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A intolerância humana

Artigo
A intolerância humana

Algumas vezes tenho referido nos meus artigos a necessidade de a Humanidade encontrar o equilíbrio social, económico e ambiental que lhe permita continuar a desenvolver-se de forma mais harmoniosa do que até aqui. Lamentavelmente, os crimes a que temos assistido, em todas as vertentes referidas, levam-me a concluir que estamos muito longe do desiderato que considero imprescindível para que todos tenhamos um futuro digno.

Os bárbaros acontecimentos ocorridos recentemente em Paris levam-me, mais uma vez, a reflectir sobre o tema e sobre as causas e as consequências destes crimes. Porque acontecem estas situações? Como evitá-las?

Sou a favor de uma sociedade diversa, onde o respeito pelas diferenças seja uma realidade e sejam essas diferenças a própria mais-valia social. Mas, para que as pessoas possam de facto usufruir dessa riqueza e conviver quer individual quer colectivamente, é imprescindível um ingrediente que vai para além do respeito, da dignidade e da generosidade. Refiro-me à Tolerância

Considero pois que a origem do problema reside precisamente na falta dela. Reside na Intolerância! Reside numa atitude mental, em que está presente a falta de vontade em reconhecer e respeitar as diferentes crenças e opiniões. Reside nos preconceitos capazes de desencadear acções sociais discriminatórias, como o racismo, a xenofobia, o sexismo, o antissemitismo , a homofobia, o heterossexismo, o etaísmo, a intolerância religiosa e a intolerância política. Reside no extremismo provocado por essa mesma intolerância, que se traduz em comportamentos negativos e hostis, que levam a um fanatismo que elimina opiniões divergentes e é capaz de fazer calar aqueles que as têm, matando-os.

Gostava de deixar claro que tolerância não implica concordância. Podemos, e temos que continuar a poder, “discordar pacificamente”. A nobreza e a virtude do nosso carácter consiste em ser capaz de reconhecer e de lidar com a nossa própria intolerância.

Há que ter a coragem e a grandeza para lutar por estes ideais sem medo e sem complexos. Claro que a sociedade se deverá manter alerta de forma a prevenir actos de terrorismo.

Pela nossa liberdade e pelos nossos valores, temos que ser intolerantes para com aqueles que espalham o terror e a morte… Se há coisa que temos que ser, é intolerantes, para com os intolerantes…

Aníbal Vicente
Gerente da Sogilub

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