Mitsubishi Outlander 2.2 DiD 4×2 Instyle
Mitsubishi
Outlander
2.2 DiD 4x4 Instyle
2013
SUV
5
Dianteira
2.2 Diesel
150/3800
200
10,3
134
39 300/39 750
Preço competitivo, Equipamento completo, Versatilidade, Utilização familiar
Qualidade dos materiais, Suspensão branda, Feeling da direcção
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 200 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 9,8 |
0-400 m | 17,3 |
0-1000 m | 32,1 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | – |
Em 4ª | 5,7 |
Em 5ª | 7,9 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 6,7 |
Em 5ª | 8,5 |
Em 6ª | 11,7 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 42,3 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 6,2 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 6,4 |
Cidade | 8,0 |
Média ponderada (*) | 7,32 |
Autonomia média ponderada (km) | 860 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1470 |
Largura atrás | 1450 |
Largura 3ª fila | 1020 |
Comprimento à frente | 1090 |
Comprimento atrás | 765 |
Comprimento 3ª fila | 530 |
Altura à frente | 950 |
Altura atrás | 910 |
Altura 3ª fila | 870 |
O crescendo da procura de SUVs um pouco por toda a parte, e em especial na Europa, assenta numa série de factores de diversa índole. Uns, de natureza mais racional ou pragmática; outros, nem tanto… Entre os primeiros, dos mais notórios é este género de veículo poder constituir alternativa válida às carrinhas da gama média, com um adicional de versatilidade – principalmente quando, de um lado, temos os modelos capazes de transportar sete passageiros; e, do outro, utilizadores com famílias mais numerosas, que valorizem particularmente a lotação.
E é precisamente neste grupo que se insere o novo Mitsubishi Outlander, recém-chegado ao mercado na sua terceira geração. Em Portugal, todas as versões do renovado SUV nipónico oferecem os tais sete lugares e são animadas pelo – também profundamente revisto – motor 2.2 DiD; diferindo entre si no nível de equipamento e através da transmissão, com o grosso das vendas entre nós a recair, como é inevitável, sobre a variante de tracção dianteira (por via da penalização fiscal, e correspondente inflacção artificial do preço, de que são alvo as derivações de transmissão integral – só o ISV sobre as mesmas incidente mais do que duplica!…).
Pese embora seja difícil classificar o novo Outlander como um automóvel completamente novo – quer pelo que se vê, quer pelas suas características intrínsecas (são muitos os componentes que transitaram de uma geração para a outra, incluindo a plataforma) –, ainda assim, o SUV da Mitsubishi evoluiu o suficiente para ganhar novos argumentos e um outro apelo. Curiosidade, o ser este o primeiro modelo de um grande construtor desenvolvido de raiz para montar tanto motores térmicos como motorizações híbridas plug-in (a versão 4×4, animada por um motor 2.0 a gasolina e um motor eléctrico por eixo, está já à venda em alguns mercados).
Visualmente (e não só, como se comprovará mais adiante…), o Outlander da terceira geração padece daquilo que afecta a maioria dos automóveis que se pretendem globais, e ambicionam ser vendáveis em qualquer ponto do globo com mínimas alterações – a obrigação de tentar agradar em todas as latitudes. Uma opção que dita leis muito próprias, daqui resultando uma aparência que, não obstante moderna, porventura até mais assertiva do que a da anterior geração, não beneficia de linhas exteriores muito personalizadas ou marcantes: como é habitual nestas situações, as mesmas nem surpreendem nem desiludem. Menos discutível é o desempenho aerodinâmico, com o Cx a evoluir de 0,36 para 0,33.
Também o interior padece de um design e de uma decoração pouco inspirados, mas como não será essa a preocupação principal de quem inclui o Outlander nas suas opções de compra, mais relevante será avaliar outros atributos, como a generosa habitabilidade, principalmente nas duas primeiras filas de bancos (contando a segunda com regulação longitudinal dos respectivos assentos). Os dois bancos adicionais, pese embora estejam mais destinados a crianças ou a deslocações curtas, por via do reduzido espaço que oferecem (em particular quando os da segunda fila estão todos chegados para trás), têm o mérito de ser muito fáceis de montar e desmontar, e só é pena que o acesso aos mesmos não seja propriamente fácil (muito por culpa do reduzido ângulo de rebatimento da segunda fila de bancos e da intromissão das cavas das rodas traseiras no habitáculo) e só possível de realizar pelo lado direito do veículo.
