Diferenças de segurança nos EUA e Europa custam milhões
Talvez para muitos não seja óbvio, mas o mesmo automóvel, vendido nos EUA ou na Europa, tem que cumprir uma série de diferentes exigências que acarretam custos avultados para os seus construtores. Nomeadamente em termos de segurança, ainda que não seja, propriamente, óbvio que o mesmo modelo seja mais seguro do que o seu homólogo destinado ao lado oposto do Atântico.
Prova-o um estudo levado a cabo pelo CAR (Center for Automotive Research) e encomendado pela Alliance of Automobile Manufacturers (AAM), organização que inclui os três “gigantes” de Detroit (GM, Ford e FCA) e vários fabricantes europeus. Aqui, foram analisados não só os distintos regimes regulatórios, e suas exigências, como os custos que estas acarretam.
Depois de avaliados 116 grupos de variações, englobando modelos à venda nos EUA e na Europa, de fabricantes norte-americanos e europeus, conclui-se que as referidas diferenças implicaram um dispêndio, só em 2014, de mais de 1,5 mil milhões de euros para adaptação dos modelos às diferentes normas de homologação. Sendo que as modificações em causa vão do design aos equipamentos de segurança, incluindo os airbags: nos EUA, quase todos os modelos recorrem a airbags de maior capacidade do que na Europa, pois os crash-test aí realizados não contemplam o uso do cinto de segurança, mesmo que a sua utilização por parte dos ocupantes seja obrigatória por lei em todos os estados.
Perante estes resultados, a AAM defendeu a introdução imediata de regulamentação harmonizada neste particular, que ajude a reduzir os custos de produção e, assim, permita aos consumidores acederem a modelos mais seguros e ambientalmente compatíveis. Para que tal aconteça, A AMA reclamando, ainda, que as entidades reguladoras europeias e norte-americana reconheçam mutuamente as respectivas regras e normas, até porque os diferentes regimes acabam por assegurar níveis de segurança equivalentes.