Fiat Panda 1.2 69 cv GPL Bi-Fuel Lounge
Fiat
Panda
1.2 69 cv Bi-Fuel Lounge
2013
Citadino
5
Dianteira
1.2
69/5500
164
14,2
120
13 550/14 250
Custo de utilização a GPL, Qualidade da transformação GPL, Autonomia combinada, Utilização citadina, Habitabilidade
Preço face à versão a gasolina, Colocação dos comandos no volante, Banco traseiro rebatível em duas partes em opção
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 164 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 15,0 |
0-400 m | 20,3 |
0-1000 m | 37,3 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 11,9 |
Em 4ª | 14,0 |
Em 5ª | 24,0 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 16,3 |
Em 5ª | 21,3 |
Em 6ª | – |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 41,6 |
Consumos gasolina (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,1 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,6 |
Cidade | 6,8 |
Média ponderada (*) | 6,02 |
Autonomia média ponderada (km) | 615 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Consumos GPL (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 5,0 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 6,8 |
Cidade | 8,2 |
Média ponderada (*) | 7,28 |
Autonomia média ponderada (km) | 340 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1320 |
Largura atrás | 1280 |
Comprimento à frente | 1140 |
Comprimento atrás | 600 |
Altura à frente | 990 |
Altura atrás | 930 |
Com a recente aprovação da lei que permite aos automóveis alimentados a GPL certificados deixarem de estar obrigados a exibir o inestético autocolante azul na traseira, e passarem a poder estacionar em parques subterrâneos, volta a estar na ordem do dia o saber se vale ou não a pena optar por um automóvel capaz de consumir gás de petróleo liquefeito. Uma questão que não é de somenos: por um lado, por ser este um combustível mais “ecológico” (comparativamente à gasolina, a sua queima é quase total e, por isso, daí resultam menores emissões de CO2 para a atmosfera e não há emissão de partículas); por outro, e mais importante para a generalidade dos utilizadores, por custar cerca de metade da gasolina.
Redobra, assim, de interesse a análise à variante Bi-Fuel do Panda, ou não fosse, pelo seu lado, a Fiat um dos fabricantes com maior experiência nesta área, com onze modelos do género em comercialização entre todas as marcas do grupo, e uma forte presença no sector em Itália (um dos maiores mercados do GPL, com cerca de um milhão de veículos em circulação). Saliente-se, a propósito, que a vantagem de se optar por um automóvel a GPL “de fábrica” passa, em grande parte, pela garantia de segurança, qualidade e fiabilidade que estes oferecem. No caso do Panda, todos os componentes foram projectados e fornecidos por uma empresa do próprio grupo italiano (a Fiat Powertrain Tchnologies), que anuncia que os mesmos foram construídos com materiais e especificações optimizadas para o funcionamento a GPL – inclusive um sistema de admissão específico para acolher os injectores –, e que o motor é capaz de respeitar os parâmetros de homologação Euro 5, pelo menos, durante 160 000 km.
À vista desarmada, o Panda Bi-Fuel é praticamente impossível de distinguir de um qualquer outro membro desta gama equipado com o “eterno” motor 1.2 de 69 cv. Como o autocolante na traseira (ainda presente na unidade avaliada, dado que o respectivo teste foi realizado antes da entrada em vigor da nova lei) já não é obrigatório, as diferenças passam por pormenores praticamente imperceptíveis. Por exemplo, é preciso levantar o piso da mala para encontrar o depósito do tipo toroidal montado no lugar normalmente destinado ao pneu sobressalente.
Com 31 litros de capacidade, este depósito contempla uma válvula de sobrepressão bem como um limite de enchimento de 80% – como manda a lei, para permitir a expansão do gás -, e não rouba espaço à bagageira, embora obrigue à inclusão de um kit de reparação de furos no equipamento de série. No interior, as diferenças limitam-se ao botão colocado na consola central que permite alternar entre os dois tipos de combustível; aos dois indicadores do nível de combustível (um para cada qual); e à mensagem que surge no painel de instrumentos sempre que se opta pelo consumo de gasolina.
Em termos de utilização, o Panda Bi-Fuel também não obriga a grandes habituações ou ajustamentos. O interior deste citadino com configuração de monovolume continua a primar por uma apreciável qualidade de construção e materiais, pelo design e pela decoração apelativos e por uma habitabilidade generosa, que permite transportar facilmente quatro ocupantes. A mala é que não é muito ampla, como se esperaria (os 3,6 metros de comprimento não dão para tudo…), indo aqui a principal crítica para o facto de o rebatimento do banco traseiro em duas partes ter sido relegado para a lista de opções, sendo que mesmo rebatendo as costas por inteiro não é possível dispor de um piso de carga plano.
