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Citroën C4 Cactus e-HDI 90 ETG6 Shine Moonlight

Artigo
Citroën C4 Cactus e-HDI 90 ETG6 Shine Moonlight

Visão geral
Ano lançamento:

2014

Segmento:

Familiares compactos

Nº Portas:

5

Tracção:

Dianteira

Motor:

1.6 Diesel

Pot. máx. (cv/rpm):

92/4000

Vel. máx. (km/h):

182

0-100 km/h (s):

11,4

CO2 (g/km):

94

PVP (€):

23 987

Gostámos

Estética original e cativante, Consumos, Airbumps, Comportamento eficaz, Peso reduzido, Equipamento generoso

A rever

Conforto de marcha, Caixa de velocidades, Qualidade geral medíocre, Lacunas de equipamento

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Qualidade geral
6.0
Interior
6.0
Segurança
7.0
Motor e prestações
7.0
Desempenho dinâmico
7.0
Consumos e emissões
8.0
Conforto
7.0
Equipamento
8.0
Garantias
7.0
Preço
8.0
Se tem pressa...

Por muito que se pretenda analisá-lo sob uma perspectiva racional, o novo Citroën C4 Cactus é, sobretudo, emoção. Ousadia, originalidade, estética – tudo se combina para cativar os apreciadores de uma proposta diferente. A versão HDI aconselha à opção pela caixa manual: o preço é o mesmo, evita-se o funcionamento perfectível da transmissão pilotada e ganha-se um motor com mais 10 cv

7.1
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Não serei original, nem sequer era essa a pretensão. Mas a verdade é que o C4 Cactus não é, de todo, um daqueles automóveis a que seja fácil fazer uma abordagem completamente distanciada e desapaixonada. Em que a razão não se misture com a emoção. Nostalgia de criações igualmente originais, como os saudosos 2CV e Méhari, ou mesmo os inesquecíveis GS e AX? Ou atributo do próprio modelo? Estou em crer que uma mistura da duas coisas.

Inequívoco é que este é um automóvel que, desde os seus primeiros passos, ainda como protótipo, a ninguém deixa indiferente. Nem, agora que é realidade, e pelo menos neste início de carreira comercial, consegue passar despercebido onde quer que seja. Aliás, se o interesse manifestado na rua pelo C4 Cactus se traduzir em intenções de compra, então, estaremos perante um caso de raro sucesso, já que são raras as cabeças que não se viram à sua passagem.

Por onde quer que passe, o C4 Cactus faz virar as cabeças de quem com ele se cruza

Por onde quer que passe, o C4 Cactus faz virar as cabeças de quem com ele se cruza

Muito deste atributo deve-se à aparência exterior francamente invulgar do C4 Cactus. A frente é profundamente marcada pelos traços futuristas, quase espaciais, que evocam de imediato o novo C4 Picasso, aqui combinados com um ar mais “aventureiro” e, inevitavelmente, com os já célebres Airbumps – um elemento que, para além impacto estético, promete resistir a pequenos toques até 4 km/h (incluindo os das portas de quem ao nosso lado estaciona e as abre sem os devidos cuidados), para tal sendo constituídos por duas camadas de plásticos entre as quais existem uma cápsulas de plástico.

Mas como nem só de aparências pode viver um automóvel, mas difícil do que ser cativado pelo estilo do C4 Cactus é defini-lo enquanto produto. Pretende ser um “crossover”, mas a verdade é que, não obstante o tal ar “aventureiro”, nada há que lhe permita enfrentar outros terrenos que não o asfalto – tracção integral, um dispositivo electrónico destinado a esse fim, pneus mistos ou mesmo uma altura ao solo superior ao normal. Também não tem pretensões desportivas, uma lotação superior ao habitual ou uma capacidade de transporte de bagagens por demais generosa. No limite, a combinação de conceitos poderá, porventura, provir de fazer uso da designação C4 mas ter por base a plataforma do C3…

Não obstante o ambiente muito acolhedor, o habitáculo peca pela qualidade geral mediana e por algumas lacunas de equipamento. Mas, também aqui, não é fácil ficar indiferente ao apelo estilístico…

Não obstante o ambiente muito acolhedor, o habitáculo peca pela qualidade geral mediana e por algumas lacunas de equipamento. Mas, também aqui, não é fácil ficar indiferente ao apelo estilístico…

