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Novo Volvo XC60 em Julho desde €55 504

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Novo Volvo XC60 em Julho desde €55 504

Resolveu a Volvo, com aparente simplicidade e indesmentível competência, a tarefa de substituir um modelo que vendeu praticamente um milhão de exemplares durante os quase nove anos em que esteve no activo; que foi líder de vendas no seu segmento, a nível europeu, até que findou a respectiva produção; e que assegurava 70% das suas vendas na Europa. O segredo: desenvolver o que, de forma simplista, pode ser considerado como um XC90 em miniatura.

Nada de criticável, até porque a proximidade entre ambos dificilmente será um handicap para o mais recente, conhecendo-se os atributos do seu “irmão” mais velho, e a invejável aceitação que tem registado junto do público. Prestes a iniciar a sua carreira comercial em Portugal, o novo XC60 é, por direito próprio, o mais recente candidato à liderança do ultra-competitivo segmento dos SUV compactos premium.

Por exemplo, esteticamente, a nova coqueluche da Volvo pouco terá a recear. É tal o parentesco com o XC90 que, num primeiro e breve olhar, até é possível confundi-los, com as linhas exteriores a incluírem todos os elementos que definem os actuais ºadrões estilísticos da casa de Gotemburgo – nomeadamente as ópticas dianteiras por LED formando o já célebre “T deitado”, evocativo do martelo de Thor do não famoso célebre deus da mitologia nórdica.

Como é óbvio, um olhar mais atento permite, facilmente, perceber que existem notórias, e naturais, diferenças entre os dois modelos neste capítulo. Tendo sido operados os obrigatórios ajustees para adaptar a linguagem estilística da Volvo às dimensões mais compactas do XC60, e conferir-lhe o seu próprio carácter – como as formas mais suaves da secção dianteira, a linha do tejadilho mais dinâmica ou os grupos ópticos de desenho específico.

Mas o modelo não deixa de incluir, na íntegra, o novo ADN estilístico do seu construtor, alvo de tantos elogios. No final, temos um SUV de aparência fluída, mas distinta e dinâmica, sem nunca ser imponente, como manda a tradição nórdica. Aerodinamicamente eficaz (Cx de 0,32), consegue, ainda, demarcar-se de forma evidente não só do seu predecessor, como dos seus principais opositores na classe (os modelos de origem germânica), decerto não sendo por aqui que o XC60 deixará de conquistar adeptos.

Num plano mais concreto, é importante conhecer a génese do novo XC60: a plataforma modular SPA, já utilizada em todos os modelos da nova Série 90 (XC90, S90 e V90), aqui com 2865 mm entre eixos, isto é, menos 119 mm do que no XC90, mas 91 mm mais do que no anterior XC60. Quanto às dimensões exteriores, e face ao XC90, o novo XC60 é 262 mm mais curto, tem praticamente a mesma largura e é 118 mm mais baixo; por comparação com o antigo XC60, cresceu 44 mm em comprimento e 11 mm em largura, mas sendo 55 mm mais baixo.

Atributos que permitem ao XC60 não só ser um pouco mais ligeiro do que o seu antecessor (apesar das dimensões mais generosas e do equipamento de série, nomeadamente de segurança, mais completo), como oferecer uma habitabilidade ampla q.b. para alojar confortavelmente quatro passageiros adultos –um eventual quinto passageiro é prejudicado pelo túnel da transmissão e pelo formato do banco traseiro, optimizado apenas para dois ocupantes. Face ao anterior XC60, é notório o maior desafogo oferecido a quem viaja atrás, sobretudo no que diz respeito ao sempre decisivo espaço disponível para as respectivas pernas.

A bagageira oferece um óptimo acesso e viu a sua capacidade aumentar 10 litros, oferecendo, agora, 505 litros com toda a lotação disponível – um valor que alinha por cima com a média da classe. Podendo sempre ser ampliada mediante o rebatimento assimétrico do banco traseiro.

Também no habitáculo, vários são os elementos que evocam o XC90: os bancos muito confortáveis e com um bom apoio, o botão da ignição, o selector dos modos de condução ou o enorme e eficiente tablete que controla o sistema de infoentretenimento serão os mais evidentes. Mas o que mais impressionará, aqui, é a qualidade geral exibida, em que apenas alguns plásticos são um pouco menos nobres do que os utilizados pelo XC90, trunfo que coloca o novo XC60 no topo da sua categoria também num domínio que, por tradição, é bastante caro aos seus rivais alemães.

