Lexus LS 600h F-Sport
Lexus
LS
600h F-Sport
2012
Luxo
4
Integral permanente
5.0-V8 híbrido
445/6400
250
6,1
199
142 000
Exclusividade, Conforto, Tecnologia, Facilidade de condução, Prestações, Silêncio a bordo, Equipamento
Preço, Pormenores de ergonomia, "Rato" do sistema de bordo
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 250 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 6,6 |
0-400 m | 14,6 |
0-1000 m | 25,9 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 4,4 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 4,0 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 38,0 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 8,1 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 9,6 |
Cidade | 12,1 |
Média ponderada (*) | 11,0 |
Autonomia média ponderada (km) | 763 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1515 |
Largura atrás | 1450 |
Comprimento à frente | 1150 |
Comprimento atrás | 790 |
Altura à frente | 960 |
Altura atrás | 910 |
Este não é um automóvel qualquer (se é que o conceito sequer existe…). É o modelo de topo da Lexus, na sua variante mais poderosa, tecnologicamente mais dotada e mais vocacionada para uma condução dinâmica. Uma proposta que, conceptualmente, e independentemente das suas virtudes e defeitos, encerra algo singular: é das poucas que, e há já um quarto de século, combate com apreciável sucesso os inevitáveis dominadores de um dos segmentos mais exigentes do mercado – em particular os europeus, e especialmente os germânicos.
Em Portugal, na sua mais recente geração, o LS apenas está disponível na sua declinação híbrida, em que um 5.0-V8 a gasolina se alia a um motor eléctrico para oferecer uma potência combinada de 445 cv. Isto porque a variante animada apenas pelo propulsor térmico, com 388 cv, devido às superiores emissões de CO2, e consequente superior penalização fiscal, seria obrigada a praticar entre nós um preço que a impediria de usufruir de qualquer competitividade comercial.
Pelo intróito facilmente se concluirá que o Lexus LS 600h F-Sport aqui em análise encerra tudo o que de melhor a Lexus actualmente tem para oferecer (melhor – ou maior… -, só a versão de châssis longo, com mais 120 mm entre eixos). Dentro da sua gama, esta versão destaca-se pela inclusão do pacote “desportivo” que lhe dá o nome, e que inclui uma série de elementos específicos, a saber: suspensão rebaixada 10 mm e com sub-châssis traseiro reforçado; barras estabilizadoras activas; caixa de ressonância integrada no colector de admissão, para tornar mais encorpada a sonoridade do motor; carroçaria com aerodinâmica aperfeiçoada; bancos desportivos; travões Brembo com pinças de seis pistões; e volante em pele com patilhas para comando manual em sequência da caixa de velocidades.
Revisto no final de 2012, e lançado no mercado nacional já durante o ano em curso, o LS da nova geração não é, assumidamente, um automóvel completamente novo, antes uma evolução do modelo lançado em 2008. Mas também há que realçar que é mais do que um mero restyling, pois recebeu mais de três mil melhoramentos, e não só estéticos, como se comprova ao fim de alguns dias de convívio com esta berlina de luxo.
Não que isso signifique que o progresso estilístico não seja relevante. Embora discrição seja o termo que, porventura, melhor define a sua aparência exterior, ainda assim o renovado LS exibe linhas bastante mais fluídas e modernas do que até aqui (na versão F-Sport sublinhadas, sobretudo, pelas belas jantes negras de 19”), antecipando um dinamismo que a prática acabará por confirmar.
E logo aqui temos um dos factores que permitem à proposta nipónica destacar-se da principal concorrência: ao invés de optar por uma pose algo impositiva, quase arrogante, o LS destaca-se pela exclusividade de um parque circulante muito inferior ao dos seus rivais (pelo menos na Europa) e por formas tão elegantes que, de alguma forma, até disfarçam a imponência das dimensões exteriores (mais de 5,0 metros de comprimento por praticamente 1,9 metros de largura). Por outras palavras, o modelo da categoria a ter em conta por quem goste de fazer a diferença e, ao mesmo tempo, de passar despercebido.
Já o interior será menos consensual. Embora a qualidade geral seja de excelência, tal está longe de se perceber de imediato, muito por culpa da decoração demasiado sóbria, da profusão de botões de comando por tudo quanto é sítio em redor do condutor (o que não é a solução mais ergonómica – neste particular, a Lexus nada perderia em seguir o caminho das suas rivais germânicas no que toca à aglomeração/concentração desses mesmos comandos) e de excessivos elementos absolutamente iguais aos possíveis de encontrar num bem mais modesto modelo da Toyota. Curiosidade: dando ouvidos a várias (e antigas críticas), a Lexus decidiu enfim passar a incluir um relógio analógico nos seus modelos, e o LS é o primeiro a brindar o seu proprietário com tal mimo – uma peça mais sofisticada do que à primeira vista possa parecer, e que até dispõe de acerto automático via GPS!
Impossível não destacar, também, o sistema de infoentretenimento. Pela positiva, pelo generoso tamanho do seu ecrã e pela quantidade de informação disponibilizada; pela negativa, por um menu muito completo mas de design, também ele, simplório e nem sempre intuitivo; e pelo funcionamento algo anacrónico do “rato” destinado à sua operação, e que acaba por distrair o condutor da sua principal tarefa.
