Renault Koleos dCi 175 4×2 X-Tronic Initiale Paris
Renault
Koleos
dCi 175 4x2 X-Tronic Initiale Paris
2017
SUV
5
Dianteira
2.0 Diesel
175/3750
2002
9,3
5,2/5,4/5,8
(Extra-urbano/Combinado/Urbano)
146
49 500/50 500 (unidade testada)
Habitabilidade e mala, Equipamento de série, Classe 1 com Via Verde, Requinte interior, Imagem distinta
Consumo em cidade, Caixa CVT lenta, "Apenas" cinco lugares
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 202 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 10,5 |
0-400 m | 17,5 |
0-1000 m | 31,9 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 5,7 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 8,3 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 40,0 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 5,6 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 6,8 |
Cidade | 8,4 |
Média ponderada (*) | 7,52 |
Autonomia média ponderada (km) | 798 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1470 |
Largura atrás | 1440 |
Comprimento à frente | 1170 |
Comprimento atrás | 830 |
Altura à frente | 1060 |
Altura atrás | 990 |
Numa época em que uma das máximas da indústria automóvel parece ser “quanto mais SUV/crossover, melhor”, acaba por constituir vantagem competitiva de relevo integrar um consórcio com inquestionáveis valências em termos de partilha de plataformas e de outros elementos mecânicos, e, até, de estruturas produtivas. Exemplo disso mesmo, a Aliança Renault-Nissan, e a marca francesa em concreto: ainda a capitalizar o estrondoso êxito que foi, e continua a ser, o Qashqai, líder europeu do segmento, em pouco tempo, a oferta da casa do losango passou a incluir vários modelos deste género, do Captur (líder europeu na sua classe) à nova Espace, passando pelo Kadjar, pelos Scénic e Grand Scénic e, agora, pelo Koleos – assentando estes quatro modelos sobre a mesma plataforma modular CMF C/D, a mesma que serve, entre outros, também o Talisman, o best-seller nipónico e o seu “irmão” mais velho X-Trail, porventura o parente mais próximo da novel criação gaulesa.
Entre tão variada oferta, a estratégia do Koleos, que do seu antecessor mais não herda do que o nome, assentará na oferta de um modelo mais espaçoso, refinado e exclusivo do que o Kadjar, e também mais acessível do que a Espace, a que se junta, em Portugal, um preço apelativo conjugado com um equipamento extremamente completo. Sendo que, no nosso país, há ainda que ter em conta outra premissa: a necessidade de obter a classificação de Classe 1 nas portagens, o que explica que, entre nós, apenas sejam comercializadas as versões equipadas com o motor 2.0 dCi de 175 cv (noutras paragens também existe o 1.6 dCi de 130 cv) e a caixa de variação contínua X-Tronic, aquelas em que o peso bruto supera os 2300 kg para poderem usufruir de tal estatuto – se bem que tal apenas se aplique à de tracção dianteira, e mediante adesão à Via Verde.
Expoente máximo da tal relação preço/equipamento muito competitiva será o protagonista deste ensaio, o Koleos dCi 175 4×2 X-Tronic Initiale Paris, a versão mais dotada da gama, proposta liminarmente abaixo da meia centena de milhar de euros, mas com um equipamento de série em que nada parece faltar, e se contam pelos dedos de uma mão os opcionais disponíveis. E, também, uma proposta cujos defeitos e virtudes são bem explicados pelo referido recurso a sinergias várias no seio do consórcio franco-nipónico.
Nada que a imagem exterior pareça indiciar, todavia. Com linhas bastante evoluídas e refinadas, que lhe conferem uma aparência distinta e atraente, o Koleos é, sem dúvida, um SUV que não passa despercebido, senhor de uma pose imponente e sofisticada, capaz de cativar o olhar aprovador da maioria. Algo que é ainda mais evidente nesta sua versão de topo, graças às suas jantes exclusivas de 19” propostas de série, e à pintura especial metalizada.
O interior prima por uma qualidade geral de nível superior, e se bem que ainda não esteja no mesmo patamar da Espace, face, por exemplo, ao Kadjar beneficia de uma muito mais criteriosa escolha de materiais e de acabamentos bem mais rigorosos, complementados, nesta variante Initiale Paris, por algum exotismo e por um luxo extra. O espaço interior é óptimo, nomeadamente em largura e em comprimento atrás, ainda que, por comparação com a Espace, ou mesmo com o Nissan X-Trail, se sinta a ausência de um banco traseiro com regulação longitudinal e da possibilidade de se poder contar com sete lugares, nem que fora como opção. A capacidade da bagageira, não sendo referencial, não merece reparos; o banco traseiro pode ser rebatido a partir da própria mala; e existem inúmeros espaços para arrumação de objectos espalhados pelo habitáculo.
A posição de condução, como não será de espantar, é propositadamente elevada, permitindo ao condutor usufruir de um bom domínio visual sobre o que o rodeia, merecendo também nota mais os bancos revestidos a pele, aquecidos e ventilados, com regulação eléctrica para o condutor, e dotados de uns soberbos encostos de cabeça com regulação em altura e lateral. Comum a todos os Koleos, seja qual for o nível de equipamento, o sistema de infoentretenimento R-Link 2, extremamente completo e de fácil interacção, na versão Initiale Paris incluindo o sistema de navegação com cartografia da Europa.