Por outro lado, se há área em que a Volvo dispensa apresentações é na da segurança, e o XC60 não deixa de honrar os pergaminhos do seu construtor nesta matéria – que o anuncia como um dos automóveis mais seguros alguma vez construídos. Dos modelos da série 90 herda diversas soluções de vanguarda, incluindo o opcional Pilot Assist, o sistema de condução semi-autónoma operável a velocidades até aos 130 km/h, e capaz de assumir, em estradas em que as marcações estejam bem visíveis, o controlo da direcção, do acelerador e dos travões, desde que o condutor mantenha sempre as mãos no volante.

Mas também tem honras de estrear algumas soluções inéditas nesta matéria, como a evolução do sistema City Safety, com travagem autónoma de emergência e reconhecimento de veículos, peões e animais de grande porte. A grande novidade, aqui, é a capacidade deste sistena para intervir sobre a direcção em três situações distintas: quando a travagem não for suficiente para evitar uma colisão com os referidos veículos, peões e animais (funciona entre os 50 km/h e os 100 km/h); quando é detectado um risco iminente de embate frontal com um veículo que circule em sentido contrário (a função Oncoming Lane Mitigation, activa entre os 60 km/h e os 140 km/h); ou quando o sistema de monitorização do ângulo morto define que existe perigo de colisão com outros veículos numa mudança de faixa.

No extenso leque de atributos do XC60 neste particular incluem-se, ainda, entre outros, o sistema de leitura de sinais de trânsito; o sistema de monitorização e alerta de cansaço do condutor; a câmara panorâmica de 360o; o alerta de tráfego pela traseira nas manobras de marcha-atrás; o sistema de prevenção e mitigação de saídas de estrada (quando tal é inevitável, retira a folga dos cintos, ao mesmo tempo que os bancos contam com uma estrutura de absorção da energia vertical resultante do impacto, que é activada para reduzir o risco de lesões sobre a coluna); e o alerta de colisão iminente pela traseira.

Como seria de esperar, o parentesco entre XC60 e XC90 estende-se à comunhão de boa parte das soluções mecânicas. Por exemplo, o recurso à plataforma SPA permite, também, que o novo SUV compacto sueco conte com as evoluídas suspensões por duplos triângulos na frente e multilink atrás, estando em opção disponível o amortecimento pneumático activo.

A gama de motores proposta na fase de arranque de comercialização também provém na íntegra do XC90, todos pertencendo à família de motores modulares da Volvo, com idêntica arquitectura (quatro cilindros em linha de 1999 cc, montados transversalmente), injecção directa de combustível e sobrealimentação. As unidades a gasóleo contam com um turbocompressor (de duplo estágio e geometria variável na mais potente), a declinação mais potente do propulsor a gasolina conta com um turbocompressor e com um compressor volumétrico actuado por uma embraiagem electromagnética fornecida pela Eaton (destinado a assegurar a sobrealimentação até às 3500 rpm, regime a partir do qual tal função passa a estar a cargo do turbo de generosas dimensões).

O XC60 D4 oferece 190 cv e um binário de 400 Nm constante entre as 1750-2500 rpm, atinge 205 km/h, cumpre os 0-100 km/h em 8,4 segundos e anuncia um consumo combinado de 5,2 l/100 km. O XC60 D5 disponibiliza 235 cv e 480 Nm contantes entre as 1750-2250 rpm, o suficiente para alcançar 220 km/h, gastar 7,2 segundos nos 0-100 km/h e anunciar 5,5 l/100 km no ciclo combinado.

No que respeita às versões a gasolina, o XC60 T5 conta com 254 cv e 350 Nm constantes entre as 1500-4800 rpm, sendo a velocidade máxima de 220 km/h, os 0-100 km/h cumpridos em 6,8 segundos e o consumo combinado de 7,3 l/100 km. Com o XC60 T6 a oferecer 320 cv e 400 Nm constantes entre as 2200-5400 rpm, para uma velocidade máxima de 230 km/h, 5,9 segundos nos 0-100 km/h e 7,7 l/100 km no ciclo combinado.

