Hyundai i40 Wagon 1.7 CRDi Blue Style

Inserida no Segmento D, a i40 Wagon é uma das grandes apostas da Hyundai, juntamente com a variante sedan deste modelo, com o qual a marca coreana estreou a sua filosofia “New Thinking. New Possibilites”. E essa aposta foi ganha. Desenhada e desenvolvida no Hyundai Motor Europe Technical Center, localizado em Rüsselsheim, na Alemanha, a i40 Wagon, que é produzida na fábrica de Ulsan, na Coreia do Sul, integra a linguagem de design “Fluidic Sculpture”, estreada no SUV ix35, ao mesmo tempo que adopta proporções musculadas e dinâmicas, inspiradas na arte moderna, para criar emoção.

As linhas da Hyundai i40 Wagon são a prova da aposta que o construtor coreano fez no mercado europeu… e ganhou.

A Hyundai i40 Wagon foi desenhada atendendo aos gostos e preferências dos condutores europeus. Uma aposta que se pode dizer que foi ganha pela marca sul-coreana, que conseguiu criar uma carrinha que reúne vários argumentos a favor no que diz respeito aos factores de preferência dos consumidores do Velho Continente, nomeadamente no design. Este, no caso dos modelos do grupo Hyundai/Kia tem evoluído bastante. E, apesar de esta ser uma carrinha num segmento onde a larga maioria dos modelos vendidos são carrinhas e de ter uma cor (cinzento) das mais comuns neste tipo de propostas, julgo que ninguém poderá dizer que este é um automóvel comum. A grelha hexagonal; as luzes diurnas LED em forma de “olho de falcão”; em conjunto com as formas conseguidas através dos vários vincos pronunciados da carroçaria são o que mais me agrada esteticamente nesta proposta, juntamente com a linha descendente do tejadilho, ao estilo Shooting Break, e com um friso que se inicia logo atrás das rodas dianteiras, percorrendo toda a lateral na zona dos puxadores das portas até aos grupos ópticos dianteiros, que lhe confere um aspecto mais distinto.

Num mercado onde a maioria das propostas são carrinhas e onde quase não existem motorizações movidas a gasolina, coube-me em sorte ensaiar uma unidade animada por aquele que é um dos motores em que a Hyundai mais confia, o 1.7 CRDi, desta feita com 136 cv de potência. Mas para isso tenho de me sentar aos comandos desta carrinha. Assim que acedos ao lugar do condutor, tarefa realizada com grande facilidade devido às várias várias regulações disponíveis, tanto no que respeita aos bancos (em pele e com regulação eléctrica, longitudinalmente e em altura) como à coluna de direcção (que regula em altura e profundidade) apercebo-me de que também o interior da i40 Wagon foi alvo da atenção dos engeneheiros coreanos.

O habitáculo é espaçoso e muito luminoso, para o que contribui o tecto panorâmico com accionamento eléctrico.

A habitabilidade não merece reparos, o conforto é elevado e a construção é deveras convincente, uma vez que não existem ruídos parasitas nem falhas nos acabamentos, com os plásticos utilizados a situarem-se acima da média para a classe. Disponível nos níveis Classic, Comfort, Style e Premium, merece destaque o design fluido do tablier e a consola central, comum estilo tecnológico, que acompanha a boa dotação de equipamento da proposta em ensaio (equipada com o nível Style e o pack Exclusive), um dos pontos fortes desta proposta coreana. No caso presente merecem destaque o tecto panorâmico; botão “Start” para a ignição; travão de estacionamento eléctrico; sistema de mãos-livres por Bluetooth; a abertura automática do protão da bagageira; assistência ao estacionamento e aviso de transposição de faixa de rodagem; sete airbags (incluindo um para os joelhos do condutor); sistema de controlo de estabilidade; assistência ao arranque em subidas.

Como se pretende no caso de um automóvel familiar, há espaço para tudo e para todos. Os ocupantes do banco traseiro gozam de amplo espaço para as pernas e facilmente se transportam três adultos sem grandes constrangimentos. Quanto à bagageira, esta oferece um espaço máximo de 1700 litros através do rebatimento do banco traseiro, o que se realiza na proporção 60/40. Na configuração base, a oferta não é tão interessante: 534 litros de capacidade, um valor que está apenas na média do que é proposto neste segmento. Ainda assim, o acesso é bom (especialmente quando o portão abre electricamente) e baixo o suficiente para as operações de carga e descarga serem feitas com facilidade.

São nada mais nada menos que 1700 litros a capacidade que a bagageira nos oferece. Há espaço para tudo.

O botão “Start”, um dos benefícios do pack Exclusive de que estava dotada a “minha” i40 Wagon, coloca em marcha a unidade Diesel CRDi de 1700 cc com injecção direta common-rail. Os seus 136 cv de potência, disponíveis às 4000 rpm, e o binário de 325 Nm logo às 2000 rpm garantem boas prestações a este automóvel com mais de 1700 kg de peso. Sem ser fulgurante, não deixa de responder com celeridade quando se adopta um ritmo mais vivo, revelando um desempenho muito fluido, também fruto de uma boa caixa de velocidades – manual e com seis relações –, cujo escalonamento favorece os baixos consumos. A performance em curva não é das melhores e nota-se algum rolamento da carroçaria, mas nada que mereça nota negativa. Ainda assim, este bloco Diesel não me deixou ficar mal durante todo o tempo que durou o ensaio e apresentou consumos de bom nível.

Neste capítulo, a filosofia Blue Drive da Hyundai também tem um papel importante, com a introdução do sistema Idle Stop&Go, os pneus de baixa resistência ao rolamento, a gestão específica do alternador e a grelha dianteira mais fechada, cuja função é garantir a melhor performance aerodinâmica possível. Os frutos desta dotação tecnológica colhem-se nos níveis de consumo e emissões que regista, tendo alcançado uma média ponderada de 6,32 l/100 km nos nossos testes, o equivalente a uma autonomia, também ponderada, de mais de 1100 km.

A performance dinâmica não é deslumbrante, mas existe um bom compromisso com o conforto, esse sim, em alta nesta i40 Wagon.

O conforto em marcha é muito bom, algo que agradará certamente às famílias que são o público-alvo desta proposta. Outra coisa que agradará certamente aos clientes da i40 Wagon é a sua relação preço/equipamento, capítulo onde esta carrinha agrada bastante, ao ser proposta, ainda sem extras, por €35 975. No entanto, tenho de referir que todo este conforto resulta numa grande falta de emotividade ao volante, sendo que tudo se passa de forma muito fluida e suave. Em abono da verdade merece menção o facto de que conciliar estas duas vertentes é algo muito difícil de fazer e, além disso, bastante dispendioso.

E esta é uma proposta não só ambientalmente consciente como também economicamente consciente, o que pode explicar o facto de, depois de um design excelente, uma muito boa dotação tecnológica de série e uma performance ambiental de bom nível, a Hyundai tenha optado por “calçar” esta i40 com uns pneus Nexen, ainda que Classe Premiere…