Ford quer produzir bioplástico com a Jose Cuervo
Utilizado na produção da tequila, o agave-azul é uma planta semelhante a um abacaxi gigante da qual, no fabrico da famosa bebida mexicana, pouco mais é aproveitado do que o seu âmago, conhecido como “piña” – a ramagem exterior acaba por ser um desperdício, por norma destinado à produção de pasta de papel. São esta fibras que a Ford tem por objectivo utilizar como base para um bioplástico leve e resistente, destinado à produção de componentes para veículos automóveis (nomeadamente no revestimento de cablagens, em unidades de aquecimento e de ar condicionado e em recipientes vários), assim cheguem as bom termos as negociações e as pesquisas que estão a ser levadas a cabo nesse sentido pelo “gigamte” norte-americano e pela Jose Cuervo, um dos mais conhecidos e maiores produtores de tequila do mundo.
Mesmo reconhecendo que os bioplásticos produzidos a partir do agave-azul poderão não conduzir, por si só, a automóveis mais leves, a Ford sublinha que, genericamente, e em tese, o aumento da incorporação de materiais compósitos sustentáveis poderá contribuir para reduzir o peso dos automóveis, ao mesmo tempo que, no caso em apreço, contribuirá para que a marca alcance o seu propósito de reduzir o uso de materiais petroquímicos em favor do recurso a bioplásticos, para minorar o impacto da sua actividade sobre o ambiente.
Por ora, os trabalhos em curso ainda estão na fase de pesquisa, não havendo uma data definida para a produção de bioplástico a partir do agave-azul – até porque, primeiro, haverá que garantir que este satisfaz os padrões requeridos para a sua utilização na indústria automóvel. Mas, a materializar-se, este seria mais um passo para aproveitar os cerca de 5 mil milhões de biomassa agrícola que, segundo as nações unidas, todos os anos é desperdiçada a nível mundial.