Jeep Wrangler 2P Willys Edition
Jeep
Wrangler
2P Willys Edition
2014
Todo-o-terreno
2
Integral
2.8 Diesel
200/3600
172
11,1
187
36 600
Imagem, Motor potente, Desempenho fora de estrada, Exclusividade, preço interessante
ESP não desligável, Direcção "vaga"
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 172 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 10,7 |
0-400 m | 17,6 |
0-1000 m | 32,5 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 5,8 |
Em 4ª | 8,9 |
Em 5ª | 13,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 9,1 |
Em 5ª | 12,1 |
Em 6ª | 22,9 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 42,1 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 9,0 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 11,8 |
Cidade | 10,4 |
Média ponderada (*) | 10,4 |
Autonomia média ponderada (km) | 640 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1410 |
Largura atrás | – |
Comprimento à frente | 1120 |
Comprimento atrás | – |
Altura à frente | 1000 |
Altura atrás | – |
Willys, Jeep e veículos de todo-o-terreno. As respectivas histórias confundem-se, e muitas histórias haveria para contar sobre cada qual. Contudo, para o efeito, cinjamo-nos ao essencial – porventura o mais famoso 4×4 de sempre, o pioneiro de um segmento hoje incontornável em qualquer ponto do globo, o Willys é um herói de guerra que se transformou em veículo civil, tendo chegado ao mercado em 1945, após o final da II Grande Guerra.
Em jeito de homenagem a este percursor, prestes a cumprir 70 anos, a Jeep decidiu, então, criar uma edição especial do actual Wangler, apelidada, justamente, de Willys Edition. Em Portugal, conta com algumas particularidades: apenas 20 unidades estão disponíveis para o nosso mercado; entre nós, o veículo é proposto somente com carroçaria de duas portas e dois lugares, caixa manual de seis velocidades, motor turbodiesel 2.8 CRD e um pacote de equipamento exclusivo, que evoca as origens da marca.
O convívio com este Wrangler muito especial foi para mim uma espécie de regresso às origens, uma experiência fascinante. Porque este Jeep é diferente de quase tudo o que existe no mercado, e sobretudo daquilo que o nosso mercado mais procura, seja para o bem, seja para o mal. Mas encerra em si um espírito verdadeiramente aventureiro cada vez mais distante deste sector.
A nostalgia começou logo num primeiro olhar. A par das formas bastante convencionais e típicas do Wrangler, este Willys Edition completa-se com alguns elementos que só servem para as enaltecer. Seja a cor exclusiva Anvil; sejam os estribos laterais; seja a inscrição Willys colocada nas laterais do capot (que continuam a contar com aqueles deliciosos fechos em borracha…); seja a antena do rádio montada na vertical junto à porta dianteira; seja o sobressalente de dimensões normais “pendurado” no portão traseiro; seja, até, as modernas jantes de liga de 17” de bonito desenho e cor graffiti.
Tendo por base a versão pick-up, este Wrangler conta, pois, com capota de lona preta e hardtop na mesma cor. Hardtop que lhe confere maior versatilidade, mas cuja remoção apenas por uma pessoa não se recomenda de todo – além de trabalhosa, o peso deste elemento não é, propriamente, diminuto. Já a sua colocação é praticamente impossível de efectuar a solo…
A bagageira é, claro, bastante volumosa, já que não existem lugares traseiros, e a única limitação do seu acesso reside no facto da porta abrir na lateral e o respectivo óculo na vertical, o que obriga a que haja algum espaço atrás do veículo para se lhe poder aceder.