Aliás, este é um pormenor que não é, de todo, despiciendo, pois quem tiver aqui a ilusão de encontrar uma variante do familiar compacto da casa do double chevron depressa de desenganará. E logo nos primeiros momentos de convívio com o habitáculo. Claro que a decoração interior é por demais apelativa, e não são poucos os elementos a merecer aqui destaque: a simplicidade do painel de instrumentos e de todo o tablier; os bancos dianteiros a evocar um sofá; na versão de caixa automática, os três enormes botões na consola central que permitem controlar o seu funcionamento; o apoio de braços triangular (nas versões que do mesmo dispõem); o porta-luvas a abrir em cima (graças à instalação do airbag do passageiro no tejadilho); as pegas das portas dianteiras (resta saber qual a sua longevidade…).

Mas, depois, há também uma série de detalhes que provam que a redução de custos foi um dos factores que norteou o desenvolvimento do C4 Cactus, quem sabe se não em excesso, para mais sabendo-se que o preço não é, propriamente, reflexo dessa política. Veja-se a qualidade medíocre dos materiais utilizados; os vidros traseiros de abertura a compasso; a ausência de pegas nas portas traseiras (estão “cavadas” nos próprios painéis das mesmas); a coluna de direcção regulável apenas em altura; os vidros eléctricos sem função automática de abertura/fecho; as costas do banco traseiro rebatíveis apenas por inteiro (o que obriga a ter braços minimamente longos para pressionar, em simultâneo, os dois botões que o permitem, cada qual colocada nos extremos das mesmas).

O espaço disponível atrás é bastante simpático

O espaço disponível atrás é bastante simpático

Não é, pois, imperioso conduzi-lo para concluir que a aceitação do C4 Cactus dependerá muito de factores emocionais e mais imediatistas, da afinidade que o seu potencial cliente crie com a sua estética, exterior e interior, e com a simplicidade que este propõe. O que não significa que a sua utilização não seja digna de análise.

Ainda antes de dar ordem de partida ao motor, menção para o espaço disponível no habitáculo, nada desmotivante, para mais para um modelo que deriva da plataforma do C3, encómios merecendo também o bom acesso garantido aos lugares posteriores pelo generoso ângulo de abertura das portas traseiras. A bagageira, com 348 litros, também convence, sendo mais alvo de críticas o seu acesso algo elevado.

Ao volante, sinal mais para a posição de condução, surpreendentemente baixa e correcta, envolvente até, mesmo com o volante a não oferecer regulação em profundidade – provavelmente uma das melhores entre todos os Citroën da actualidade. Os bancos são muito macios, mais finos do que o habitual, não são dos que proporcionem maior apoio lateral mas acabam por ser acolhedores, excepto nas tiradas mais longas, em que acabam por massacrar o corpo dos ocupantes.

A caixa pilotada não é o melhor aliado do agrado de condução. A melhor forma de utilizá-la é recorrendo às patilhas de comando no volante, já que o modo totalmente automático ainda carece de muita evolução

A caixa pilotada não é o melhor aliado do agrado de condução. A melhor forma de utilizá-la é recorrendo às patilhas de comando no volante, já que o modo totalmente automático ainda carece de muita evolução

Em cidade, naquelas vias em pior estado de conservação, o C4 Cactus volta a patentear que o rigor construtivo não é o seu maior trunfo, tendo em conta a profusão de ruídos parasitas e a intrusão do ruído motor no habitáculo. A velocidades mais elevadas em auto-estrada, são os ruídos aerodinâmicos que perturbam a qualidade de vida a bordo, sobretudo a velocidades acima dos 150 km/h.

Aqui chegados, convirá lembrar que o protagonista deste ensaio é o C4 Cactus animado pelo motor 1.6 e-HDI de 92 cv, combinado com a caixa de velocidades pilotada de seis velocidades (a versão 1.2 VTI também já foi alvo de análise da Absolute Motors – clique aqui para saber mais – sendo a gama de motores mais um dado que prova que o modelo se aproxima mais de um utilitário do que de um familiar compacto). Uma unidade que não prima pelo silêncio, mas que garante uma resposta satisfatória na generalidade das situações de utilização e, o que é mais, óptimos consumos.