Sob o capot do Koleos vendido em Portugal está o motor que melhor jus faz à sua vocação, ainda que a razão de tal escolha seja a já explanada: o bloco turbodiesel de 2,0 litros com 175 cv de potência e um binário máximo de 380 Nm às 2000 rpm. Com uma resposta sempre pronta e um funcionamento bastante linear, infelizmente não tem na caixa X-Tronic, do tipo CVT, a sua melhor aliada, só que esta combinação (a mesma que a Nissan utiliza no X-Trail ) é a possível para não aumentar os custos de produção, ao contrário do que aconteceria se a Renault tivesse recorrido à sua muito mais convincente caixa pilotada EDC de dupla embraiagem.
Reconheça-se, contudo, que os técnicos fizeram o possível para obviar as limitações desta solução, introduzindo sete relações “pré-definidas” que, na prática, visam simular as trocas de mudança de uma caixa automática convencional. Só que o facto é que a caixa X-Tronic não só não é a mais lesta nas solicitações mais exigentes, como revela amiúde notórias hesitações, levando a que o motor funcione, frequentemente, em regimes muito superiores ao que seria necessário – algo que tem óbvias implicações negativas para a comodidade a bordo (com o ruído do motor a invadir desnecessariamente o habitáculo, não obstante o bom trabalho realizado ao nível do isolamento acústico interior) e os consumos.
Neste particular, o Koleos consegue ser bastante frugal em estrada e auto-estrada a velocidades estabilizadas, o que já não acontece quer em cidade, quer quando se aumenta o ritmo de condução. Por fim, refira-se que comandar a caixa manualmente em sequência só é possível a partir do respectivo punho, já que não existem para tal patilhas no volante, e que acaba sempre por subsistir a sensação de que este motor seria muito mais convincente, em termos de prestações como de consumos, e até de envolvência da condução, se combinado com uma caixa manual.
Dinamicamente, não há muito a apontar ao Koleos dCi 175 de tracção dianteira, tendo em conta a sua vocação iminentemente familiar. Muito confortável, com as jantes de 19” a prejudicarem-no nesta matéria apenas nos ressaltos mais acentuados, o seu comportamento é muito honesto e previsível, tendo na facilidade de condução um dos seus maiores atributos. Já os adeptos de uma condução mais empenhada notarão que as suas dimensões (sobretudo a altura da carroçaria e a própria altura ao solo, traduzidas num centro de gravidade mais elevado) se fazem sempre sentir, sendo notória a sua tendência para a subviragem sempre que se abordam as curvas mais exigentes com maior optimismo.
Nada que cause sobressaltos de maior, graças ao evoluído châssis, com suspensões independentes em ambos os eixos, ao correcto controlo dos movimentos da carroçaria e à electrónica, até porque não é possível desligar o controlo de estabilidade. Mas também não é menos verdade que a envolvência e a eficácia ficam aquém do oferecido pela Espace, tanto mais que aqui não estão disponíveis nem o amortecimento pilotado, nem a direcção integral 4Control nem os vários modos de condução (o único proposto é o Eco, que reduz a sensibilidade do acelerador, para melhores consumos).
Fora de estrada, o Koleos evoluiu com razoável à vontade, por via dos seus bons ângulos característicos e de uma altura ao solo de 210 mm, mas estando naturalmente limitado pela tracção a apenas um dos eixos. Ainda melhores resultados alcançará, decerto, a variante com transmissão às quatro rodas, se bem que à custa de um investimento superior em 3400 euros e do handicap de passar a pagar Classe 2 nas portagens…
Ainda assim, e tendo em conta o preço a que é proposto, este não deixa de ser um modelo manifestamente interessante na sua classe. Nesta sua versão 4×2 de topo, o Koleos custa 49 500 euros, mas a variante de acesso Zen está disponível desde 41 250 euros, e a intermédia Intens desde 44 000 euros. Resta saber se o seu principal óbice não será a própria Espace, mesmo que a sua oferta Diesel esteja condicionada às versões de 130 cv e 160 cv do motor 1.6 dCi.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1995 |
Diâmetro x curso (mm) | 84,0×90,0 |
Taxa de compressão | 16,0:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 175/3750 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 380/2000 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbocompressor+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4673/1843/1678 |
Distância entre eixos (mm) | 2705 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1591/1586 |
Jantes – pneus (série) | 8Jx19″ – 225/55 (Goodyear Efficient Grip SUV 4×4) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1643 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 9,38 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 498-1706/60 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 11,4 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | discos ventilados (320) |
Traseiros (ø mm) | discos maciços (292) |
Suspensões | |
Dianteira | MacPherson |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 8 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km |
Airbag para condutor e passageiro adaptativos (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Sistema de travagem automática de emergência
Alerta de saída involuntária da faixa de rodagem
Sistema de monitorização do ângulo morto
Sistema de leitura de sinais de trânsito com alerta de excesso de velocidade
Sistema de auxílio aos arranques em subida
Travão de estacionamento eléctrico
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo TFT a cores de 7″
Bancos em pele
Banco do condutor regulável electricamente
Banco dianteiros aquecidos+ventilados
Banco traseiro rebatível 60/40
Volante multifunções em pele, regulável em altura+profundidade
Sistema de som Bose+ecrã táctil de 8,7″+tomadas USB/Aux
Mãos-livres Bluetooth
Sistema de navegação
Direcção com assistência eléctrica variável
Acesso+arranque sem chave
Vidros eléctricos FR/TR
Vidros traseiros escurecidos
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Portão traseiro eléctrico com abertura/fecho “mãos-livres”
Cruise control+limitador de velocidade
Sensores de luz/chuva
Sensores de estacionamento FR/TR+câmara de estacionamento traseira
Assistente de máximos
Faróis integralmente por LED
Barras de tejadilho
Jantes de liga leve de 19″
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Kit de reparação de pneus
Pintura metalizada especial (€900)
Pneu suplente de emergência (€100)