quando os radares traseirosidentificam a iminência de um impacto, é tirada a folga aos cintos de segurança, as luzes começam a piscar para avisar o condutor que segue atrás e os travões são activados, para minorar o impacto sobre os ocupantes); o cruise-control adaptativo (capaz de gerir a aceleração, a travagem e mesmo a direcção em situações de pára-arranca) e o controlo electrónico anti-capotamento.

A travagem automática nos cruzamentos, em caso de risco colisão com outro veículo, é uma das inovações introduzidas no domínio da segurança

A travagem automática nos cruzamentos, em caso de risco colisão com outro veículo, é uma das inovações introduzidas no domínio da segurança

Toda a gama de motores Drive-E assenta em blocos de quatro cilindros e 2,0 litros, que em breve serão aplicados nos restantes modelos da marca. No topo da oferta estará a versão T8 (disponível logo no arranque da comercialização), um híbrido plug-in que combina um motor 2.0 gasolina, sobrealimentado por um turbocompressor e um compressor mecânico, e destinado a animar as rodas dianteiras, com um motor eléctrico de 82 cv que faz mover as rodas traseiras, assim se grantindo a tracção integral. Os valores anunciados apontam para um rendimento combinado de 400 cv e 640 Nm, para emissões de CO2 na ordem de 60 g/km e para uma autonomia eléctrica de 40 km.

As variantes apenas com motor térmico serão as D5 (2.0 Diesel biturbo com 225 cv, 470 Nm e consumo médio anunciado de 6,0 l/100 km), D4 (2.0 turbodiesel com 190 cv, 400 Nm e consumo médio de 5,0 l/100 km), T6 (2.0 sobrealimentado por turbocompressor e compressor mecânico, com 320 cv e 400 Nm) e T5 (2.0 turbo com 254 cv e 350 Nm). A transmissão está a cargo de uma caixa automática de oito velocidades e de uma embraiagem central que faz repartir a potência entre os dois eixos nas variantes de tracção total.

Os atributos da mecânica, como do novo châssis (com triângulos sobrepostos na frente, um novo eixo traseiro e amortecimento pneumático em algumas versões) só serão possíveis de avaliar lá mais para Novembro, quando chegar a oportunidade de conduzir este SUV com praticamente cinco metros de comprimento, e quase três metros entre eixos. Mas também aqui a expectativa é grande, com a Volvo a anunciar que, mais uma vez graças ao programa SPA, o XC90 é não só 125 kg mais leve do que o seu antecessor, como o seu peso fica cerca de 200 kg abaixo do que seria normal actualmente para um modelo deste segmento com as suas características.

Volvo XC90

Volvo XC90

Certo é que a partir de Novembro já será possível encomendar o novo XC90 em Portugal, estando as primeiras entregas a clientes previstas para Abril. A versão mais popular entre nós será, seguramente, a D4 com tracção dianteira e homologada como Classe 1 nas portagens nacionais, que terá um preço de entrada na ordem dos 60 mil euros. O objectivo da Volvo é liderar as vendas no mercado luso no seu segmento num ano completo de comercialização, o que hoje equivaleria a vender mais do que as 250 unidades que se espera o BMW X5 venha a registar no final do ano.

Para os mais “ansiosos”, a Volvo disponibilizará ainda uma série especial do novo XC90, nas versões T6 e D5, limitada a 1927 unidades (o ano de fundação da marca). Cada exemplar contará com numeração própria, uma placa identificativa na traseira e o nível de equipamento mais completo e requintado da gama (e onde se incluem, entre outros, o interior em preto Onyx; os bancos dianteiros eléctricos e ventilados; os bancos exteriores da segunda fila aquecidos; os bancos da terceira fila com rebatimento eléctrico; o sistema de som de topo da B&W; ou as jantes de oito braços e 21”). Esta série especial apenas será vendida online, a partir das 16h00 do próximo dia 3 de Setembro, estando disponível para todos os mercados.

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zyrgon