A propósito, no que à mecânica diz respeito, o maior reparo vai mesmo para a caixa de velocidades. Não pelo seu escalonamento definido para reduzir o consumo, mas pela forma como as trocas de velocidades se processam: apesar de muito ter melhorado face à sua anterior geração, continua a efectuar este processo de forma demasiado desagradável, agitando os ocupantes sempre que efectua a sequência corte de aceleração/desembraiar/engrenar mudança/embraiar/voltar a acelerar.

Felizmente que as patilhas no volante, para comando manual sequencial da transmissão, são de série neste C4 Cactus, pois, graças a elas, e a um aliviar do acelerador na altura de passar de caixa, tudo se torna mais suave. Pode não ser o mais prático, mas funciona, e até é fácil com este recurso garantir uma ligeira redução do consumo. Quem preferir, pode sempre optar pela versão manual, proposta ao mesmo preço, mas animada pela variante de 100 cv do mesmo motor.

Dinamicamente, o C4 Cactus é muito competente e agradável de utilizar, tirando óptimo partido de uma redução de peso da ordem dos 200 kg face ao que seria de esperar de um automóvel deste porte

Dinamicamente, o C4 Cactus é muito competente e agradável de utilizar, tirando óptimo partido de uma redução de peso da ordem dos 200 kg face ao que seria de esperar de um automóvel deste porte

E é também no capítulo dinâmico que algumas opções estratégicas tomadas pela marca francesa pagam alguns dividendos. O recurso à plataforma do C3, a ausência de maior quantidade de material fonoabsoervente, a supressão de alguns equipamentos habituais na classe dos familiares compactos – tudo isto são factores que contribuíram decisivamente para uma redução da ordem dos 200 kg do peso final. Factor que acarreta naturais benefícios para o comportamento.

Não em piso irregular, onde o exi semi-rígido traseiro torna o C4 Cactus algo truculento e saltitão, e em nada contribui para o conforto a bordo. Mas, sobre asfalto bem conservado, merecem elogios as prestações bastante aceitáveis, (mais uma vez) os consumos comedidos, a facilidade condução, que até se pode transformar em divertimento ao volante, já que o eixo dianteiro é preciso, os movimentos da carroçaria bem controlados, a direcção correctamente assistida e os travões competentes.

Tudo somado, o C4 Catus HDI parece ter o leque de argumentos suficientes para atingir os objectivos a que a Citroën se propõe. A versão ensaiada, por ser a de topo, e uma série especial de lançamento, não é a mais acessível, mas o equipamento oferecido de série acaba por justificar em grande parte os quase 24 mil euros que custa. Objectivamente, pode não ser este o modelo mais refinado ou racional da sua categoria. Mas como a paixão e a emoção (felizmente) continuam a ter um peso fundamental na indústria automóvel, quem se deliciar com o seu ar divertido seguramente não sairá defraudado. Mesmo com todas as suas lacunas e detalhes perfectíveis, e não tendo a unidade ensaida a combinação cromática que escolheria (certo mais constrastante e alegre!), eu não saí…

Apesar do ar algo "aventureiro", as capacidades para o C4 Cartus se aventurar por outros terrenos que não o asfalto são equivalentes às de qualquer modelo "convencional"

Apesar do ar algo “aventureiro”, as capacidades para o C4 Cartus se aventurar por outros terrenos que não o asfalto são equivalentes às de qualquer modelo “convencional”

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Airbag para condutor e passageiro (desligável e integrado no tecto)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Assistência aos arranques em subida
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Airbumps (cor “Chocolate”)
Ar condicionado automático
Computador de bordo
Bancos do condutor regulável em altura
Bancos dianteiros estilo sofá
Banco traseiro rebatível (por completo)
Volante multifunções em pele regulável em altura
Pack Habana Inside (inclui revestimentos em pele/tecido castanhos+costuras contrastantes)
Cruise control+limitador de velocidade
Direcção com assistência eléctrica variável
Rádio com leitor de CD/mp3+ecrã táctil 7″+6 altifalantes+entradas USB (2)/Aux+sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooth
Vidros eléctricos FR/TR escurecidos com abertura manual em compasso
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos
Faróis de nevoeiro com função de curva
Luzes diurnas por LED Sensor de luz+chuva
Sensores de estacionamento traseiros+câmara de marcha-atrás
Jantes de liga leve de 17″
Barras de tejadilho em preto brilhante
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Roda suplente de 16″
Pintura branco pérola nacarado

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zyrgon