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Companhia proprietária da Saab procura reestruturação financeira

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Companhia proprietária da Saab procura reestruturação financeira

O futuro da Saab continua envolto em dúvidas. Após sérios problemas financeiros que terminaram com a sua aquisição por parte da companhia chinesa NEVS (National Electric Vehicle Sweden), a Saab ainda teve um período de optimismo no qual a produção do 9-3 chegou a ser retomada na fábrica de Trollhättan.

No ano passado, contudo, as linhas de montagem voltaram a parar naquela fábrica, em sequência dos problemas financeiros da própria NEVS. Com efeito, a companhia está em período de insolvência e procura da parte dos seus credores uma redução das suas dívidas de forma a assegurar a sua sobrevivência.

Segundo informações difundidas recentemente pela NEVS, a companhia espera aliar-se a outras duas marcas de renome não reveladas (embora os rumores apontem para a indiana Mahindra e para a chinesa Dongfeng), mas essa solução apenas será alcançável após a conclusão da actual reestruturação financeira que a NEVS atravessa. Só assim a NEVS conseguirá estabelecer um novo plano de negócios viável.

“Os proprietários e a administração da NEVS destacam a dificuldade em completar este tipo de negociações complexas durante uma reorganização e ao risco que implica. As actuais negociações, em conjunto com duas outras grandes empresas, estão focadas sobretudo em duas vias complementares. Uma passa pela formação de uma parceria técnica em Trollhättan e a outra é a introdução de um novo sócio maioritário na NEVS, com o plano de tornar a Saab num produto Premium global”, é referido num comunicado.

A proposta de reorganização avançada pela NEVS assenta no pedido de redução em 50% das dívidas acima das 500 mil coroas suecas (cerca de 52 mil euros), medida que se aplicaria a 104 das 573 entidades credoras.

“As negociações continuam a decorrer, mas também estamos a lidar com a dificuldade de chegar a um acordo enquanto estamos em reorganização”, referiu o CEO da NEVS, Mattias Bergman. É neste sentido que trabalha também a entidade encarregue de supervisionar o actual processo de reorganização da NEVS, destacando que a redução da dívida é um mal menor perante a possibilidade de falência da Saab/NEVS.

“Providenciando que a proposta de reestruturação seja aceite, considero que os pré-requisitos são favoráveis para chegar a acordo também com uma grande empresa financeiramente forte, fornecendo assim um potencial de negócio continuado para os credores. Dito isto, é meu entender que esta proposta de reorganização financeira é vantajosa para os credores. A alternativa é uma acção de liquidação que iria resultar em dividendos mais baixos muitos anos depois”, refere Lars Eric Gustafsson, da companhia gestora Hamilton Law Firm.
Estas propostas serão discutidas no dia 26 de Fevereiro.

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Sobre o autor
Pedro Junceiro