Lexus GS 300h F Sport
Lexus
GS
300h F Sport
2014
Grandes familiares
4
Traseira
2.5 Híbrido
223/6000
190
9,2
115
64 300
Consumos em condução moderada, Comportamento, Conforto, Qualidade geral, Equipamento, Condução suave
Velocidade máxima limitada, Ruído esforçado do motor em aceleração
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 190 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 8,5 |
0-400 m | 16,1 |
0-1000 m | 30,0 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 4,4 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 5,6 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 37,5 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 5,4 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,3 |
Cidade | 6,5 |
Média ponderada (*) | 6,44 |
Autonomia média ponderada (km) | 1025 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1445 |
Largura atrás | 1420 |
Comprimento à frente | 1200 |
Comprimento atrás | 720 |
Altura à frente | 990 |
Altura atrás | 910 |
Começo por confessar que não me é fácil ficar indiferente ao apelo visual do novo Lexus GS. Senhor de linhas modernas e expressivas, muito dinâmicas mesmo, possuidoras de uma irrefutável elegância e distinção, além do mais marca o suficiente a diferença para os modelos que tradicionalmente dominam entre nós o segmento dos grandes familiares de prestígio para me convencer, mesmo que sejam evidentes os traços comuns com o mais acessível IS. Como se tudo isto não bastasse, quando dotado do pacote de F Sport, que inclui pára-choques e grelha específicos, faróis por LED e, principalmente, umas lindíssimas jantes de 19”, o GS ganha uma agressividade que, esteticamente, o torna quase irresistível.
A atracção mantém-se no habitáculo. Muito por culpa do amplo espaço habitável (menos generoso apenas na altura atrás), da superior qualidade dos materiais, do rigor dos acabamentos, daquela sobriedade e fineza da decoração, tipicamente Lexus. E, também aqui, o pacote F Sport ajuda a tornar o ambiente ainda mais cativante, em boa parte devido ao soberbo volante desportivo com uma excelente pega, à pedaleira metálica, à generosa dotação de equipamento de série, aos óptimos bancos.
E não há reparos a fazer ao interior? Obviamente que sim. O lugar central traseiro é muito pouco acolhedor (ao contrário dos laterais, que oferecem um óptimo suporte para o corpo dos respectivos ocupantes); a ergonomia, em progresso face ao conhecido da marca, pode ainda evoluir bastante, nomeadamente no que diz respeito ao excesso de botões e à localização pouco racional de alguns deles (vejam-se os que comandam o travão de estacionamento eléctrico e a função Auto Hold); e o ecrã do sistema de infoentretenimento carece de algumas melhorias: apesar de muito completo, não só adopta um grafismo algo elementar e contrastante com a aparência globalmente sofisticada do cockpit, como o respectivo controlo, através do conhecido “rato”, ainda que melhor do que em anteriores gerações, continua a ser pouco preciso, obrigando até a desviar os olhos da estrada quando se pretende aceder a algumas funções.
Convirá neste ponto referir que, na mais recente geração, revelada no final de 2013, o GS é comercializado em Portugal apenas nas suas versões híbridas, a mais interessante (porque mais acessível) das quais a aqui analisada, que alia um motor 2.5 a gasolina de 181 cv a um motor eléctrico de 143 cv, para uma potencia combinada de 223 cv (a Lexus não anuncia o valor do binário máximo combinado). E a referência é importante porque é na mecânica que assenta o essencial do carácter do GS 300h, por sinal pouco ou nada desportivo, logo, aparentemente em colisão com as valências do já referido pack F Sport, e que não se esgotam no já enunciado.
Concretizando: além dos apêndices exteriores, das jantes, do volante e pedais desportivos, este pacote de equipamento inclui ainda a suspensão com amortecimento pilotado e o modo de condução Sport+ que, quando seleccionado, torna mais pronta a resposta ao acelerador e, no painel de instrumento digital, substitui o indicador de consumo energético por um conta-rotações, ao mesmo tempo que faz passar a sua iluminação de fundo de azul para vermelho. Ou seja, tudo elementos que fazem prever uma desportividade que se não materializa.
E não se concretiza porque não foi nesse sentido que o desenvolvimento do GS 300h foi orientado. A mecânica é mais suave do que pujante, mais linear do que explosiva, e mesmo que as acelerações até sejam aceitáveis, não haverão muitos automóveis no mercado que anunciem 223 cv de potência máxima (ou mesmo os 181 cv do motor térmico) e tenham como velocidade máxima 190 km/h – inferior, mesmo, aos 200 km/h prometidos pelo IS 300h animado pelo mesmo grupo motopropulsor. Por isso, é fácil antever que, dinamicamente, o GS 300h não seja um poço de divertimento ou emoção ao volante.