Acima de quaisquer reparos estão o soberbo sistema de som Mark Levinson e a ampla habitabilidade – o espaço disponível atrás é quase um salão de festas e, como que para lembrar que, mesmo nesta versão “curta”, o LS se adapta bem a quem gosta de ser conduzido, lá estão os comandos que permitem regular o banco do passageiro da frente a partir dos lugares posteriores.
Em contrapartida, nesta versão híbrida, devido à colocação das baterias atrás do banco traseiro, a capacidade da bagageira é modesta, não indo além de 420 litros, ou seja, menos 140 litros do que no LS 460 com motor V8.
Mas nada como passar à acção para ver o que realmente vale este LS 600h F-Sport. Para o posto de condução, e exceptuando a referida panóplia de botões, sobram elogios: os bancos dianteiros multireguláveis electricamente (por sinal, aquecidos e refrigerados, e com nada menos do que dezasseis vias de regulação); o volante F-Sport em pele perfurada de tacto e dimensões perfeitas, com regulação eléctrica em altura em alcance; os pedais em alumínio perfurados; e um painel de instrumentos totalmente digital e com uma legibilidade praticamente irrepreensível permitem encontrar a posição de condução perfeita em breves momentos.
Como o acesso ao interior é feito através de uma chave electrónica, basta pressionar um botão para ligar o grupo motopropulsor. Um indicador com a palavra “Ready” confirma que a operação foi bem sucedida, já que nada se sente ou ouve vindo do compartimento do motor nesta fase – primeiro sinal de que o isolamento acústico é um dos must do topo de gama da Lexus; e o conforto a bordo um dos seus maiores trunfos.
Para iniciar a marcha há que colocar a alavanca da caixa na posição “D” e eleger um dos cinco modos de funcionamento disponíveis: Eco, Comfort, Normal, Sport S e Sport S+, através de um comando rotativo colocado entre os bancos dianteiros. Independentemente do eleito, a verdade é que só os mais extremos revelam diferenças notórias entre si: o primeiro por se sentir que o motor está, de facto, “cortado” para proporcionar melhores consumos; os últimos porque revelam uma melhor resposta às solicitações do acelerador e porque só aqui o painel de instrumentos exibe um conta-rotações de coloração vermelha no lugar indicador de carga azul presente nos restantes modos.
Tal característica deve-se ao desempenho da própria motorização – a mais potente do mundo entre as híbridas que têm por base um V8. Ao combinar um motor de combustão interna com 389 cv e 400 Nm com um motor eléctrico com 165 cv e 300 Nm e uma caixa de variação contínua, o LS 600h F-Sport oferece, em qualquer circunstância, uma resposta extraordinariamente linear, com acelerações e reprises a condizer. As patilhas de comando da caixa no volante servem, essencialmente, para antecipar as reduções para uma das oito posições pré-programadras da caixa e, assim, usufruir de um maior efeito de travão-motor, dado que, em todas as situações, a aceleração é virtualmente constante e o seu uso dispensável.
Existem ainda dois modos adicionais de funcionamento: “Snow” (para enfrentar pisos de aderência muito diminuta) e “EV”. Este último faz uso apenas do motor eléctrico, mas, para se conseguir utilizá-lo, é preciso pressionar o acelerador como se por debaixo do pé se tivesse um ovo de fina casca, circular a baixa velocidade e não ter grandes expectativas relativamente a autonomia…
Reconheça-se, por isso, que, não obstante alguns benefícios oferecidos em termos de economia, – logo, de proteção ambiental -, a inclusão de um motor eléctrico no LS 600h F-Sport serve, essencialmente, para dispor-se um elevado rendimento e de prestações dignas de um pequeno desportivo. A palavra aos números: apesar dos 2340 kg anunciados, o Lexus cumpre os 0-100 km/h em 6,6 segundos (marca ao nível, por exemplo, de um Renault Clio R.S. da nova geração) e o quilómetro de arranque em menos de 26 segundos, estando a velocidade máxima limitada a 250 km/h.
Desenganem-se, porém, os que julgarem que um nível prestacional deste calibre não tem (fortes) implicações no consumo. Ainda que a velocidades estabilizadas os valores obtidos até se possam considerar razoáveis, numa utilização mais intensa não é difícil superar a marca dos 20,0 l/100 km!
Coisa que pouco preocupará, porém, quem pode e quer comprar um automóvel desta categoria.
Mais interessante será perceber o que se pode fazer com tal potencial dinâmico. Para mais numa versão que inclui na sua nomenclatura a sigla F-Sport. Pois bem: apesar de extremamente competente dinamicamente, é o conforto aquilo que mais sobressai no desempenho do LS 600h F-Sport. Seja qual for o tipo de condução praticada, ou o piso sobre o qual se circule, os ocupantes estão praticamente isolados do mundo exterior e quase não há nada que os consiga sobressaltar, nem sequer incomodar.