A posição de condução é propositadamente mais elevada do que o habitual, o que tem como benefício uma boa visibilidade em todas as direcções. A ergonomia também é, globalmente, correcta, exceptuando a colocação dos botões dos comandos vocais e do telefone no volante multifunções, que com facilidade se pressionam involuntariamente, o que é particularmente incómodo no caso dos primeiros. Em compensação, a direcção assistida electricamente dotada da função City para utilização urbana, assim como a colocação elevada da alavanca de comando da caixa de velocidades, são elementos que contribuem para o agrado de condução, sobretudo em meio urbano.
Quando se coloca o motor em marcha, este arranca sempre no modo gasolina por causa das emissões a frio, comutando automaticamente para GPL ao fim de poucos segundos. Aliás, o mesmo acontece sempre que se opta por trocar entre os dois combustíveis (para o que basta pressionar o mencionado botão na consola central): são sempre necessários alguns segundos para que a transição se concretize. Seja em que caso for, tal é imperceptível para o condutor, tanto em termos de prestações como do funcionamento do motor – refira-se, a propósito, suficientemente silencioso e suave, e com uma boa resposta, capaz de prestações interessantes para a classe em que se insere (que é o mesmo que dizer, exigindo algum recurso à caixa de velocidades quando o peso transportado é maior, e nos traçados com relevo mais acentuado).
Uma das grandes vantagens do Panda Bi-Fuel é o desenvolvimento desta versão ter sido totalmente assegurado por uma divisão do próprio Grupo Fiat – a Fiat Powertrain TechnologiesO comportamento também não difere em nada do conhecido do Panda 1.2 “normal”. O conforto é de bom nível em bom piso, apenas aceitável quando este se degrada – mas, ainda assim, sem ser demasiado saltitante. O desempenho em curva prima pela competência e pela honestidade das reacções, mas sem qualquer envolvência, privilegiando a facilidade de condução – o que faz dos percursos citadinos, sobre asfalto bem conservado, o habitat natural do Panda.
Resta, pois, avaliar o que faz, realmente, a diferença nesta Panda: os seus atributos quando a consumir GPL. Comecemos pelo abastecimento: apesar de obrigar ao desenroscar de uma tampa do bocal do GPL (situado ao lado do da gasolina), e à colocação de um adaptador para ligação à mangueira de abastecimento, a operação nada tem de complicado ou moroso, sendo até tendencialmente mais “limpa” do que a do abastecimento a gasolina, já que aqui não há risco de derrames.
Mas o mais relevante serão mesmo os consumos, sem dúvida a principal motivação da esmagadora maioria dos que optem por um automóvel deste género. Nas nossas medições, efectuadas durante a noite (tanto a gasolina como a GPL, para garantir igualdade de condições e beneficiar de uma temperatura mais baixa, de modo a garantir uma maior fidelidade dos valores – nestas condições, é menor a tendência para a expansão do gás), o Panda Bi-Fuel revelou-se mais gastador quando a funcionar a GPL do que a gasolina. Nada de estranho, tendo em conta o menor teor energético de um combustível comparativamente ao outro.
A questão de fundo é que, à data de publicação deste artigo, um litro de gasolina 95 custava, em média, em Portugal, cerca de €1,50, contra cerca de €0,65 do GPL. Ora, tendo em conta as médias obtidas, e os preços em causa, tal traduz-se numa poupança de €4,30 por cada centena de quilómetros percorridos sempre que se opte por circular a GPL.
Sendo este um valor, inequivocamente, nada desprezável, o facto é que o mesmo tem de ser avaliado também levando em conta o diferencial de preço entre o Panda Bi-Fuel e o Panda 1.2 8v “normal”: €1500 para níveis de equipamento equivalentes. Ora, seguindo o mesmo raciocínio, tal implicará que o investimento adicional seja amortizado ao fim de um pouco menos de 35 000 km (34 595 km, para ser exacto). Em face disto, caberá a cada qual fazer as suas contas, e decidir em conformidade se é algo que lhe compense. Inequívoco é o brutal aumento da autonomia do Panda Bi-Fuel: combinando os dois depósitos, superior a 950 km!
Airbag para condutor e passageiro
Airbags laterais
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Ar condicionado
Computador de bordo
Banco do condutor com regulação em altura
Banco traseiro rebatível 60/40
Volante regulável em altura
Direcção com assistência eléctrica variável
Rádio com leitor de CD+mp3+entrada USB
Retrovisores eléctricos+aquecidos
Vidros eléctricos FR/TR
Sistema Blue&Me com personalização em português+comandos no volante (€300)
Pack Style (€500, inclui jantes de liga leve 6Jx15″+pneus 185/55+faróis de nevoeiro)
Pintura pastel extra-série Vermelho Passione