Ford Fiesta ST
Ford
Fiesta
ST
2013
Pequenos desportivos
3
Dianteira
1.6
182/5700
220
6,9
138
24 000/25 030
Comportamento ágil e eficaz, Direcção e travões, Prestações, Consumos, Equipamento completo, Preço competitivo
Conforto em mau piso, Pormenores de ergonomia, Sistema de bordo pouco intuitivo
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 220 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 7,3 |
0-400 m | 15,7 |
0-1000 m | 26,2 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | – |
Em 4ª | 5,1 |
Em 5ª | 6,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 5,2 |
Em 5ª | 6,5 |
Em 6ª | 8,0 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 35,7 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 5,3 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 6,2 |
Cidade | 8,9 |
Média ponderada (*) | 7,64 |
Autonomia média ponderada (km) | 550 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1340 |
Largura atrás | 1290 |
Comprimento à frente | 1080 |
Comprimento atrás | 680 |
Altura à frente | 920 |
Altura atrás | 910 |
Provando que o fenómeno automóvel continua a ir muito para além da frieza da lógica e da racionalidade, antes assentando em boa parte no prazer de condução, mormente o que decorre das emoções mais fortes sentidas ao volante, o mercado europeu conta, hoje, com uma oferta difícil de igualar em termos de (bons) pequenos desportivos, apesar de o momento actual porventura desaconselhar aos mais pragmáticos a opção por este género de propostas – as quais, independentemente do número de clientes que consigam cativar, têm ainda a função de contribuir para a melhoria da imagem tanto da marca que representam, como das restantes versões das gamas em que se inserem.
Exemplo paradigmático disso mesmo é novo Ford Fiesta ST, a variante mais aguerrida do modelo que lidera o seu segmento, em termos de vendas, a nível europeu. Sem impor demasiadamente a sua presença, conta com todos aqueles elementos exteriores que de imediato denunciam a sua vocação, como sejam os logotipos ST colocados na grelha frontal tipo favo de abelha e na quinta porta; o spoiler dianteiro de dimensões mais generosas; o deflector traseiro montado no topo do portão traseiro; ou as jantes específicas de 17”. No final, uma aparência musculada q.b., mas ainda suficientemente sóbria, especialmente se comparada com a de alguns rivais mais “radicais” neste particular.
Também o habitáculo (no geral, idêntico ao de que qualquer Fiesta) conta com os seus factores distintivos: “H” pintado a vermelho no punho em alumínio da alavanca de comando da caixa de velocidades; volante desportivo com sigla ST gravada a vermelho na placa aplicada na respectiva secção inferior; botão “ESC off” na consola central; pedaleira metálica; e bancos dianteiros desportivos. Apesar disso, o interior peca por certas soluções algo datadas, caso da profusão de botões de comando na consola central, do ecrã de dimensões reduzidas do sistema de infoentretenimento e dos pouco intuitivos menus do completo sistema de bordo (que obrigam a dar-se demasiados passos para chegar onde se pretende). O acesso menos fácil aos lugares traseiros é mais uma decorrência da configuração de três portas da carroçaria do que, propriamente, um defeito.
Felizmente que esta característica não prejudica a posição ao volante, muito boa – mesmo que mais elevada do que pessoalmente prefiro num automóvel desta natureza – graças às excelentes baquets Recaro (que combinam um bom encaixe e um eficaz apoio lateral com uma apreciável comodidade), ao correcto posicionamento da alavanca de comanda da caixa, aos pedais bem alinhados (o ideal para bem realizar a manobra ponta-tacão) e ao volante que, não sendo visualmente muito exuberante, possui um diâmetro correcto, uma excelente pega e dispensa aquele artifício tão em voga (e, na maioria dos casos, pouco útil…) da secção inferior plana.
Uma vez em marcha, o motor começa por cativar pela sua sonoridade deliciosa, tanto para quem segue a bordo como para quem com o veículo se cruza – também por culpa do sistema Sound Symposer, destinado a amplificar para o habitáculo essa mesma sonoridade. Com 1,6 litros, o quatro cilindros sobrealimentado oferece, oficialmente, 182 cv e 240 Nm, mas a função overboost permite aumentar durante alguns segundos o rendimento para 200 cv e 270 Nm, valores que deixam antever um dinâmica de nível superior, até porque a caixa de velocidades, além de rápida e precisa, adopta relações próximas entre si – a elevada eficiência do propulsor não obriga a um escalonamento longo para que os consumos homologados sejam dos melhores da classe.