Quanto ao interior, poucas novidades. Um toque de modernidade é dado pelos airbags laterais; os materiais são o que se conhece do modelo – não propriamente uma referência, apostam mais na robustez e na longevidade do que no agrado ao toque; a habitabilidade é razoável e o posto de condução peca apenas pelos encostos de cabeça não reguláveis em inclinação, e demasiado inclinados para a frente. Deliciado fico, de novo, com alguns pormenores singelos: as portas travadas por fitas de lona (cuidado ao abrir, pois, não tendo um travamento progressivo, facilmente embatem em veículos estacionados demasiado próximo); a barra colocada junto ao porta-luvas, frente ao lugar do passageiro, com a inscrição “Jeep Since 1941”; as saídas de ventilação também elas em tom graffiti. O painel do rádio e do computador de bordo em verde? Uma solução porventura antiquada, decididamente americana, seguramente simplista, mas sem dúvida irrepreensível em termos de legibilidade. Do equipamento de série fazem ainda parte o espelho retrovisor electrocromático e os tapetes Mopar de padrão exclusivo.
Mas é a experiência de condução o que mais emociona no Wrangler, pelo que a distancia do quotidiano de quem tem por tarefa conduzir e analisar as mais recentes novidades do mercado. Porque este é um automóvel viril, e que, como tal, exige virilidade, empenho, decisão (e algum espírito…) em quase todas as situações. Logo nos primeiros quilómetros, sobressaem a direcção de resposta lenta, bastante vaga e muito desmultiplicada – características a que não será alheia a adopção de um arcaico mas robusto sistema de assistência por recirculação de esferas. A caixa, por seu turno, não é exemplo precisão, muito menos de rapidez, e exige convicção nas trocas de mudança – ao mesmo tempo transmitindo a sensação de ser capaz de resistir aos maiores maus tratos! E até a embraiagem exige uma força superior ao normal à perna esquerda para ser devidamente accionada.
Animado pelo motor 2.8 CRD de 200 cv e 410 Nm, o Wrangler é desembaraçado em quase todas as situações de utilização, embora o propulsor prefira os regimes superiores às 2000 rpm. E como a caixa tem um escalonamento que se ajusta bem às pretensões do veículo – três primeiras relações relativamente curtas, auxiliando nos arranques e na evolução no todo-o-terreno; as três restantes mais desmultiplicadas, para reduzir ruído, consumos e emissões – há que ter em conta que o recurso à dita é sempre mais frequente quando se enfrentam percursos com maiores variações de velocidade.
As prestações são de bom nível em termos de acelerações, a velocidade máxima relativamente modesta é também fruto de um desempenho aerodinâmico naturalmente condicionado pelas linhas exteriores, ao passo que as recuperações são razoáveis nas três primeiras velocidades, menos apelativas em nas quarta e quinta relações, e quase exasperantes em sexta, fruto do seu escalonamento terrivelmente longo – única forma de homologar consumos minimamente razoáveis. Aliás, os consumos são mesmo um dos calcanhares do Wrangler, pois mesmo a velocidades estabilizadas estão longe de ser frugais, facilmente se aproximando dos 16,0 l/100 km com se dispensa todo e qualquer cuidado para com o pedal da direita. Curiosamente, porventura devido ao contributo dado pelo sistema stop/start, é em cidade que, à proporção, o consumo é mais razoável.
Felizmente que, para quem é apreciador do género, emoção é o que não falta quando se conduz o Wrangler. Em asfalto, a elevada altura do veículo, o peso generoso e as suspensões macias e de curso longa obrigam a cuidados redobrados nas transferências de massa e nas trocas de apoio sempre que se adoptam ritmos mais apressados, como o prova a constante intervenção do ESP. Típico, também, deste género de concepção é o elevado ruído que invade o habitáculo acima dos 140 km/h, seja o provindo do motor, do rolamento dos pneus ou da própria aerodinâmica: o hardtop não perdoa – como não perdoa o elevado peso do conjunto nas travagens…
Fora de estrada, tudo se altera. Robusto, resistente e com ângulos característicos favoráveis às incursões “”TT” (não é por acaso que ainda recorrer a suspensões por eixo rígido nas quatro rodas…), o Wrangler está sempre disposto e disponível para enfrentar qualquer percurso, por exigente que seja. E quando as coisas se complicam, lá estão as “redutoras” para ajudar a safar a situação – assim haja empenho para manipular a alavanca que permite optar entre a tracção traseira, a tracção integral e as chamadas “baixas”.