Com a lotação de sete lugares, e como seria expectável, a bagageira fica reduzida ao mínimo, não conseguindo oferecer mais do que 145 litros – mas com a grande vantagem de a chapeleira, mesmo nesta configuração, continuar a ser transportável, num alçapão existente para tal sob o piso da mala. Já com cinco lugares a capacidade da mala oferece um volume superior a 500 litros, passível de ser ampliado até um máximo de 1575 litros quando se rebatem todos os bancos excepto os dois da frente – um trunfo a ter em conta.
Uma vez ao volante, o Outlander brinda o seu condutor com um posto de condução acolhedor e em que a posição mais correcta facilmente é encontrada, graças às múltiplas regulações do banco e da coluna de direcção. Pena que, apesar do anúncio de um aumento dos níveis de qualidade por parte da Mitsubihsi, a generalidade dos materiais mais visíveis ou colocados em zonas de maior contacto seja ed qualidade apenas sofrível, agravando-se a situação no caso dos que se encontram em locais mais recônditos – opção que não deixará de ter consequências no que toca aos ruídos parasitas… A rever, igualmente, alguns pormenores de ergonomia, mormente a colocação do botão de comando do computador de bordo atrás do volante.
Nesta variante Diesel, sob o capot do Outlander encontra-se o motor 2.2 DiD, agora desprovido do sistema de distribuição variável MIVEC, uma opção que visou tornar esta unidade motriz mais leve e económica, tendo em vista a entrada em vigor, no Outono do próximo ano, das novas normas Euro 6 de protecção ambiental. Esta alteração levou a que a potência máxima baixasse dos 177 cv oferecidos na anterior geração para os actuais 150 cv, ainda que o binário máximo se mantenha nos 380 Nm, para mais obtido a um regime mais favorável – constante entre as 1750 rpm e as 2500 rpm (anteriormente, entre as 2000 rpm e as 3000 rpm).
Este desempenho foi conseguido, segundo a Mitsubishi, muito por via do trabalho efectuado ao nível da sobrealimentação (tanto na escolha do próprio turbocompressor como na definição da cartografia de gestão do motor), de que resultou ainda uma resposta mais pronta às solicitações do acelerador a baixo e médio regimes. E a verdade é que não são precisos muitos quilómetros para comprovar o bom trabalho realizado pelos técnicos nipónicos neste particular: em ambiente urbano, é possível praticar uma condução descontraída sem ser necessário estar sempre a recorrer à caixa de seis velocidades (a qual, a propósito, convence em termos de precisão e suavidade, e nem parece tão desmultiplicada nas suas três últimas relações como se depreende da informação veiculada pelo construtor nipónico), sensação consubstanciada pelas nossas medições: recuperações de bom nível e consumos comedidos, para os quais também não deixam de contribuir o sistema start/stop, o modo “Eco” (quando selecionado, altera a sensibilidade do acelerador e o funcionamento do ar condicionado) e a redução de peso de que o modelo foi alvo da anterior geração para a actual (115 kg no caso da versão 2.2 DiD de tracção anterior em apreço).
Combinados os esforços levados a cabo na redução das vibrações e do ruído de funcionamento do motor, assim como no isolamento acústico do habitáculo, temos que, sem ser a referência da classe, o Outlander 2.2 DiD consegue oferecer uma utilização em estrada pautada pela serenidade a bordo, sem que a presença da unidade motriz de faça sentir de forma desagradável. Mais uma vez comprovando o bom trabalho realizado na reconfiguração do motor, e os benefícios da redução do peso, a supressão dos 27 cv nem se faz sentir de modo evidente nas prestações, sendo fácil e agradável viajar, mesmo com a família e respectivos pertences, a ritmos muito interessantes.
Globalmente, o comportamento dinâmico pauta-se pela facilidade de condução e pela previsibilidade das reacções, não colocando o Outlander condutor perante situações de dificuldade de maior quando utilizado numa toada a condizer com a vocação de um SUV familiar com estas características. E se é inegável que a direcção tem sempre um tacto algo vago e artificial, carecendo de uma maior progressividade e de um feeling mais efectivo, por seu turno o conforto está num plano elevado na esmagadora maioria das circunstâncias, mesmo quando o asfalto é menos perfeito.
