Reforço e Visibilidade Contra o Terrorismo
Na última sexta-feira 13, dia simbólico que para sempre ficará marcado, o mundo assistiu a mais um episódio de terror. Para além de ser impossível ficarmos indiferentes, devemos refletir sobre a proximidade de tal tragédia. Paris é a segunda cidade no mundo com mais portugueses, logo a seguir a Lisboa. Hoje em dia, num paradigma de livre circulação assente em Schengen, com fronteiras abertas, os desafios para as forças de segurança multiplicam-se neste mundo global.
Não querendo entrar em considerações sobre as reais causas que deram origem ao aparecimento de múltiplos grupos extremistas e seu armamento no Médio Oriente, nem entrando num jogo de comparações quanto ao destaque dado pelos media ocidentais a temas como Beirute, Nigéria, Boko Haram, Gaza ou Damasco, o que é certo é que recentemente aconteceram atentados em Madrid, Londres e Paris (falando apenas da Europa).
A Polícia de Segurança Pública reforçou com patrulhamento de visibilidade algumas áreas-chave do país. Aeroportos internacionais (estamos nos cinco, Lisboa, Porto, Faro, Açores e Madeira) e algumas Embaixadas, bem como uma redobrada atenção de todo o dispositivo. Não há ameaça concreta e iminente, não há nível de risco mas estamos vigilantes e ativos no cumprimento da nossa missão, 24/7.
Todos constatámos a panóplia de motores que, em Paris, acorreram aos locais. Carros patrulha, carrinhas policiais de intervenção, blindados, ambulâncias, viaturas descaraterizadas, entre outros. Motores que, neste caso, trabalharam para salvar vidas, pese embora as que se perderam.
Uma nota importante sobre o trabalho importantíssimo de prevenção feito em conjunto pelas forças de segurança um pouco por todo o Ocidente, evitando alguns ataques que não são noticiados, por vezes para não causar alarme social.
Uma palavra de condolências para todos os que, direta ou indiretamente, sofrem com a violência e o fundamentalismo de qualquer ordem, seja em que parte do globo for. A vida humana devia ser, em qualquer parte, o mais alto valor a ser preservado.
Uma nota final para a impressionante fila de pessoas que se prontificaram a dar sangue em Paris, bem como os inúmeros relatos de ajuda às vítimas, entre as quais se noticiou uma portuguesa, porteira de um prédio, que me lembrou o filme “A Gaiola Dourada”, tal foi a sua hospitalidade e simplicidade.
João Moura
Chefe do Núcleo de Protocolo, Marketing e Assessoria Técnica do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP