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Citroën C4 Cactus 1.2 VTI Feel Edition Silver

Artigo
Citroën C4 Cactus 1.2 VTI Feel Edition Silver

Visão geral
Marca:

Citroen

Modelo:

C4 Cactus

Versão:

1.2 VTI Feel Edition Silver

Ano lançamento:

2014

Segmento:

Familiares compactos

Nº Portas:

5

Tracção:

Dianteira

Motor:

1.2

Pot. máx. (cv/rpm):

82/5750

Vel. máx. (km/h):

167

0-100 km/h (s):

12,9

CO2 (g/km):

107

PVP (€):

17 580

Gostámos

Visual divertido, Airbumps relativamente "utilizáveis", Preço, Equipamento

A rever

Motor anémico a baixos regimes, Pormenores "low-cost", Posicionamento ambíguo

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Qualidade geral
6.0
Interior
6.0
Segurança
7.0
Motor e prestações
6.0
Desempenho dinâmico
7.0
Consumos e emissões
7.0
Conforto
7.0
Equipamento
8.0
Garantias
7.0
Preço
9.0
Se tem pressa...

O Citroën C4 Cactus é divertido e diverte quem o vê. A versão 1.2 VTI Feel Edition Silver é um bom ponto de partida: muito equipamento, motor suficiente para enfrentar o trânsito urbano e um preço muito em conta. Pena é que os pormenores “low-cost” e o posicionamento ambíguo não contribuam para a diversão da mesma maneira que o resto do “ideal” o faz.

7.0
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O ser humano tem uma necessidade premente de categorizar e definir tudo o que existe. É uma exigência quase-biológica que deve ser prontamente colmatada, correndo-se o risco de fazer descarrilar a Humanidade. Quando não se sabe o que é, estereotipiza-se, como se faz com o José Castelo Branco, ou com a classe social dos banqueiros. Mas nos automóveis não há como estereotipar: todos nós gostamos de ver tudo muito bem categorizado e encaixado em pequenas caixinhas.

Posto isto, o que é um Citroën C4 Cactus, além de uma excelente jogada de marketing? Há tanta informação e desinformação a correrem ao mesmo tempo que se torna difícil chamar nomes às coisas. O conceito vende-se como se pertencesse ao segmento dos pequenos familiares – a Citroën compara-o constantemente ao C4 -, mas a plataforma é a do utilitário C3 e os motores, para todos os efeitos, são os tradicionais do segmento abaixo; a comunicação não fala em low-cost, mas a verdade é que, olhando-o de relance, o Cactus parece ter uma “cruzinha” em vários aspectos que caracterizam um automóvel de baixo custo. Carroçaria sobredimensionada face à plataforma original? Check. Motorizações de baixa gama? Check. Algum pormenor verdadeiramente hediondo como… vidros traseiros com abertura em compasso, a inexplicável ausência de um conta-rotações ou a inexistência de uma função automática para os vidros eléctricos? Check. Seja ou não um verdadeiro pequeno familiar, assuma-o, ao longo deste texto, como pertencente a esse segmento, com as devidas ressalvas do preço, do formato (a carroçaria tem o seu quê de SUV) e das motorizações menos potentes do que o habitual.

Se assim o for, diga-se, é um pequeno familiar acessível. Esta unidade, dotada do motor a gasolina de três cilindros 1.2 VTI (82 cv) custa 17 580 euros nesta versão “Feel Silver Edition”. O preço faz parte de uma promoção de lançamento disponível até ao final do mês de setembro que equivale a um desconto de 1100 euros. Entre outras coisas, esta edição traz pormenores – todos de série – como o sistema de estacionamento traseiro com câmara, os sensores de luz e de chuva, e entradas USB para carregar o smartphone ou levar toda a sua música numa “pen”. No exterior, destacam-se a cor metalizada “aluminum”, as jantes de 16″ “square” em cor preta, e, por fim, os vidros escurecidos; parece-me ser um conjunto muito discreto, ainda para mais quando o Cactus é, claramente, um automóvel para ver e ser visto. Por mais cem euros é possível pintar os Airbumps, aqui em cinzento “mica” em cores mais… espampanantes.

Low-cost ou não, uma coisa é certa: o Cactus é divertido e diverte. É daqueles automóveis que diz muito sobre a pessoa que o adquire, um pouco como o 2CV provavelmente também o foi na sua era. É descomplicado no interior, é diferente no exterior, num bom sentido, e, sobretudo, é capaz de gerar uma opinião em toda a gente, nem que seja uma pejada de palavrões em forma de pergunta retórica – puxe pela imaginação. É o “anti-establishment” em formato automóvel. As linhas exteriores são uma lufada de ar fresco, e, claro, os airbumps são um pormenor que, funcionais ou não, ajudam e muito a que o Cactus pareça o que é: diferente.

A simplificação do interior é um caso de amor-ódio. No meu ponto de vista, foi bem conseguida: o Cactus segue o exemplo minimalista do “primo” Peugeot 308 ainda que com uma mescla de materiais inferiores ao do “Carro do Ano”; versões de equipamento mais altas têm direito a acabamentos claramente superiores e com um design mais interessante, tal como poderá comprovar assim que for publicado o ensaio da Absolute Motors à versão Diesel 1.6 do Cactus. Tudo o que é comando passível de estar integrado na consola central foi reagrupado no “touch screen” do sistema multimédia, excepção feita ao comando das luzes de emergência. Compreendo que haja um momento ou outro em que o constante saltitar de ecrãs seja irritante – particularmente nesta época de maior calor, em que a climatização é constantemente acedida  -, mas compensa com um sistema relativamente rápido e, sobretudo, muito completo. Há um ou outro momento em que a sensibilidade do ecrã não corresponde à precisão exigida para um determinado movimento (é o caso da barra horizontal que faz de “tuner” do rádio), mas, regra geral, tudo funciona bem e está bem organizado. Na consola central estão, ainda, duas das apenas três saídas de ventilação: o “pendura” só tem direito a uma saída de ventilação, que, apesar de maior, não compensa o facto de não ter uma independente a produzir ar fresco do lado direito.