Só que, em contrapartida, é um primor quando utilizado de forma mais convencional, primando pela linearidade da resposta às solicitações do acelerador, pela suavidade de funcionamento da unidade motriz, pelos consumos de referência, sobretudo em cidade. A caixa de velocidades CVT de variação contínua é um elemento fulcral para o garante deste atributo, pela forma como conjuga o funcionamento dos motores térmico e eléctrico, mas também co-responsável pelo ruído algo esforçado do motor sempre que se pretende extrair dele todo o seu potencial. Quando assim é, os consumos também tendem a ser bem menos simpáticos, não sendo difícil obter médias próximas dos 20,0 l/100 km…
De alguma forma, é pena que assim seja, pelo menos para os adeptos de uma condução mais empenhada, que não deixarão de encantar-se com o excelente posto de condução e com a qualidade do evoluído châssis, com a sua frente muito precisa e acutilante, e com uma traseira que se adivinharia ágil com um motor mais pujante, já que, mesmo com o ESP desligado (para o conseguir, é necessário que o veículo esteja imobilizado), só jogando bem com os apoios, as transferências de massa e o acelerador é possível quebrar a ligação entre a massiva aderência garantida pelos enormes pneus traseiros e o asfalto, mas faltando depois a potência para manter a deriva. Por seu turno, a direcção assistida electricamente oferece um tacto demasiado pesado e artificial.
É, pois, nos modos Eco ou Normal que o GS 300h melhor conta dá de si (existe ainda o modo EV, totalmente eléctrico, que permite percorrer uns poucos quilómetros sem quaisquer emissões desde que se dê atenção redobrada ao uso do pedal da direita). Aí, aos atributos já mencionados, junta-se um “pisar” de grande qualidade, tornando praticamente imperceptíveis a generalidade das irregularidades, apenas notórias para os ocupantes as mais acentuadas, por via do baixo perfil dos pneus. E, em viagem a velocidades estabilizadas, como em cidade, não é demais voltar a salientar a contenção dos consumos.
Subsiste, assim, a dúvida da pertinência de optar pelo GS 300h com este pacote F Sport. Se o objectivo for usufruir de um temperamento desportivo, a resposta é não. Mas também importa não esquecer que o modelo, em Portugal, faz variar o seu nível de equipamento em função de pacotes, não sendo possível eleger elementos individualmente. Ou seja: por cerca de €7500 mais do que a versão Business, o GS 300h F Sport oferece os pára-choques e grelha específicos; os faróis por LED direccionais e com assistente de máximos; os interiores F Sport; a suspensão pilotada; as jantes de 19”; e o soberbo sistema de som Mark Levinson.
Prova-se, assim, que a opção por esta variante assenta, sobretudo, na importância que cada qual atribua à aparência exterior e a estes itens de equipamento – a versão de acesso do GS 300h é proposta por €52 950. Por mim, e como o GS até é o primeiro modelo do mundo a oferecer duas versões híbridas em simultâneo, ficou a enorme vontade de avaliar a combinação desta configuração no GS 450h, com os seus 345 cv – decerto capaz de prestações e um desempenho mais condicentes com as potencialidades do châssis, ainda que exigindo o dispêndio de mais €20 000…
Motor de combustão | Motor de combustão |
Tipo | 4 cil. em linha, longit., diant. |
Cilindrada (cc) | 2494 |
Diâmetro x curso (mm) | 90,0×98,0 |
Taxa de compressão | 13,0:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas com distribuição variável |
Potência máxima (cv/rpm) | 181/6000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 221/4200-5400 |
Alimentação | injecção mista |
Motor eléctrico | |
Tipo | Síncrono de íman permanente |
Potência máxima (cv/rpm) | 143/n.d. |
Binário máximo (Nm/rpm) | 300/0 |
Bateria | Ni-MH |
Rendimento combinado | |
Potência máxima combinada (cv/rpm) | 223/6000 |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4850/1840/1455 |
Distância entre eixos (mm) | 2850 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1540/1545 |
Jantes FR – TR | n.d.Jx17″ |
Ppneus FR – TR | 235/40 – 265/35 (Dunlop SP Sport Mazz 050) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1905 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 8,5 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 468/66 |
Transmissão | |
Tracção | traseira |
Caixa de velocidades | automática de variação contínua com 6 pré-selecções+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | n.d. |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (n.d.) |
Traseiros (ø mm) | Discos ventilados (n.d.) |
Suspensões | |
Dianteira | Independente, com braço triangulares sobrepostos |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos ou 160 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km (mudança de óleo 15 000 km) |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Airbag para os joelhos para condutor e passageiro
Aribags de cortina
Encostos de cabeça activos
Controlo electrónico de estabilidade
Assistente aos arranques em subida (HAC)
Cintos dianteiros+laterais traseiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Cruise-control
Bancos dianteiros com regulação eléctrica (16 vias)+memória+função easy entry+aquecidos+ventilados
Bancos em pele
Volante desportivo em pele regulável electricamente em altura+profundidade
Volante multifunções com patilhas de comando da caixa
Direcção com assistência eléctrica
Sistema de som Mark Levinson com leitor de CD/mp3/DVD+17 altifalantes+entrada USB/Aux+rádio digital DAB+ecrã 12,3″
Sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooh para telemóvel+áudio
Vidros eléctricos FR+TR
Cortina traseira eléctrica
Retrovisores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior+exteriores electrocromáticos
Sensor de luz+chuva
Sensores de estacionamento frente/trás+câmara de estacionamento traseira
Chave electrónica (acesso+ignição)
Alarme
Suspensão com amortecimento pilotado (AVS)
Faróis por LED com lava-faróis+assistente de máximos+iluminação activa
Faróis de nevoeiro
Luzes diurnas+farolins traseiros por LED
Iluminação interior por LED
Jantes de liga leve de 19” com pneus 235/40 na frente e 265/35 atrás
Sistema de monitorização da pressão dos pneus