Nas subidas (ou descidas) mais íngremes dificilmente este Wrangler fará má figura, assim como nas situações que exijam maior cruzamento de eixos. Não tem é nos sobredimensionados pneus o melhor aliado em pisos muito arenosos ou lamacentos. Já em estradões de terra batida, o gozo só é limitado por um ESP que não desliga (apenas permitir inibir o funcionamento do controlo de tracção), o que não deixa de ser estranho – e pouco útil – num automóvel tão “puro”, chegando a causar embaraços quando a sua intervenção surge depois de o condutor já ter começado a corrigir a trajectória.
Mas nem isso chega para ensombrar todo encanto, o charme quase irresistível deste Wrangler – uma proposta à parte, que oferece emoções à antiga em estrada e fora dela, especialmente num mundo em que cada vez mais o condutor parece fazer menos parte da equação no que toca à tarefa que desempenha, tal a panóplia de auxiliares electrónicos que hoje qualquer automóvel que se pretenda moderno oferece.
Resta referir que tudo isto está disponível por €36 600, ou menos ainda para os que puderem deduzir na íntegra o IVA incluído neste valor – passando, então, o preço para €29 756,1. É que convém não esquecer que, para não custar o dobro dos valores a que é proposto, o Wrangler é homologado em Portugal como pick-up (de cabine simples na versão de dois luagres, e de cabine dhpla na versão de quatro lugares), única forma de contornar parcialmente a aberrante fiscalidade que continua a vigorar entre nós. Pelo que estas 20 unidades desta Willys Edition são uma autêntica peça de colecção – foram especificadas a pensar exclusivamente no mercado nacional, diferindo bastante daquelas que, com o mesmo nome, a Jeep comercializa nos restantes mercados por esse mundo fora…
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, longit., diant. |
Cilindrada (cc) | 2967 |
Diâmetro x curso (mm) | 94,0×100,0 |
Taxa de compressão | 16,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 200/3600 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 410/2600-3200 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbocompressor VTG+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4223/1873/1865 |
Distância entre eixos (mm) | 2414 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1572/1572 |
Jantes – pneus | 7Jx17″ – 245/75 (Goodyear Wrangler) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 2050 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 10,25 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 713,6/66,6 |
Transmissão | |
Tracção | Integral, inserível à frente |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. com “redutoras” |
Direcção | |
Tipo | esferas recirculantes com assistência hidráulica |
Diâmetro de viragem (m) | 10,36 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (332) |
Traseiros (ø mm) | Discos ventilados (316) |
Suspensões | |
Dianteira | Eixo-rígido com amortecedores a gás |
Traseira | Eixo-rígido com amortecedores a gás |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Aptidões TT | |
Ângulos de ataque/saída/ventral (º) | 37,8/31,3/24,5 |
Inclinação lateral máx./pendente máx.(º) | n.d./n.d. |
Altura ao solo/passagem a vau (mm) | n.d./n.d. |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 7 anos |
Garantia anti-corrosão | 7 anos |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Controlo electrónico de estabilidade
Controlo electrónico de descidas (Hill Descent Control)
Assistência aos arranques em subidas (Hill Start Assist)
Cintos dianteiros com pré-tensores
Encostos de cabeça activos
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Cruise-control
Bancos em tecido
Bancos do condutor com regulação em altura+lombar
Volante em pele multifunções regulável em altura
Vidros dianteiros eléctricos
Rádio com leitor de CD/mp3/tomadas USB+Aux/6 colunas+subwoofer
Mãos-livres Bluetooth
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos
Retrovisor interior electrocromático
Tomadas de 12 Volt na frente+compartimento de carga
Tapetes Mopar exclusivos
Capota hard-top preta+capota soft-top preta
Jantes de liga leve de 17”
Estribos laterais
Pneu sobressalente de dimensões normais
Pintura exclusiva ANVIL