Quando de uma condução mais empenhada, o LS 600h F-Sport também dá muito boa conta de si, mas nunca proporcionado a envolvência dos seus rivais dinâmicos. Previsibilidade, honestidade de reacções e segurança são a palavra de ordem, mesmo nestas circunstâncias. Apesar do anúncio de uma configuração de châssis mais apurada, o facto é que a suspensão pneumática adaptativa com barras estabilizadoras activas (do tipo multilink em ambos os eixos) e a tracção integral permanente (com diferencial autoblocante central Torsen com uma repartição estática de 40:60, podendo ir até um máximo de 32:68) não permitem grandes veleidades ao condutor mais ousado, mantendo sempre o LS 600h F-Sport numa compostura praticamente imperturbável.
É um facto que os movimentos da carroçaria são muito controlados, praticamente não existindo oscilações nas trocas de apoio (apesar da massa em questão); que a direcção de desmultiplicação variável cumpre muito bem o seu papel; e que a motricidade é soberba. Mas não é menos verdade que este modelo não permite grandes veleidades ao volante, até porque não é possível desligar o ESP se não abaixo dos 60 km/h.
As estradas amplas são, pois, o terreno de eleição do LS 600h F-Sport, onde é possível desfrutar em pleno das elevadas prestações, do soberbo conforto e de uma motorização pujante mas praticamente imperceptível, cujo poder de aceleração quase passa despercebido. Uma nota também para os travões Brembo com pinças de seis pistões, capazes de oferecer uma travagem forte, progressiva e muito resistente à fadiga.
Aqui chegados, será forçoso fazer notar que se o LS 600h F-Sport poderá não ser tão emocionante de conduzir quanto alguns oponentes germânicos, não é menos verdade que esse também não será o principal atributo que o cliente-tipo deste género de proposta procura, e que o modelo nipónico parece ter o seu público-alvo bastante bem definido. Menos apelativo será o preço a que é proposto: nada menos do que €142 000 (€131 000 na versão de acesso sem o pack F-Sport). Quanto a equipamento de série, a lista é por demais extensa, mas os mais exigentes não deixarão de criticar o facto de, para se poder dispor de alguns elementos, ser necessário optar por uma versão totalmente diferente da que se pretende, pois na gama LS em Portugal não existem opcionais, mas apenas configurações fixas (por exemplo, quem optar por um F-Sport não pode aceder a alguns dispositivos de segurança e conforto, só presentes nas variantes Shimamoku ou Superlative).
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1598 |
Diâmetro x curso (mm) | 80,0×79,5 |
Taxa de compressão | 15,4:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 130/4000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 320/1750 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbocompressor VGT + intercooler |
Motor eléctrico | |
Tipo | Síncrono de íman permanente |
Potência máxima (cv/rpm) | 165/n.d. |
Binário máximo (Nm/rpm) | 300/0 |
Bateria | Ni-MH |
Rendimento combinado | |
Potência máxima combinada (cv/rpm) | 445/5200 |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 5090/1875/1470 |
Distância entre eixos (mm) | 2970 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1610/1610 |
Jantes – pneus | 8Jx19″ – 245/45 (Bridgestone Turanza ER33) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 2340 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 5,25 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 420/84 |
Transmissão | |
Tracção | integral permanente com diferencial central autoblocante Torsen |
Caixa de velocidades | automática de variação contínua com 8 pré-selecções+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 11,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (380) |
Traseiros (ø mm) | Discos ventilados (335) |
Suspensões | |
Dianteira | Multilink |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos ou 160 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km (mudança de óleo 15 000 km) |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Airbag para os joelhos para condutor e passageiro
Encostos de cabeça activos
Sistema Pre-crash
Controlo electrónico de estabilidade
Sistema de auxílio aos arranques em subida (HAC)
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Cintos dianteiros com regulação eléctrica em altura
Fixações Isofix
Sistema de monitorização do ângulo morto
Ar condicionado automático bizona/ar condicionado traseiro
Computador de bordo
Cruise-control adaptativo
Bancos em pele
Bancos dianteiros com regulação eléctrica (16 vias)+aquecidos+ventilados
Banco traseiro aquecido+sistema de massagem
Volante desportivo em pele/aquecido/regulável electricamente em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Sistema de acesso Easy-entry
Rádio com leitor de CD+DVD+mp3+entradas USB/Aux+ecrã táctil de 12.3″
Sistema de som Mark Levinson com 19 altifalantes+Surround 7.1
Sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooh
Retrovisores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente+electrocromáticos
Retrovisor interior electrocromático
Sensor de luz+chuva
Sensores de estacionamento frente/trás+câmara de estacionamento traseira
Acesso sem chave
Cortina traseira eléctrica
Pilares e tejadilho revestidos a Alcantara
Alarme
Tampa da mala com abertura+fecho eléctricos
Luzes diurnas+faróis de nevoeiro por LED
Ópticas dianteiras+farolins traseiros por LED
Máximos automáticos
Luzes de “Stop” activas
Lava-faróis
Suspensão pneumática desportiva F-Sport+barras estabilizadoras activas
Travão de estacionamento electrónico
Jantes de liga leve de 19”
Sensor da pressão dos pneus