Renault Mégane Sport Tourer 1.6 dCi 130 GT Line

Modelo preferido dos portugueses na sua classe, a Renault Mégane Sport Tourer ganha apelo adicional quando equipada com o novo motor 1.6 dCi de 130 cv da marca francesa, por sinal o mais potente da categoria onde se inscreve. Com ele, a carrinha gaulesa alia a atributos de todos já bem conhecidos – como o amplo habitáculo e a generosa bagageira; ou apreciável qualidade geral – um desempenho dinâmico (ainda) mais convincente.

Obviamente que o principal responsável por este trunfo é mesmo o motor. Estreado em 2011, no Scénic, conta com uma arquitectura praticamente quadrada (diâmetro dos cilindros semelhante ao respectivo curso) e diversas soluções técnicas de ponta que contribuem decisivamente para o seu desempenho – da bomba de óleo de capacidade variável ao evoluído sistema common-rail com multi-injecções, passando pelo sistema Stop/Start; pelo revestimento de algumas peças móveis determinantes com um material compósito para reduzir atritos (e, assim, vibrações) ou pelo sistema de recirculação de gases de escape a frio.

No final, e com uma cilindrada de 1598 cc, este motor consegue oferecer 130 cv às 4000 rpm e um binário máximo de 320 Nm às 1750 rpm, estando 80% do mesmo disponível logo às 1500 rpm. Não menos relevante, o consumo médio anunciado não vai além dos 4,0 l/100 km, a que correspondem emissões de CO2 de 10 4 g/km.

Mas é na prática que este propulsor melhor revela todos os seus trunfos, como quando instalado na Mégane Sport Tourer aqui em análise. Com um funcionamento bastante suave e silencioso para um Diesel, desde logo se destaca pela sua resposta franca a partir do regime de binário máximo, embora seja forçoso reconhecer que a baixo rotação não é tão disponível quanto as variantes mais sofisticadas do motor 1.5 dCi da marca francesa.

O comportamento eficaz, as boas prestações e os excelentes consumos fazem parte dos atributos da mais dotada variante Diesel da gama Mégane. A suspensão rebaixada prejudica, contudo, o conforto, em particular em piso degradado

Em compensação, quando se pretende imprimir um ritmo mais vivo, são mais do que notórias as suas vantagens. Apoiado por uma caixa de seis velocidades precisa, suficientemente rápida e bem escalonada, sobe facilmente de regime até às 4500 rpm e garante prestações de excelente nível, patentes numa velocidade máxima de 200 km/h ou nos 10,1 segundos necessários para cumprir os 0-1000 km/h. Tão ou mais notáveis são os consumos, que numa utilização cuidada se ficam por uns excelentes 4,5 l/100 km, mas que mesmo numa condução sem preocupações economicistas pouco superam os 7,0 l/km.

Usufruir destes valores é tanto mais agradável quando em simultâneo se dispõe de um châssis eficaz como o é o do Renault Mégane, sobretudo no nível de equipamento GT Line, que, entre outros mimos, inclui uma suspensão mais firme, o que se traduz num desempenho mais acutilante. De facto, para os amantes de uma condução mais viva, esta Mégane Sport Tourer 1.6 dCi GT Line consegue ser fonte de grande prazer, fazendo jus aos pergaminhos da Renault neste domínio. Únicos pontos fracos: uma direcção com assistência variável eléctrica, que carece de maior precisão, sobretudo a velocidades mais elevadas; e a sensível redução do conforto, em particular em asfaltos menos lisos.

Por outro lado, e como a qualidade tem sempre o seu preço, os valores a que são propostos entre nós os membros da gama Mégane animados por esta unidade motriz estão longe de ser o seu principal argumento (cerca de €2000 mais do que as variantes equivalentes equipadas com o 1.5 dCi de 110 cv). Pelo que a forma encontrada pela Renault para tornar comercialmente mais competitivo o produto foi propô-lo apenas com os níveis de equipamento de topo: Bose Edition e GT Line. Se a primeira tem a vantagem de não condicionar o conforto de marcha, a segunda, disponibilizada por €30 000 no caso da carrinha Mégane Sport Tourer, conta com aqueles argumentos que casam na perfeição com o potencial dinâmico do modelo: além da já mencionada suspensão desportiva, oferece uma aparência exterior e interior a condizer, não esquecendo o volante ou os bancos desportivos e a pedaleira metálica.