CompararComparando ...

Jeep Wrangler 2P Willys Edition

Artigo
Jeep Wrangler 2P Willys Edition

Visão geral
Marca:

Jeep

Modelo:

Wrangler

Versão:

2P Willys Edition

Ano lançamento:

2014

Segmento:

Todo-o-terreno

Nº Portas:

2

Tracção:

Integral

Motor:

2.8 Diesel

Pot. máx. (cv/rpm):

200/3600

Vel. máx. (km/h):

172

0-100 km/h (s):

11,1

CO2 (g/km):

187

PVP (€):

36 600

Gostámos

Imagem, Motor potente, Desempenho fora de estrada, Exclusividade, preço interessante

A rever

ESP não desligável, Direcção "vaga"

Nosso Rating
Rating Leitor
Para avaliar, registe-se ou inicie sessão
Qualidade geral
7.0
Interior
7.0
Segurança
6.0
Motor e prestações
8.0
Desempenho dinâmico
7.0
Aptidões TT
8.0
Desempenho TT
9.0
Consumos e emissões
5.0
Conforto
7.0
Equipamento
7.0
Garantias
7.0
Preço
8.0
Se tem pressa...

São não mais do que vinte unidades de um esclusivo Jeep Wrangler que evoca os primórdios do todo-o-terreno e do seu próprio construtor, através de uma homenagem ao inesquecível e quase septuagenário Willys

7.2
Nosso Rating
Rating Leitor
You have rated this
WordPress Tables Plugin

 

Willys, Jeep e veículos de todo-o-terreno. As respectivas histórias confundem-se, e muitas histórias haveria para contar sobre cada qual. Contudo, para o efeito, cinjamo-nos ao essencial – porventura o mais famoso 4×4 de sempre, o pioneiro de um segmento hoje incontornável em qualquer ponto do globo, o Willys é um herói de guerra que se transformou em veículo civil, tendo chegado ao mercado em 1945, após o final da II Grande Guerra.

Em jeito de homenagem a este percursor, prestes a cumprir 70 anos, a Jeep decidiu, então, criar uma edição especial do actual Wangler, apelidada, justamente, de Willys Edition. Em Portugal, conta com algumas particularidades: apenas 20 unidades estão disponíveis para o nosso mercado; entre nós, o veículo é proposto somente com carroçaria de duas portas e dois lugares, caixa manual de seis velocidades, motor turbodiesel 2.8 CRD e um pacote de equipamento exclusivo, que evoca as origens da marca.

O convívio com este Wrangler muito especial foi para mim uma espécie de regresso às origens, uma experiência fascinante. Porque este Jeep é diferente de quase tudo o que existe no mercado, e sobretudo daquilo que o nosso mercado mais procura, seja para o bem, seja para o mal. Mas encerra em si um espírito verdadeiramente aventureiro cada vez mais distante deste sector.

A evocação do "pai" do conceito de veículo de todo-o-terreno nesta série especial do Wrangler está bem patente na incrição colocada no capot

A evocação do “pai” do conceito de veículo de todo-o-terreno nesta série especial do Wrangler está bem patente na incrição colocada no capot

A nostalgia começou logo num primeiro olhar. A par das formas bastante convencionais e típicas do Wrangler, este Willys Edition completa-se com alguns elementos que só servem para as enaltecer. Seja a cor exclusiva Anvil; sejam os estribos laterais; seja a inscrição Willys colocada nas laterais do capot (que continuam a contar com aqueles deliciosos fechos em borracha…); seja a antena do rádio montada na vertical junto à porta dianteira; seja o sobressalente de dimensões normais “pendurado” no portão traseiro; seja, até, as modernas jantes de liga de 17” de bonito desenho e cor graffiti.

Tendo por base a versão pick-up, este Wrangler conta, pois, com capota de lona preta e hardtop na mesma cor. Hardtop que lhe confere maior versatilidade, mas cuja remoção apenas por uma pessoa não se recomenda de todo – além de trabalhosa, o peso deste elemento não é, propriamente, diminuto. Já a sua colocação é praticamente impossível de efectuar a solo…

A bagageira é, claro, bastante volumosa, já que não existem lugares traseiros, e a única limitação do seu acesso reside no facto da porta abrir na lateral e o respectivo óculo na vertical, o que obriga a que haja algum espaço atrás do veículo para se lhe poder aceder.

