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Novo Jeep Compass em Outubro

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Novo Jeep Compass em Outubro

A Jeep escolheu Portugal para apresentar à imprensa internacional o novo Compass, modelo que completa a sua oferta europeia, posicionando-se entre o Renegade e o Cherokee. Anunciado como um SUV compacto, mede 4394 mm de comprimento, 1819 mm de largura e 1624 mm de altura (1638 mm nas versões de tracção integral), para uma distância entre eixos de 2636 mm. E garante contar com aptidões TT dignas dos pergaminhos do seu construtor, que o colocam no topo do seu segmento nesta matéria – a que há que juntar inúmeras e evoluídas tecnologias de segurança e conectividade.

Uma espécie de dupla personalidade que as linhas exteriores tentam ilustrar – com razoável sucesso, reconheça-se – através de formas modernas, dinâmicas e distintivas, que não deixam de incluir diversos elementos estilísticos típicos da Jeep, caso da grelha frontal com sete orifícios e das cavas das rodas de formato trapezoidal. Também dignos de menção, neste domínio, a moldura em preto das ópticas dianteiras por LED, e a linha descendente do tejadilho, cujo protagonismo aumento quando revestido pela opcional pintura de cor preta brilhante.

Num interior em que pontificam materiais, na maioria, de boa qualidade, a generosa distância entre eixos e as dimensões exteriores foram bem aproveitadas para que o Comapss disponibilize um amplo espaço habitável, com a bagageira a oferecer 438 litros com os cinco bancos montados, podendo até contar (de série, ou em opção, consoante as versões e níveis de equipamento) com o portão traseiro de operação eléctrica. O tablier de formato trapezoidal é mais uma solução tipicamente Jeep, aí se destacando o ecrã táctil do sistema de infoentretenimento, que pode ser de 5”, 7” ou 8,4” – também aqui em função do nível de equipamento.

Na consola central marcam presença a alavanca de comando da caixa; os botões de comando do sistema 4×4, do travão de estacionamento eléctrico, do sistema start/stop e do volume do sistema de som; os comandos da climatização; e as ligações multimédia. No painel de instrumentos existe, entre os dois mostradores principais, um ecrã TFT multifunções, com 3” ou 7” – este último a cores e amplamente personalizável.

O novo Compass pode ser animado por um motor a gasolina e dois a gasóleo, o mais dotado proposto com dois níveis de rendimento. A gama inicia-se na versão animada pelo 1.4 MultiAir2 Turbo de 140 cv e 230 Nm, combinado com uma caixa manual de seis velocidade e tracção apenas dianteira. A mesma configuração de transmissão é adoptada pelo mais acessível dos Diesel, o 1.6 Multijet II com 120 cv e 320 Nm.

Quanto ao motor turbodiesel 2.0 Multijet II, é sempre combinado com o sistema de tracção integral Selec-Terrain, mas a variante de 140 cv e 350 Nm pode ter acoplada a caixa manual de seis velocidades (em que a potência máxima é alcançada às 3750 rpm) ou a automática de nove relações (aqui, o regime potência máxima é de 4000 rpm). Ao passo que o mais potente dos Compass, equipado com a derivação de 170 cv e 380 Nm deste motor, só está disponível com a caixa automática de nove velocidades.

Sendo váras as soluções que visam a assegurar ao Compass uma considerável competência dinâmica, no asfalto e fora dele, o primeiro destaque vai para a estrutura composta em 65% por aço de alta resistência, o que permitiu minimizar o peso (1505 kg na versão a gasolina, 1615 kg nas variantes a gasóleo), optimizar o comportamento e garantir uma elevada robustez. A suspensão é do tipo MacPherson na frente, recorrendo a uma solução Chapman no eixo traseiro – evolução da configuração independente, com molas helicoidais, criada por Colin Chapman, fundador da Lotus, e que, basicamente, é como que a aplicação do princípio MacPherson a um eixo não direcional. E que, no caso em apreço, a Jeep garante ter permitido optimizar a compressão das molas, reduzir o rolamento em curva e oferecer um elevado curso no todo-o-terreno, com os amortecedores com válvulas FSD (Frequency Selective Damping), argumento único no segmento, a terem como função filtrar de modo mais eficaz do que os tradicionais as irregularidades do piso.

A transmissão integral é determinante para o desempenho do Compass em pisos de menor aderência e, principalmente, fora de estrada, pelo que o sistema Selec-Terrain oferece os modos Snow, Sand e Mud, que ajustam o seu funcionamento (e o do motor, da caixa automática e de auxiliares de condução como o ABS e o ESP) em conformidade. A função denominada Active Drive, assegurada por uma embraiagem central de controlo electrónico, permite que, de modo quase instantâneo, até 100% do binário possa ser enviado para cada um dos eixos, se necessário, ainda que, em condições normais, até as versões 4×4 do Compass se comportem com um normal tracção à frente, pois as rodas traseiras apenas são accionadas quando as condições de condução assim o exigem – ou quando o utilizador pressiona o botão de bloqueio de transmissão, que obriga o sistema a funcionar, em permanência, no modo de tracção total.