Em curva, os que – mesmo que apenas a espaços – pretenderem adoptar ritmos mais empenhados e usufruir de maior prazer ao volante, não terão a retribuição teórica que o aumento da rigidez e a introdução de um eixo traseiro multilink poderiam fazer esperar; nem tirarão o partido possível da agilidade garantida pelo peso mais reduzido e pelo evoluído châssis. Isto porque afinação demasiado macia das suspensões, com predominância da mola sobre o amortecedor, leva a que os movimentos da carroçaria sejam menos controlados nas trocas de apoio, além de tornar o Outlander algo saltitante em mau piso.
Ao mesmo tempo, e também devido aos sofríveis pneus Toyo R37 de baixo atrito, sempre que se pressionar o pedal direito com maior ímpeto à saída das curvas de maior raio (inclusive sobre piso seco de boa qualidade), é notória a dificuldade do eixo dianteiro em lidar com o elevado binário disponível, o que tem uma de duas consequências: estando o controlo de estabilidade ligado, a sua actuação é permanente e a diversão ao volante nula; inibindo-se o seu funcionamento, há que controlar a dianteira de modo a contrariar a sua tendência prematura para a subviragem. Pelo exposto, a melhor forma de conduzir o Outlander é mesmo sem dele esperar grande envolvência ou emotividade, antes tirando partido da honestidade do comportamento e do elevado nível de conforto.
Em compensação, sobram elogios para o posicionamento comercial do novo Outlander 2.2 DiD, que proposto no mercado luso a partir de €37 000 e incluindo neste valor um equipamento de série bastante extenso e completo, contanto até com elementos pouco vulgares a este nível como o airbag para os joelhos do condutor, a câmara de marcha-atrás (projectada no ecrã táctil de comando do sistema de infoentretenimento), a chave electrónica ou o portão traseiro de comando eléctrico. Já a variante Instyle aqui em análise, mais dotada da família, exige um dispêndio adiocnal de €2300, plenamente justificado pela inclusão no equipamento de série do tecto de abrir, dos faróis bi-Xénon com lava-faróis e dos bancos em pele (sendo os dianteiros aquecidos, e o do condutor regulável electricamente). Ou seja, um factor adicional para que o Outlander seja uma alternativa realmente válida às carrinhas tradicionais ou para quem não se identifica com os mais convencionais monovolumes.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 2268 |
Diâmetro x curso (mm) | 86,0×97,6 |
Taxa de compressão | 14,9:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 150/3800 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 300/1750-2500 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbo+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4655/1800/1680 |
Distância entre eixos (mm) | 2670 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1540/1540 |
Jantes – pneus | 7Jx18″ – 225/55 (Toyo R37) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1600 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 10,66 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 145-519-1575/63 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 10,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (294) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (302) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Aptidões TT | |
Ângulos de ataque/saída/ventral (º) | 22,5/21,0/22,5 |
Inclinação lateral máx./pendente máx.(º) | n.d./n.d. |
Altura ao solo/passagem a vau (mm) | 190/n.d. |
Garantias | |
Garantia geral | 3 anos ou 100 00 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 8 anos |
Intervalos entre manutenções | 15 000 km |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Assistente aos arranques em subidas
Cintos dianteiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Fixações Isofix
Ar condicionado electrónico bizona
Computador de bordo
Cruise-control+limitador de velocidade
Acesso sem chave
Banco rebatível 60/40
Banco do condutor com regulação eléctrica
Bancos em pele+aquecidos (dianteiros)
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Rádio com leitor de CD/mp3/tomadas USB+Aux
Mãos-livres Bluetooth telefone+áudio
Vidros traseiros escurecidos
Vidros eléctricos FR/TR
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis
Faróis bi-Xénon+lava-faróis
Faróis de nevoeiro
Sensor de luz+chuva
Sensores de estacionamento traseiros+câmara de estacionamento
Jantes de liga leve de 18”
Portão traseiro com abertura/fecho eléctricos
Tecto de abrir eléctrico
Barras de tejadilho
Pintura metalizada (€450)