Volvo S60 D4 Momentum R-Design

Volvo S60 D4 Momentum R-Design

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A habitabilidade não é mais do que correcta para o segmento, sobretudo atrás

Volvo S60 D4 Momentum R-Design

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O painel de instrumentos continua a permitir ao condutor optar por três ambientes distintos

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O sistema de infoentretenimento Sensus é opcional e não se revelou particularmente célere a garantir o acesso à Internet

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O sistema de auxílio ao estacionamento também faz parte da lista de opcionais

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Recentemente sujeita a uma actualização, a gama do Volvo S60/V60 tem no novo motor turbodiesel de 2,0 litros o seu principal motivo de interesse, uma vez que as restantes modificações são pouco mais do que de pormenor. Ainda que esta seja, porventura, também a alteração menos consensual operada no familiar sueco, pelo menos para quem teve o prazer de conhecer de perto o anterior cinco cilindros em linha.

Dotado de um evoluído sistema de injecção common-rail, o novo quatro cilindros sobrealimentado oferece uns muito saudáveis 181 cv de potencia e um não menos expressivo binário máximo de 400 Nm logo às 1750 rpm. Valores que abrem, desde logo, boas perspetivas para o potencial dinâmico do S60 D4 aqui em análise, para mais dotado do nível de equipamento e acabamentos R-Design, com todos aqueles elementos que incrementam a agressividade da aparência exterior e melhoram a eficácia da condução.

Volvo S60 D4 Momentum R-Design

Contudo, logo nos primeiros instantes de convívio com o novo motor D4, é notório que algo se perdeu para o seu mais nobre antecessor em carácter e emoção. Agora, já não é possível usufruir, nem daquela deliciosa sonoridade poderosa e encorpada, nem do fulgor do cinco em linha nos regimes intermédios. Saudosismo? Talvez. Mas não só!

Aliás, o novo D4 parece até funcionar a três tempos distintos: o primeiro, entre as 1500-2500 rpm, é marcado pela prontidão da resposta mesmo à menor solicitação do acelerador; o segundo, entre as 2500-3250 rpm, caracteriza-se por uma solicitude menos lesta; no terceiro, entre as 3250-4500 rpm, o motor recupera todo o seu vigor. Em qualquer dos casos, subsiste também a sensação de que a resposta podia ser ainda mais imediata, parecendo existir sempre um compasso de espera facilmente eliminável entre o pressionar do pedal da direita e a correspondente reacção do propulsor.

Estes acabam por ser, ainda assim, não mais do que pecadilhos quando se compara, através da frieza dos números, o real desempenho do novo motor, quer com o do que precedeu, quer com o da principal concorrência. Com consumos de muito bom nível para esta categoria, é nas prestações que o essencial da diferença é feita: só nos 0-100 km/h o novo S60 D4 retira mais de um segundo à marca obtida pelo anterior, sendo o registo no quilómetro de arranque favorável ao novo modelo em praticamente dois segundos – valores, no mínimo, invulgares para um tracção dianteira a gasóleo com este nível de potência! Nas recuperações, a evolução é menos substancial, mas nem por isso deixa de existir.

Porventura menos nobre, e com uma personalidade menos vincada, que o anterior cinco cilindros em linha, o novo motor turbodiesel de 2,0 litros da Volvo é bem mais possante e performante, e nem por isso menos económico

Para os amantes de uma condução mais empenhada, a melhor forma de tirar partido destes atributos é mesmo dispor de uma versão R-Design, dotada de jantes de 18” com pneus 235/40 e suspensão desportiva – o que se perde em conforto em mau piso acaba por ser compensado pela atitude mais acutilante quando se adopta uma condução mais empenhada, graças ao óptimo controlo dos movimentos da carroçaria. O comportamento é globalmente, eficaz, destacando-se a elevada estabilidade a alta velocidade, a impressionante tracção e motricidade e um eixo dianteiro incisivo, com reacções sempre honestas e previsíveis, tudo isto contribuindo para respeitáveis velocidades de passagem em curva.

Não obstante, muito há ainda a melhorar neste capítulo, a começar pela direcção de assistência eléctrica. Mais “pesada” do que o habitual com esta configuração de châssis, nem por isso é menos vaga, ou tem um tacto menos artificial, do que o conhecido da maioria dos Volvo da actualidade, não sendo o melhor aliado para sentir com a fidelidade desejável o que está a acontecer com as rodas dianteiras, por isso continuando a ser um dos principais handicaps da presente oferta da marca sueca.

O que também não se entende é como é que um automóvel com esta postura continua a não permitir desligar por completo o controlo electrónico de estabilidade (apenas é possível seleccionar o modo Sport, um pouco menos interventivo), limitação que cerceia a eficácia, o prazer de condução e, por consequência, a emoção ao volante quando se pretende extrair todo o potencial do S60. Não só a saída das curvas mais lentas é menos célere do que o ideal, como não há qualquer possibilidade de ganhar uma maior agilidade através de um eixo traseiro menos imperturbável. Factores que fazem desta uma proposta segura, sem dúvida fácil de conduzir, mas, decididamente, menos divertida e eficaz do que aquilo que facilmente poderia ser.

Sóbrio, seguro e fácil de conduzir, o S60 R-Design é um automóvel com um comportamento eficaz mas que fica aquém de todo o seu potencial, muito por culpa da impossibilidade de desligar por completo o controlo electrónico de estabilidade

Visualmente, seria difícil ao S60 D4 R-Design ser mais convincente, já que as atractivas linhas exteriores ganham aqui um apelo adicional graças a elementos como as bonitas jantes de cinco braços, as saias laterais ou o deflector integrado na tampa da mala. No habitáculo, a qualidade dos materiais pode ainda não exibir a homogeneidade das referências da classe, mas não deixa de ser elevada e nota-se que o rigor da montagem e dos acabamentos está em progresso.

Já o posto de condução, apesar de acolhedor, beneficiaria com uma colocação um pouco mais baixa do banco do condutor, por sinal um dos elementos em destaque no interior (a para do do passageiro): com encostos de cabeça integrados, revelam-se firmes e senhores de um óptimo encaixe, mas nem por isso menos cómodos em viagens mais longos. Numa palavra: excelentes!

Bem construído, e (muito) bem equipado, o habitáculo, nesta variante R-Design, tem nos excelentes bancos desportivos dianteiros um dos seus maiores atributos

Por tudo isto, a Volvo cobra €44 454, um valor que só se poderá considerar competitivo quando se atenta no extenso equipamento de série que lhe está associado (tanto assim é, que um S60 D4 na versão mais despida custa uns muito apelativos €39 473). Na unidade ensaiada o preço final ascende a pouco mais de €50 000, por via dos opcionais instalados, sendo que nenhum deles influi decisivamente na experiência de condução – apenas tornam a permanência a bordo mais prazenteira.