Active Drive Low é o nome dado pela Jeep às conhecidas “redutoras”, que adoptam uma redução de 20.0:1 quando selecionadas. Igualmente determinante, para evoluir fora de estrada, o sistema de controlo electrónico de descidas HDC, disponível nas versões dotadas do pacote de equipamento Trail Hawk – o que incrementa as capacidades do Compass nesta matéria, incluindo, ainda, os pneus M+S, os pára-choques dianteiro e traseiro modificados (para melhorar os ângulos de ataque e de saída), a altura ao solo e o curso de suspensão incrementados, as protecções inferiores do châssis em aço e o duplo gancho de reboque.

São as seguintes as aptidões TT anunciadas pela Jeep para o novo Compass (os valores entre parêntesis dizem respeito às versões 4×4): ângulo de ataque de 15,8° (16,8°), ângulo de saída de 30,8° (31,7°), ângulo ventral de 21,8° (22,9°), altura ao solo de 198 mm (215 mm) e passagem a vau de 406,4 mm. Sendo notórias as vantagens do pacote Trail Hawk neste particular, pois o ângulo de ataque praticamente duplica para 30,3°, o de saída passa a ser de 33,6° e o ventral de 24,4°, enquanto que a passagem a vau passa a ser possível até aos 482 mm, ao mesmo tempo que o Selec-Terrain oferece um modo de condução adicional Rock. Adicionalmente, as variantes equipadas com a versão Uconnect 8.4 NAV, a mais evoluída, do sistema de infoentretenimento, podem receber o Jeep Skills, App que oferece indicações específicas para a condução em TT e permite ao condutor monitorizar a performance do seu Compasse no fora de estrada.

O número 70 também será importante para o novo Compass. Por serem mais de 70 os sistemas de segurança que pode oferecer, incluindo, entre outros, o alerta de colisão dianteira com travagem de emergência, o alerta de saída involuntária da faixa de rodagem, o assistente à manutenção na faixa de rodagem, a monitorização do ângulo motor, o alerta de tráfego pela traseira, a câmara de estacionamento traseira, o sistema de estacionamento automático na perpendicular e em paralelo Park Assist, o cruise-control adaptativo e o controlo electrónico de estabilidade com função de mitigação de potenciais capotamentos. E por serem mais de 70 os acessórios Mopar disponíveis para este modelo.

Em Portugal, o novo Compass será lançado em Outubro, e estará disponível com os quatro níveis de equipamento que marcam presença na gama: Sport, Longitude, Limited e Trail Hawk. E mais não adianta, para já, a Jeep sobre a carreira comercial do seu novo modelo no mercado lusitano, reservando para essa data mais pormenores.

Aguardados com natural expectativa, em face das boas indicações dadas pelo modelo num primeiro e breve contacto realizado entre Lisboa e a Serra de Sintra, em estrada e fora dela, a bordo de um Compass 2.0 Multijett II de 170 cv, na variante Trail Hawk. O motor, bem auxiliado pela caixa automática rápida e suave, garante uma boa desenvoltura na maioria das situações, em cidade, em estrada e auto-estrada, oferecendo um funcionamento suave e consumos comedidos, mas fazendo sentir-se mais do que o esperado no habitáculo, devido a um ruído de funcionamento algo elevado.

A direcção é suficiente rápida e directa, e a suspensão cumpre com brio a respectiva função, ainda que a sua afinação firme e seca, se bem que contribuindo decisivamente para um bom controlo dos movimentos da carroçaria, obrigue a que a maioria das irregularidades do piso acabem por ser sentidas pelos ocupantes. Já quando se aumenta o ritmo em traçados sinuosos, é notória a tendência subviradora do Compass, o que em parte se poderá ficar a dever aos pneus de tipo misto que equipam as versões Trail Hawk. Nada, ainda assim, de problemático, porque facilmente compensado pela intervenção tanto da electrónica como do sistema de tracção integral.

Fora de estrada, pouco haverá a apontar ao novo Compass com tracção total e pacote Trail Hawk. Os ângulos característicos, o sistema Selec-terrain e os pneus M+S permitem-lhe superar, sem temores, situações no todo-o-terreno que vão muito para além do que a maioria dos seus proprietários estará disposta a arriscar. Sujeito a confirmação quando de uma convivência mais prolongada com o modelo norte-americano, este parece ser, sem dúvida, o modelo a ter em conta neste segmento para quem realmente queira ir para além do asfalto – pelo menos na configuração testada. Da mesma forma que é fundamental aquilatar do seu potencial estradista numa versão mais condicente com essa vocação.

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zyrgon