McLaren Senna: tudo sobre o novo superdesportivo que… já esgotou!
A poucos dias da estreia oficial em público do McLaren Senna, o modelo mais radical de sempre da casa britânica autorizado a circular na via pública, a marca de Woking revela novas imagens e, mais importante, todos os detalhes técnicos acerca de um modelo criado em homenagem a Ayrton Senna, aquele que, para muitos, foi o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. De recordar que o McLaren Senna será produzido numa série limitada a 500 unidades, todas já atribuídas, e cada qual construída à mão (num processo que exige 300 horas de trabalho) e custando mais de 840 mil euros – excepção feita à leiloada em Dezembro passado num evento privado para clientes da McLaren, arrematada por 2,25 milhões de euros, verba integralmente destinada ao Instituto Ayrton Senna, organização que se dedica à promoção da educação junto de praticamente dois milhões de crianças e jovens desfavorecidos no Brasil.
Visualmente, o McLaren Senna impressiona pelas suas formas orgânicas e extremamente agressivas, e em que todas as linhas obedecem ao princípio “a forma segue a função”, garantindo a McLaren que não existe uma que percorra o modelo de uma ponta a outra que não passe através de uma tomada de ar ou saída de ventilação funcional. Todo o design obedece a estritas exigências aerodinâmicas e de arrefecimento dos componentes mecânicos, ao ponto de a complexa imponente asa traseira activa de duplo ano e operação hidráulica, em conjunto com os apêndices aerodinâmicos activos dianteiros e traseiros, gerarem uma impressionante downforce de 800 kg a 250 km/h (só a asa traseira, peaando apenas 487 kg, está apta a suportar mais de 100 vezes o seu peso). Outro pormenor interessante, as ponteiras de escape montadas na posição mais baixa de sempre de um McLaren com matrículas, 18 cm abaixo do que acontece nos modelos da família Super Series da marca.
Montado em posição central no McLaren Senna está o mais potente motor de combustão interna alguma vez instalado num modelo de estrada da marca: o 4.0-V8 biturbo com pistões e bielas ultraleves (exclusivos do McLaren Senna), cambota plana e lubrificação por cárter seco, denominado M840TR e capaz de disponibilizar 800 cv/7250 rpm e um binário máximo de 800 Nm constante entre as 5500-6700 rom (sendo que às 3000 rpm oferece já 700 Nm). Valores que assumem tanto mais importância quando se atenta que o peso do conjunto não vai além dos 1198 kg (o mais baixo desde o emblemático McLaren F1 de 1993), o que se traduz numa relação peso/potência liminarmente abaixo de 1,5 kg/cv e em prestações capazes de tirar a respiração: 2,8 segundos nos 0-100 km/h; 6,8 segundos nos 0-200 km/h; e 340 km/h de velocidade máxima.
O sistema de escape em titânio e inconel (superliga com base de níquel-crómio) é outro elemento fundamental da unidade propulsora do McLaren Senna, recorrendo a duas válvulas, em vez de quatro na sua saída com três ponteiras. Segundo a McLaren, garante ao veículo uma sonoridade feroz e gritante, semelhante à de um motor de moto de competição, e totalmente diferente da de qualquer outro seu modelo, que sobe 10dB por cada 2000 rpm – sendo que, nos mercados em que a legislação em termos de ruído não exige o recurso a essas válvulas, o silenciador é removido, tal como a terceira ponteira de escape, o que certamente garantirá uma sonoridade ainda mais impressionante.
Ao mesmo tempo, a estrutura monocoque Monocage III, em fibra de carbono, é a mais resistente algumas vez criada para um McLaren de estrada, contando com uma montagem traseira de paredes duplas que funcionam como célula de protecção em caso de capotamento. Os painéis da carroçaria, igualmente em fibra de carbono, apesar da sua elevada rigidez estrutural, pesam menos do que 60 kg, ao passo que, no interior, dominam, mais uma vez, a fibra de carbono (tablier, portas e elementos visíveis da estrutura), assim como a Alcantara que reveste os airbags laterais.
Interior que mais se assemelha ao cockpit de um carro de corridas, com o módulo que permite seleccionar as posições “D”, “N” e “R” da transmissão a estar fixo ao banco do condutor, movendo-se com este, para que estejam sempre ao alcance da mão, e os botões de abertura das portas e comando dos vidros eléctricos a passarem a estar colocados num painel instalado ao centro do tejadilho. O volante forrado a Alcantara não tem quaisquer botões, por trás destes estando montadas, em posição fixa, as patilhas em carbono para comando da caixa de velocidades pilotada de dupla embraiagem e sete velocidades.
O McLaren Senna estreia, ainda, uma suspensão activa com afinação pensada para uma utilização em circuito, de seu nome RCC II (RaceActive Chassis Control II) e anunciada como a mais evoluída de sempre de um McLaren de estrada. Com triângulos sobrepostos nas quatro rodas, e amortecedores adaptativos interligados hidraulicamente (lateral e longitudinalmente), assegura uma capacidade de repsosta em dois milésimos de segundo, graças aos acelerómetros instalados em cada roda, aos dois sensores de pressão por amortecedor e aos diversos sensores instalados na carroçaria.
À disposição do condutor do McLaren Senna estão quatro modos de condução: Comfort, Sport e Track, seleccionáveis através do painel de botdo, e ainda o modo Race, activado através de um botão existente no painel montado no tejadilho. Para lidar com as suas exuberantes prestações, foram desenvolvidos pela Pirelli pneus P Zero Trofeo R especificamente para o McLaren Senna (de medida 245/35ZR19 na frente, e 315/30ZR20 atrás), concebidos para utilização em pista seca, mas homologados para a via pública. Por fim, mas não menos importante, sublinhe-se que o sistema de travagem, e como não podia deixar de ser, é o mais avançado alguma vez instalado num McLaren de estrada, contando com discos carbocerâmicos (cada qual demora sete meses a ser produzido, dispondo de aletas de refrigeração maquinadas) e pinças dianteiras inspiradas nas utilizadas na Fórmula 1, do tipo monobloco com seis pistões ventilados.