Quanto ao interior, poucas novidades. Um toque de modernidade é dado pelos airbags laterais; os materiais são o que se conhece do modelo – não propriamente uma referência, apostam mais na robustez e na longevidade do que no agrado ao toque; a habitabilidade é razoável e o posto de condução peca apenas pelos encostos de cabeça não reguláveis em inclinação, e demasiado inclinados para a frente. Deliciado fico, de novo, com alguns pormenores singelos: as portas travadas por fitas de lona (cuidado ao abrir, pois, não tendo um travamento progressivo, facilmente embatem em veículos estacionados demasiado próximo); a barra colocada junto ao porta-luvas, frente ao lugar do passageiro, com a inscrição “Jeep Since 1941”; as saídas de ventilação também elas em tom graffiti. O painel do rádio e do computador de bordo em verde? Uma solução porventura antiquada, decididamente americana, seguramente simplista, mas sem dúvida irrepreensível em termos de legibilidade. Do equipamento de série fazem ainda parte o espelho retrovisor electrocromático e os tapetes Mopar de padrão exclusivo.

Por se tratar de uma versão de apenas dois lugares, a bagageira oferece uma generosa capacidade

Por se tratar de uma versão de apenas dois lugares, a bagageira oferece uma generosa capacidade

Mas é a experiência de condução o que mais emociona no Wrangler, pelo que a distancia do quotidiano de quem tem por tarefa conduzir e analisar as mais recentes novidades do mercado. Porque este é um automóvel viril, e que, como tal, exige virilidade, empenho, decisão (e algum espírito…) em quase todas as situações. Logo nos primeiros quilómetros, sobressaem a direcção de resposta lenta, bastante vaga e muito desmultiplicada – características a que não será alheia a adopção de um arcaico mas robusto sistema de assistência por recirculação de esferas. A caixa, por seu turno, não é exemplo precisão, muito menos de rapidez, e exige convicção nas trocas de mudança – ao mesmo tempo transmitindo a sensação de ser capaz de resistir aos maiores maus tratos! E até a embraiagem exige uma força superior ao normal à perna esquerda para ser devidamente accionada.

Animado pelo motor 2.8 CRD de 200 cv e 410 Nm, o Wrangler é desembaraçado em quase todas as situações de utilização, embora o propulsor prefira os regimes superiores às 2000 rpm. E como a caixa tem um escalonamento que se ajusta bem às pretensões do veículo – três primeiras relações relativamente curtas, auxiliando nos arranques e na evolução no todo-o-terreno; as três restantes mais desmultiplicadas, para reduzir ruído, consumos e emissões – há que ter em conta que o recurso à dita é sempre mais frequente quando se enfrentam percursos com maiores variações de velocidade.

O potente motor turbodiesel de 2,8 litros garante prestações atractivas, mas os consumos são elevados

O potente motor turbodiesel de 2,8 litros garante prestações atractivas, mas os consumos são elevados

As prestações são de bom nível em termos de acelerações, a velocidade máxima relativamente modesta é também fruto de um desempenho aerodinâmico naturalmente condicionado pelas linhas exteriores, ao passo que as recuperações são razoáveis nas três primeiras velocidades, menos apelativas em nas quarta e quinta relações, e quase exasperantes em sexta, fruto do seu escalonamento terrivelmente longo – única forma de homologar consumos minimamente razoáveis. Aliás, os consumos são mesmo um dos calcanhares do Wrangler, pois mesmo a velocidades estabilizadas estão longe de ser frugais, facilmente se aproximando dos 16,0 l/100 km com se dispensa todo e qualquer cuidado para com o pedal da direita. Curiosamente, porventura devido ao contributo dado pelo sistema stop/start, é em cidade que, à proporção, o consumo é mais razoável.