No topo da gama está a versão hibrida plug-in, que combina o motor a gasolina da variante T6 com um motor eléctrico instalado no eixo traseiro, com 88 cv e 240 Nm, alimentado por uma bateria de iões de lítio de 10,4 kWh montada no túnel central, capaz de oferecer até 45 quilómetros de autonomia no modo exclusivamente eléctrico. O rendimento combinado é de 407 cv e 640 Nm, o que permite ao XC60 T8 alcançar uma velocidade máxima electronicamente limitada a 230 km/h, cumprir os 0-100 km/h em 5,3 segundos e anunciar um consumo combinado de apenas 2,1 7/100 km, a que correspondem emissões de CO2 de 49 g/km.

Todos os XC60 da nova geração recorrem a uma caixa automática ZF de oito velocidades, e todas as versões numa primeira fase disponíveis em Portugal exibem a sigla AWD. O que significam que contam com o sistema de tracção integral controlado por uma embraiagem central multidiscos de comando electrohidráulico, que gere electronicamente a repartição do binário entre os dois eixos, enviando 100% do mesmo para a frente em situações normais de circulação, é até 50% para o eixo traseiro sempre que necessário (contando ainda com um modo bloqueio no modo de condução Off-Road, em que o torque é repartido, em permanência, pelos dois eixos de foma equitativa).

5_VolvoXC60_D5

Todo este argumentário tradu-ze, na prática numa gratificante experiência possível de desfrutar a partir posição de condução dominante, como é da praxe num SUV, mas não tão elevada como no XC90. Ao volante da versão D5 AWD Inscription, equipada com suspensão pneumática, o primeiro destaque vai, por inteiro, para o soberbo conforto oferecido em qualquer circunstância, mesmo nos pisos mais demolidores, e até com o modo de condução Dynamic seleccionado, não obstante as jantes de 20” revestidas por pneus de baixo perfil.

Estável a alta velocidade, o XC60 padece de uma direcção algo leve (especialmente nos modos de condução Eco e Comfort), sendo a resposta do motor apreciável a baixa rotação, e excelente a partir do regime de binário máximo, progredindo de forma consistente e suave até ao regime máximo de funcionamento. Pena que, devido a um ruído de funcionamento mais elevado do que o esperado, a sua presença no habitáculo se faça sentir mais do que o desejável.

A caixa de velocidade, suave e rápida o bastante, nem sempre decide com a celeridade desejável, em especial quando se adoptam ritmos mais intensos em percursos com maiores variações de velocidade. O que pode ser contornado através do recurso ao comando manual sequencial, infelizmente disponível apenas na alavanca de comando, já que as patilhas no volante são uma opção.

Tirando partido do peso inferior em mais de 100 kg ao do seu irmão mais velho, das dimensões mais compactas e de um centro de gravidade mais baixo, o XC60 é bastante mais reactivo do que o XC90, obedecendo de forma mais rápida e fidedigna às instruções do condutor. Em curva, a sua atitude é marcada por uma outra precisão, mesmo que a afinação da suspensão vise sempre mais a segurança e a facilidade de condução do que a eficácia pura ou a agilidade em traçados sinuosos, sendo, nos limites, predominantemente, subvirador. Mais do que um defeito, uma característica, por ser este um SUV desprovido de qualquer pretensão desportiva – inequívoco é que faz tudo muito bem feito, e com uma assinalável competência.

Quem pretender aventurar-se com o seu XC60 fora do asfalto depararar-se-á com uma agradável surpresa. O sistema de tracção total e os ângulos característicos favoráveis (ataque de 23,1°, saída de 20,8°, ventral de 25,5°, altura ao solo de 216 mm) garantem-lhe uma surpreendente desenvoltura no todo-o-terreno, obviamente incrementada quando equipado com suspensão pneumática – que, no modo Off-Road, operável até aos 40 km/h, eleva 40 mm adicionais a altura ao solo.

Já disponível para encomenda em Portugal, o novo XC60 tem as primeiras entregas no meravfo nacional previstas para Julho. A gama é, por gaora, composta pelas versões D4 AWD, D5 AWD e T8 AWD, todas passíveis de combinar com os três níveis de equipamento disponíveis: Momentum, R-Design e Inscription. Os preços do Diesel mais acessível começam nos 55 504€, o D5 é proposto a partir de 62 957€ e o híbrido desde 67 699€.

Para quem estes valores sejam excessivos, poderá optar pela versão D3 de tracção dianteira, naturalmente mais económica, mas somente a partir de 2018. Curiosamente, o ano em que também será lançado o muito esperado novo XC40.

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zyrgon