Mais do que explosivo, o temperamento do motor é marcado por uma resposta rápida às solicitações do acelerador em qualquer situação, e por uma veloz subida de regime até à red-line, assim permitindo praticar uma condução moderada de forma descontraída e com consumos muito contidos, ou adoptar ritmos mais empenhados sem que seja por sua responsabilidade que a diversão esmorece. E como a informativa direcção (mais directa do que nos restantes Fiesta) cumpre com brio a sua função, o mesmo sucedendo com o sistema se travagem, estão reunidos os ingredientes para usufruir de muita emoção ao volante.
E são os traçados sinuosos o terreno mais apropriado para fazer uso pleno dos muitos atributos do Fiesta ST. Graças ao eixo dianteiro muito incisivo, e em que a subviragem surge bastante tarde, é um prazer travar nos limites e tirar partido da facilidade de inserção em curva, bem como da forma precisa como as trajectórias são descritas, graças também ao controlo vectorial de binário eTCV, que aplica força de travagem adicional na roda interior da curva, tornando assim a respectiva descrição mais curta. À saída, a muita tracção oferecida faz o resto!
Sempre com reacções previsíveis e muito honestas, o Fiesta ST é um pequeno desportivo já de si bastante ágil, mas que pode sê-lo mais ainda quando se opta por jogar com o funcionamento do ESP, seja seleccionando o seu modo intermédio, mais permissivo, ou – principalmente – optando por desligá-lo por completo. Aí, as desacelerações em apoio, ou as travagens com o pé esquerdo, traduzir-se-ão em derivas de traseira fáceis de controlar através do acelerador e volante, e que permitem negociar as curvas com outra agressividade e rapidez.
No final, há que aceitar que o Ford Fiesta ST não será a mais radical e eficaz proposta da sua categoria, mas não há dúvida de que é uma das melhores. Um verdadeiro mimo de levar de curva para curva, muito fácil de conduzir depressa mesmo para quem não é um sobredotado, terá como maior contra a suspensão de afinação bastante firme (rebaixada 15 mm face à dos restantes Fiesta), que não deixa de penalizar notoriamente o conforto em piso mais degradado ou irregular. Um senão que facilmente é compensado por um preço de aquisição deveras competitivo (e ainda mais na fase de início de comercialização, mercê da campanha levada a cabo pela Ford), ao qual se junta uma dotação de equipamento de série bastante completa e apelativa – assumindo-se, assim, como a opção certa dentro da racionalidade que uma compra emocional (como a é sempre a de um desportivo) possa conter.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv. diant. |
Cilindrada (cc) | 1596 |
Diâmetro x curso (mm) | 79,0×81,4 |
Taxa de compressão | 10,1:1 |
Distribuição | 2 v.e.c/16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 182/5700 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 240/1600-5000 |
Alimentação | injecção directa |
Sobrealimentação | Turbocompressor com intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 3975/1709/1456 |
Distância entre eixos (mm) | 2489 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1493/1481 |
Jantes – pneus | 7 1/2Jx17″ – 205/40 (Bridgestone Potenza RE050A) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1163 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 6,39 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 276-974/42 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 11,2 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | discos ventilados (278) |
Traseiros (ø mm) | discos maciços (253) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Eixo de torção |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos |
Garantia de pintura | 2 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km |
Airbag condutor+passageiro (desligável)
Airbags laterais
Airbags de cortina
Airbag para os joelhos do condutor
Controlo electrónico de estabilidade
ABS com EBD+Assistência aos arranques em subidas
Ford MyKey
Ar condicionado automático
Computador de Bordo
Rádio com leitor de CD+entradas USB/Aux+controlos por voz em português+Assistência de emergência em caso de acidente (ligação directa ao 112)
Ford Sound Symposer
Bancos dianteiros desportivos Recaro
Volante desportivo ST em couro
Pedais+alavanca de comando da caixa de velocidades em alumínio
Inserções em fibra de carbono no tablier
Espelhos retrovisores exteriores eléctricos
Luzes diurnas LED
Suspensão desportiva
Jantes de liga leve Performance de 17″
Pintura especial (€480)
Limpa pára-brisas automático+faróis automáticos (€180)
Pack performance (€300 – inclui vidros escurecidos+sistema de chave inteligente)
Pack Fumador (€10)
Roda suplente de emergência (€60)