Felizmente que, para quem é apreciador do género, emoção é o que não falta quando se conduz o Wrangler. Em asfalto, a elevada altura do veículo, o peso generoso e as suspensões macias e de curso longa obrigam a cuidados redobrados nas transferências de massa e nas trocas de apoio sempre que se adoptam ritmos mais apressados, como o prova a constante intervenção do ESP. Típico, também, deste género de concepção é o elevado ruído que invade o habitáculo acima dos 140 km/h, seja o provindo do motor, do rolamento dos pneus ou da própria aerodinâmica: o hardtop não perdoa – como não perdoa o elevado peso do conjunto nas travagens…

Ao volante do Wrangler, fora de estrada, o divertimento está garantido. No asfalto, as dimensões e peso do conjunto, o logo curso das suspensões por eixo rígido e a direcção de resposta lenta obrigam a praticar uma condução a que a muitos já não estarão habituados

Ao volante do Wrangler, fora de estrada, o divertimento está garantido. No asfalto, as dimensões e peso do conjunto, o logo curso das suspensões por eixo rígido e a direcção de resposta lenta obrigam a praticar uma condução a que a muitos já não estarão habituados

Fora de estrada, tudo se altera. Robusto, resistente e com ângulos característicos favoráveis às incursões “”TT” (não é por acaso que ainda recorrer a suspensões por eixo rígido nas quatro rodas…), o Wrangler está sempre disposto e disponível para enfrentar qualquer percurso, por exigente que seja. E quando as coisas se complicam, lá estão as “redutoras” para ajudar a safar a situação – assim haja empenho para manipular a alavanca que permite optar entre a tracção traseira, a tracção integral e as chamadas “baixas”.

Nas subidas (ou descidas) mais íngremes dificilmente este Wrangler fará má figura, assim como nas situações que exijam maior cruzamento de eixos. Não tem é nos sobredimensionados pneus o melhor aliado em pisos muito arenosos ou lamacentos. Já em estradões de terra batida, o gozo só é limitado por um ESP que não desliga (apenas permitir inibir o funcionamento do controlo de tracção), o que não deixa de ser estranho – e pouco útil – num automóvel tão “puro”, chegando a causar embaraços quando a sua intervenção surge depois de o condutor já ter começado a corrigir a trajectória.

O Wrangler é daquele automóveis que impelem quem os conduz a deles fazer um uso já pouco vulgar nos dias que correm

O Wrangler é daquele automóveis que impelem quem os conduz a deles fazer um uso já pouco vulgar nos dias que correm

Mas nem isso chega para ensombrar todo encanto, o charme quase irresistível deste Wrangler – uma proposta à parte, que oferece emoções à antiga em estrada e fora dela, especialmente num mundo em que cada vez mais o condutor parece fazer menos parte da equação no que toca à tarefa que desempenha, tal a panóplia de auxiliares electrónicos que hoje qualquer automóvel que se pretenda moderno oferece.

Resta referir que tudo isto está disponível por €36 600, ou menos ainda para os que puderem deduzir na íntegra o IVA incluído neste valor – passando, então, o preço para €29 756,1. É que convém não esquecer que, para não custar o dobro dos valores a que é proposto, o Wrangler é homologado em Portugal como pick-up (de cabine simples na versão de dois luagres, e de cabine dhpla na versão de quatro lugares), única forma de contornar parcialmente a aberrante fiscalidade que continua a vigorar entre nós. Pelo que estas 20 unidades desta Willys Edition são uma autêntica peça de colecção – foram especificadas a pensar exclusivamente no mercado nacional, diferindo bastante daquelas que, com o mesmo nome, a Jeep comercializa nos restantes mercados por esse mundo fora…

WordPress Tables Plugin

Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Controlo electrónico de estabilidade
Controlo electrónico de descidas (Hill Descent Control)
Assistência aos arranques em subidas (Hill Start Assist)
Cintos dianteiros com pré-tensores
Encostos de cabeça activos
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Cruise-control
Bancos em tecido
Bancos do condutor com regulação em altura+lombar
Volante em pele multifunções regulável em altura
Vidros dianteiros eléctricos
Rádio com leitor de CD/mp3/tomadas USB+Aux/6 colunas+subwoofer
Mãos-livres Bluetooth
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos
Retrovisor interior electrocromático
Tomadas de 12 Volt na frente+compartimento de carga
Tapetes Mopar exclusivos
Capota hard-top preta+capota soft-top preta
Jantes de liga leve de 17”
Estribos laterais
Pneu sobressalente de dimensões normais
Pintura exclusiva ANVIL

Qual é a sua reação?
Excelente
0%
Adoro
0%
Gosto
0%
Razoavel
0%
Não gosto
0%
Sobre o autor
zyrgon