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Da Fórmula 1 para a estrada: Mercedes-AMG Project One

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Da Fórmula 1 para a estrada: Mercedes-AMG Project One

Há muito prometido, finalmente revelado, mas ainda não definitivo: eis o Projevto One, o hiperdesportivo de dois lugares com tecnologia híbrida oriunda da Fórmula 1, concebido pela Mercedes-AMG para celebrar o 50º aniversário da divisão desportiva da marca da estrela. Primeiros dados: mais de 1000 cv de potência, velocidade máxima superior a 350 km/h e a promessa de um comportamento dinâmico, inclusive em circuito, verdadeiramente excepcional.

A herança da disciplina maior do automobilismo de velocidade está patente, sobretudo, no sistema de propulsão, composto por um V6 turbo de 1,6 litros com injecção directa e distribuição pneumática electricamente assistido, muito semelhante ao que a Mercedes-AMG Petronas utilizou no monolugar como que Nico Rosberg garantiu o título mundial na temporada passada, e por quatro motores eléctricos. Um desses motores está integrado no turbocompressor do motor térmico, outro está ligado directamente a esse V6, e cada um dos dois restantes está instalado numa das rodas dianteiras.

Instalado em posição central, à frente do eixo traseiro, o 1.6-V6 é, segundo a Mercedes, capaz de atingir regimes de funcionamento da ordem das 11 000 rpm (facto inédito num automóvel autorizado a circular na via pública), ainda assim inferiores às cerca de 15 000 rpm que alcança a unidade utilizada na F1, para que não seja forçoso utilizar gasolina de competição, mas uma mais convencional com índice de Octano 98. Por seu lado, os motores eléctricos dianteiros estão aptos a fazer 50 000 rpm, contra as habituais 20 000 rpm que são o limite da maioria dos motores eléctricos utilizados em automóveis de produção.

A auxiliar o V6 a combustão está um turbocompressor em que a turbina e o rotor compressor estão separados, porque localizados na posição ideal cada qual – no lado dos gases de escape e no da admissão do motor, respectivamente –, e ligados através de um veio por sua vez ligado a um motor elétrico com cerca de 122 cv, o qual é responsável pelo accionamento do compressor até uma rotação de 100,000 rpm. Uma unidade designada como MGU-H (Motor Generator Unit Heat) na F1, e cuja principal missão é assegurar uma resposta imediata às solicitações do acelerador (segundo a Mercedes, mais rápida do que num V8 naturalmente aspirado), além de permitir que os gases de escape sejam utilizados também para gerar electricidade, armazenada na bateria de iões de lítio a 800 Volt. Para isso, o V6 tem directamente ligado à cambota um motor eléctrico de 163 cv, a mesma potência de cada um dos motores que accionam as rodas dianteiras, que asseguram não só a vectorização de binário como a tracção integral.

Para transmitir a potência ao eixo posterior foi desenvolvida de raiz pela Mercedes-AMG uma caixa manual de oito velocidades de actuação hidráulica, naturalmente com patilhas no volante. Elemento que, em conjunto com o motor, se integra na estrutura monocoque em carbono, ambos suportando na íntegra a suspensão traseira – que, tal como a dianteira, é multilink regulável do tipo push-rod, com torres montadas transversalmente.

Mercê de tudo isto, o Project One pode circular tanto no modo totalmente eléctrico (estima-se que num máximo de 25 quilómetros), como numa configuração que visa a máxima performance, correspondente à utilizada nas sessões de qualificação da F1 – pelo meio existindo diversas outras opções menos extremas. O hiperdesportivo oferece, igualmente, a função Race Start, que lhe garante uma aceleração 0-200 km/h em menos de 6.0 segundos, travões carbocerâmicos e jantes de 19” na frente e 20” atrás, revestidas por pneus Michelin Sport Cup 2 de medida 285/35 e 335/30, respectivamente.

Se este é um daqueles casos em que bem se pode afirmar que as imagens falam por si no que ao formato e às linhas da carroçaria diz respeito, já o interior é anunciado como o de um “Fórmula 2 de dois lugares”. Um excesso de linguagem dos marketeers, certamente, embora seja de salientar o design minimalista, com bancos integrados na estrutura, os pedais e o volante reguláveis, e um tablier que funciona como componente funcional e estrutural do veiculo, por contribuir para conferir resistência à coque.

Referência, ainda, neste particular, para os dois ecrãs de alta resolução de 10” (um ligeiramente colocado defronte do condutor, o outro no lado direito da consola central) são adaptados com componentes metálicos de elevada qualidade e de baixo peso; para ovolante com secções superior e inferior planas, airbag integrado e dois controlos integrados, destinados a definir funções como os modos de condução, a configuração da suspensão ou o LED indicador das mudanças na secção superior do volante. Apesar do seu radicalismo, o Project One não deixa de contar com ar condicionado, vidros elétricos e sistema de info entretenimento. Para não prejudicar a visibilidade traseira, o tradicional retrovisor interior foi substituído por um ecrã, que exibe, em tempo real, as imagens captadas por uma câmara.

Por saber está quando chegará o Project One ao mercado, quantos exemplares do mesmo serão produzidos e a que preço será proposto. Rumores há que apontam para 275 unidades, cada qual orçada em 2,275 milhões de euros à saída de fábrica e, mesmo assim, todas já com comprador atribuído, não obstante ter ainda pela frente mais cerca de ano e meio de desenvolvimento até que esteja em condições de chegar às mãos dos seus afortunados proprietários.

 

 

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