Nissan celebra dez anos de crossovers com dois novos modelos
É minimamente consensual reconhecer ter cabido à Nissan a criação do segmento dos chamados crossover quando, a 16 de Janeiro de 2007, lançou a primeira geração do Qashqai. Desde então, o best-seller nipónico é o líder crónico do segmento que mais cresce em diversos pontos do globo, incluindo Portugal, tendo já vendido mais de 3,3 milhões de unidades em todo o mundo, 2,3 milhões das quais no Velho Continente.
Para celebrar condignamente a efeméride, a Nissan decidiu criar uma edição especial de aniversário do Qashqai, de que em Portugal estarão disponíveis não mais do que 200 exemplares, mas disponibilizada com todos os motores da gama. Proposto a partir de €24 225, o Qashqai 1Q Year Anniversary oferece, desde logo, um equipamento enriquecido, que constitui uma poupança para os seus compradores na ordem dos 3500 euros.
Mas não só. Naturalmente que não faltam, também, aqueles elementos distintivos que uma proposta deste género não podia deixar de incluir. No exterior, marcam a diferença as caixas dos espelhos retrovisores e os frisos nos pára-choques dianteiro e traseiro a imitar carbono, assim como o emblema 1Q Year Anniversary alusivo à efeméride. No habitáculo, lá estão a placa numerada, as embaladeiras com a inscrição 1Q Year Anniversary gravada e a caixa personalizada em que é entregue a chave do veículo e, ainda, o respectivo porta-chaves, também ele, numerado.
Só que a oferta da Nissan, no que aos crossover diz respeito, está longe de restringir-se ao incontornável Qashqai, com a marca a liderar o segmento tanto na Europa como em Portugal, onde já vendeu mais de 50 mil automóveis deste género ao longo da última década. Da família fazem parte, igualmente, o mais compacto Juke (que, em Abril, será lançado numa série especial Black Edition, limitada a 100 unidades, proposta a um preço semelhante ao do já conhecido N-Vision, e em que o centro das atenções é o sistema de som Focal de alto desempenho) e o X-Trail – a variante de châssis longo do Qashqai, em Portugal proposta sempre com sete lugares.
E os dez anos de presença no segmento serviram de pretexto à Nissan para lançar, ainda, uma nova versão do seu crossover de maior porte, em que o principal motivo de interesse é a estreia na gama do construtor nipónico do motor 2.0 dCi de 177 cv. Já disponível em Portugal, o X-Trail 2.0 dCi é proposto com tracção apenas dianteira e caixa XTronic do tipo CVT, e com transmissão integral All-Mode 4×4-i, neste caso podendo optar-se entre a caixa manual de seis velocidades, ou a de variação contínua XTronic – mais uma combinação inédita na gama de produtos da marca nipónico.
Com o X-Trail 2.0 dCi, a Nissan procurando ir de encontro às pretensões dos que buscam uma motorização mais poderosa, e que, em Portugal, representam 65% dos clientes do subsegmento dos crossovers de maiores dimensões, em que 45% das vendas estão a cargo de modelos com potência entre os 140 cv e os 180 cv. Com 177 cv, e um binário máximo de 380 Nm às 2000 rpm, este motor oferece mais 47 cv e mais 60 Nm do que o seu congénere de 1,6 litros, bem como um funcionamento mais refinado, tudo contribuindo para uma condução mais fácil e confortável, em especial quando é necessário cumprir distâncias mais longas.
A não negligenciar, também, as suas capacidades prestacionais. Na versão 4×2, os 0-100 km/h cumprem-se em 9,6 segundos, a velocidade máxima é de 199 km/h e o consumo combinado anunciado de 5,8 l/100 km. Já a variante 4×4 com caixa manual alcança 204 km/h, gasta 9,4 segundos nos 0-100 km/h e consome, em média, os mesmos 5,8 l/100 km, valores que passam a ser de 196 km/h, 10,0 segundos e 6,1 l/100 km na versão de tracção total com caixa XTronic.
No caso da versão de tracção às quatro rodas, é de referir a sua capacidade de reboque de 1600 kg (com caixa manual) ou de 2000 kg (com caixa XTronic). Isto por estar equipada com a última geração do sistema All-Mode 4×4-i, em que é possível optar, através de um selector rotativo, entre os modos de funcionamento 2WD, Auto e 4WD Lock.
No primeiro caso, as rodas dianteiras são as únicas a transmitir a potência ao chão, o que favorece, obviamente, os consumos. O modo Auto, como o seu nome indica, ajusta, automaticamente, a repartição do binário entre os dois eixos, em função das condições e exigências do momento. Já o modo 4WD Lock garante a tracção total de forma permanente, sendo o ideal para enfrentar a condições mais desafiantes no fora de estrada.
Em termos práticos, são mais do que óbvias as vantagens da versão turbodiesel de 177 cv do X-Trail. Sem ver, em nada, alteradas as suas competências em termos de conforto de marcha ou eficácia em curva, domínios em que cumpre com brio a sua função, o seu desempenho pauta-se, ainda, por um outro agrado de condução, garantido por uma capacidade de resposta bastante superior, muito útil tanto o quotidiano como quando se adoptam ritmos mais intensos e, especialmente, quando se transporta maior quantidade de passageiros e/ou carga.
Intactos mantém-se, de igual modo, atributos como a sua capacidade para transportar até sete passageiros, ou uma bagageira bastante versátil, com uma capacidade de 135 litros quando a lotação é de sete lugares, mas que aumenta para 445 litros quando se dispensa a terceira fila de bancos (escamoteável sob o piso de veículo), ou mesmo até um máximo de 1982 litros caso se rebata na totalidade o banco da segunda fila (rebatível em duas partes assimétricas).
Trunfos adicionais do X-Trail 2.0 dCi, neste particular, são, também, o ortão traseiro de abertura e fecho eléctricos, assim como o sistema de arrumação de bagagem, que permite o ajuste de prateleiras e divisórias em dezoito diferentes configurações. Existindo, até, um compartimento oculto pra manter objectos mais valiosos longe dos olhares cobiçosos dos amigos do alheio.
Já disponível em Portugal, o X-Trail 2.0 dCi de 177 cv é cerca de apenas 1500 euros mais caro do que a versão 1.6 dCi de 130 cv com nível de equipamento equivalente. Assim, na variante de tracção dianteira, que, com Via Verdde, paga Classe 1 nas portagens, custa €42 350 no nível N-Connecta e 44 350€ no mais refinado nível Tekna. Quando dotado de tracção integral e caixa manual, a diferença de preço é de pouco mais de mil euros – €43 550 para o N-Connecta, €45 500 para o Tekna –, e só é pena que esteja obrigado a pagar Classe 2 nas portagens, o que não deixará de afastar boa parte dos seus potenciais compradores. Por fim, quem quiser um 4×4 com caixa XTronic terá de pagar €45 750 ou €47 700, dependendo do nível de equipamento eleito.