Opel Astra GTC 1.6 Turbo “Black OPC Line”

Quando escolhemos o modo Sport, a iluminação do painel de instrumentos adopta a cor vermelha

O spoiler traseiro apresenta, nesta versão, um rebordo em preto-brilhante

As 18" das jantes são uma escolha acertada, mas a pintura num tom escuro fá-las parecer demasiado pequenas

Além do volante, do punho da caixa de velocidades e dos bancos, o habitáculo do Astra GTC não tem nada de especialmente desportivo

Os excelentes bancos contribuem para uma posição de condução muito bem conseguida

A Opel promete, até ao final do ano, ter a sua gama de motores completamente renovada, o que inclui o novo bloco 1.6 Turbo, a gasolina, com injecção directa, que, nesta especificação, debita 200 cv. Para assinalar o seu lançamento, a marca alemã elegeu o Astra GTC como o modelo ideal para estreia, mas, em Portugal, foi mais longe, com a criação da versão “Black OPC Line”. Como é fácil depreender pela designação, o Astra GTC ganha alguns apontamentos da versão mais apimentada da gama, como é o caso do pára-choques dianteiro, das saias laterais, do spoiler traseiro, ou das duas saídas de escape. As jantes, o tejadilho, as capas dos espelhos retrovisores exteriores e o contorno do spoiler traseiro recebem um acabamento em preto-brilhante. O habitáculo acolhe uns bancos mais desportivos, aos quais se juntam o volante e punho da caixa do OCP e o revestimento em preto para o tejadilho. No conjunto, o Astra GTC “Black OCP Line” não passa despercebido, mas o contraste entre os acabamentos em preto-brilhante e a cor exterior da carroçaria é de gosto muito discutível. No caso das jantes, com um perfil de pneu generoso, a pintura em preto fá-las parecer bastante mais pequenas do que as 18” poderiam indicar, não resultando num visual particularmente feliz.

A versão Black OPC Line, exclusiva do mercado nacional, destaca-se pelos apontamentos em preto-brilhante

No habitáculo, as aplicações da versão OPC conseguem um resultado bastante melhor, principalmente graças aos excelentes bancos, que só melhoram uma posição de condução já de si muito boa. Com regulações bastante amplas, qualquer condutor se sentirá bem sentado ao volante do Astra GTC, num ambiente que transpira bastante qualidade, principalmente fruto da excelente montagem de todos os materiais. Pena que a ergonomia não esteja ao mesmo nível, muito devido à profusão de botões na consola central, pouco intuitivos de utilizar.

Quando damos ordem de marcha ao motor 1.6 Turbo, somos brindados com um som rouco, mas contido, algo que se sente também na forma como a potência é entregue. Bastante suave e redondo, o motor é muito agradável de utilizar a ritmos pacatos, havendo sempre uma reserva bastante grande de potência, mesmo com relações de caixa algo longas. É nos regimes médios que os 200 cv se fazem sentir de forma mais evidente, catapultando o Astra para a frente com uma notória demonstração de vigor, que se prolonga até à ultima faixa do taquímetro, o que é bastante salutar, já que a caixa de velocidades é pouco precisa e não gosta de ser utilizada de forma rápida. Apesar dos 1525 kg do Astra GTC, não lhe falta pulmão, que ainda emana um som bem mais interessante do aquele que podemos ouvir quando circulamos em regimes mais baixos.

As duas saídas de escape deixam sair um som rouco, mas sempre discreto, abaixo das boas performances do motor 1.6 Turbo

Como não há bela sem senão, os consumos são tudo menos agradáveis. Não é preciso andar “a fundo” para vermos o computador de bordo assinalar médias a rondar os 12l/100 km, sendo que é fácil atingir valores bem mais elevados. Acalmando o ritmo, o panorama é apenas ligeiramente melhor, pois 10l/100 km é o valor mais comum. Isto ganha particular destaque por não ser fácil andar devagar, fruto do excelente chassis do Astra GTC, que nos impele a adoptar ritmos bem vivos. A aderência é mais do que muita, dando sempre imensa confiança ao condutor, que só tem de acreditar que a frente vai aguentar a velocidade na entrada. Em caso de algum exagero no optimismo, o aliviar do pé direito põe a traseira a rodar ligeiramente, colocando o eixo dianteiro no local certo, até porque o controlo de estabilidade fica mesmo desligado. Isto é mais evidente, e fácil, quando o programa flexride está definido para o modo Sport, já que a direcção, o acelerador e a suspensão ganham uma afinação vincadamente desportiva, tornando o Astra mais fiel às ordens do condutor. Assim programado, não se aconselha a circulação em piso degradado ou por períodos longos, pois o conforto fica no limbo do desagradável. O modo Tour é o mais indicado para uma utilização normal, ainda que nunca torne o Astra GTC numa referência em termos de conforto, sendo sempre um automóvel firme.

O modo Sport do sistema Flexride torna o Astra ainda mais eficaz do ponto-de-vista dinâmico, mas pouco amigo das costas dos ocupantes

Olhando para a lista de equipamento de série, para as performances do motor e para as qualidade do chassis, os 30 800 euros pedidos pelo Opel Astra GTC “Black OPC Line” parecem um valor justo, até porque está alinhado com alguns dos seu principais concorrentes, como o Kia c’eed Scoupé GT e o Seat Leon FR 1.8 TSI.