Geely compra 51% da Lotus e 49,9% da Proton
Já detentora da Volvo, a chinesa Geely vai assumir o controlo também da Lotus e de parte significativa do capital da Proton. O negócio envolve a aquisição, ao grupo DRB-Hicom, de 49,9% do capital do fabricante malaio, por uma verba não revelada, e de 51% da emblemática marca britânica, por 115 milhões de euros (mantendo-se os restantes 49% na posse da Etika Automotive, propriedade de Syed Mokhtar, o homem por detrás também da DRB-Hicom). Fundada pelo não menos mítico Colin Chapman, em 1952, a Lotus estava na posse dos malaios desde 1996, depois de ter sido propriedade da General Motors de 1986 a 1993, e da A.C.B.N. desde então até sido adquirida pelo conglomerado do sudoeste asiático.
Em comunicado, a Geely afirmou o seu empenho em revitalizar tanto a Proton como a Lotus, sublinhando que o acordo prevê o estabelecimento de sinergias entre as três empresas em áreas como a pesquisa e desenvolvimento, a produção e a presença no mercado. Ao que tudo indica, a escolha da empresa fundada pelo multimilionário Li Shufu resulta de um processo iniciado o ano passado, destinado a encontrar um parceiro estratégico para a Proton, e que envolveu quinze construtores automóveis de dimensão global, incluindo a PSA, a Renault e a Suzuki.
Fundada em 1983, pelo antigo primeiro-ministro Mahathir Mohamad, enquanto símbolo da industrialização e do crescimento económico da Malásia, a Proton tem lutado com evidentes dificuldades financeiras nos últimos anos, em boa parte devido à sua nula implementação no exterior, acabando por ser privatizada em 2016. Ainda assim, as autoridades locais não deixaram de destacar o facto de a maioria do capital da marca (50,1%) ainda continuar na posse de uma empresa do país, reafirmando que esta será sempre uma marca malaia e uma “fonte de orgulho”.
Já a Lotus estará para a Geely como a Porsche para o Grupo VW ou a Lexus para a Toyota, indubitavelmente contribuindo para incrementar o prestígio do fabricante chinês fora de portas. Esperando-se, agora, possa ter as condições para, em definitivo, tornar-se num construtor de automóveis desportivos de dimensão global, tendo já o seu novo proprietário prometido que a marca irá “libertar todo o seu potencial”, entrando, em breve, numa nova fase de desenvolvimento e lançamento de novos produtos e tecnologias.
