Automóveis do Passado: Mini
Esta secção visa evocar e homenagear automóveis que no passado tenham feito história ou que tenham marcado uma época na indústria automóvel.
É um verdadeiro ícone da indústria automóvel. O pequeno Mini, nascido na década de 1950 no Reino Unido, traçou as directrizes daquilo que um carro citadino deveria apresentar em termos de utilização, conforto e de funcionalidade. Ainda hoje o seu encanto muito peculiar se mantém, mesmo com a aparição das gerações modernas (pela BMW), agora já não tão “mínis” quanto a original. Mas esse, o Mini saído do ideário de Alec Issigonis, ainda hoje permanece como um dos automóveis mais significativos da história, contando com uma legião de adeptos devotos. De tal forma, que na viragem do milénio, na eleição do Carro do Século (prémio internacional criado para encontrar o carro mais relevante do século XX), os jurados conferiram-lhe o segundo posto, apenas atrás do revolucionário Ford Model T.
Reza a história que devido à Guerra do Suez, e consequente crise no fornecimento do petróleo, os britânicos começaram a aderir em massa aos “carros-bolha” como o BMW Isetta 300, veículos que Leonard Lord, presidente da British Motor Company (BMC), não apreciava.
Por isso, comissionou a Issigonis e à sua pequena equipa a criação de um automóvel bastante compacto, tremendamente económico e que permitisse levar os ocupantes com conforto. Respondendo a tão ambiciosa premissa, Alec Issigonis apresentou o conceito do Mini, que após algumas alterações ao projecto foi revelado à imprensa em Abril de 1959, suscitando desde logo o interesse de muitos potenciais clientes, sendo vendido com as marcas Austin e Morris, ambas pertencentes à BMC (só em 1969 passou a ser Mini como marca). Nas primeiras duas gerações estavam disponíveis motorizações económicas e eficientes, como forma de apelar aos clientes que procurassem um modelo frugal nos consumos.
Mas também aqueles que procuravam algo mais desportivo viam os seus desejos atendidos quando a marca introduziu as versões Cooper e Cooper S, idealizadas por John Cooper, cuja fama advém em muito das suas participações no Mundial de Fórmula 1 nas décadas de 1950 e 1960. Foi nos ralis que o Mini Cooper mostrou também a sua aptidão desportiva, ganhando por três vezes o Rali de Monte Carlo, a primeira das quais com Paddy Hopkirk em 1964.
Nas suas corridas do quotidiano, o Mini foi ganhando variantes como o Clubman, Countryman, Moke e a comercial Van. Com uma longevidade assinalável, mesmo contando com diversas actualizações estéticas pontuais ao longo dos anos, o Mini foi produzido e vendido até ao ano 2000, ano em que depois de sérias dificuldades, a BMW assumiu o controlo dos direitos sobre a marca Mini. Com esse poder, a marca bávara decidiu relançar o Mini para os tempos modernos, com uma estética aproximada à do modelo original num “piscar de olhos” nostálgico ao modelo anterior. Recentemente, a marca apresentou a sua mais recente geração, que dá assim continuidade ao legado de Alec Issigonis.