Além da simplficação da consola central, outros pormenores como as pegas nas portas, em jeito de imitação de uma qualquer pega de mala, o porta-luvas fundo e com abertura “diferente” da do habitual, e o painel de instrumentos simplista, conferem uma sensação de “frescura” ao habitáculo. Não é inovador, mas cheira a novidade.

O mostrador digital não apresenta a rotação do motor, "compensando-o" com um indicador de mudança. Estranho, ainda para mais quando a Citroën praticamente inventou o conta-rotações digital

O mostrador digital não apresenta a rotação do motor, “compensando-o” com um indicador de mudança. Estranho, ainda para mais quando a Citroën reinventou vezes sem conta o conta-rotações em modelos dos anos ’80 e ’90

Ainda sobre o interior, há que falar sobre o espaço a bordo: face a um Astra de cinco portas, por exemplo, os lugares atrás perdem centímetro e meio de espaço para as pernas, e, de largura, outros seis centímetros. No papel, a diferença é pouca, mas o espaço em largura traduz-se em viagens longas mais cansativas do que nos pequenos familiares ditos tradicionais. O banco traseiro rebate em peça única – outro pormenor low-cost -, o que retira uma boa dose de versatilidade quando é hora do C4 Cactus servir de carrinha das mudanças. Ou vai o armário novo do Ikea, ou vai a terceira pessoa que o ajudou a transportar os 90 quilos de “madeira” comprimida. Os bancos, mais largos e finos do que o costume, têm um design curioso, e até a falta de apoio lateral é desculpável, em grande parte porque ninguém no seu perfeito juízo vai querer atacar uma estrada de serra com o C4 Cactus.

Isto não significa que o novo Citroën não tenha um comportamento condigno. Os comandos são em tudo semelhantes aos do C3 e aos do DS3 – o travão tem um ataque muito forte e a direção é relativamente pesada em manobras de cidade, mas tirando isto, tudo o resto é bom -, sendo mais do que suficientes para dar a confiança necessária no meio do trânsito e fora dele. Nota-se, sobretudo, a questão do baixo peso: duzentos quilos separam as versões de acesso deste automóvel e a do C4. A relação conforto-comportamento sai a ganhar com isto já que é possível utilizar taragens de suspensão mais brandas do que seria de esperar, e, apesar do rolamento de carroçaria que daqui advém, o Cactus gera “grip” razoável e a carroçaria não tem uma ideia própria do que fazer no próximo gancho que encontrar. Além do mais, a direção casa-se com uma frente bastante rápida que ajuda a tornar a condução em estrada sinuosa num processo mais interativo e divertido.

O motor 1.2 VTI com 82 cv cumpre no Cactus um papel de entrada de uma gama que tem no Diesel 1.6 a versão-referência para o mercado português. O Diesel é e, pelo menos durante os próximos tempos será, o rei deste segmento, pelo que o propulsor a gasolina tem apenas o condão de ser o mais acessível. O bloco tem “carácter”, ou melhor, tem uma nota de escape muito própria, e “pede” para ser trabalhado pela (relativamente imprecisa) caixa manual de cinco velocidades para que dele se extraia todo o potencial. Há uma lentidão característica dos tricilíndricos abaixo das 2 000 rpm a que é preciso habituar o condutor. A faixa ideal de utilização situa-se entre as 2 000 e as 4 000 rotações por minuto. É aqui, nesta zona, que o 1.2 VTI melhor responde às solicitações do pé direito. Melhor do que a performance absoluta são os consumos, quase sempre ligeiramente abaixo dos 6 l/100 km com uma condução ideal, e ligeiramente mais altos, entre os 7 e os 8 litros, quando se mistura alguma condução mais rápida.

O tablier desobstrusivo e a posição de condução ligeiramente sobreelevada conferem uma visibilidade muito acima da média, sendo particularmente útil na hora de atacar o trânsito metropolitano

O tablier desobstrusivo e a posição de condução ligeiramente elevada conferem uma visibilidade muito acima da média, sendo particularmente útil na hora de atacar o trânsito metropolitano

No meu ponto de vista, é uma proposta apelativa para quem procura aquilo que é, no meu ver, um pequeno familiar low-cost. A motorização é suficiente, o visual é estrondoso (ainda que nestas cores perca algum entusiasmo) e o preço vai dar que pensar. Mas cabe agora ao (potencial) cliente decidir se quer viver com todos os pequenos entraves que o Cactus apresenta, ou se prefere optar pela escolha segura e escolher um de muitos excelentes pequenos familiares à venda por esse mercado português fora.

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Airbag para condutor e passageiro (desligável e integrado no tecto)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Airbumps (cinzento “grey”)
Controlo electrónico de estabilidade
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Ar condicionado automático
Computador de bordo
Bancos dianteiros reguláveis em altura
Banco traseiro rebatível (por completo)
Volante multifunções em pele regulável em altura
Cruise control
Direcção com assistência eléctrica variável
Sistema multimédia com ecrã 7″ com leitor mp3 + entradas USB/Aux + 4 altifalantes
Mãos-livres Bluetooth
Vidros eléctricos FR/TR escurecidos com abertura manual em compasso
Retrovisores exteriores eléctricos
Sistema de ajuda de arranque em planco inclinado
Faróis de nevoeiro com função de curva
Jantes de liga leve de 16″ Square em cor preta
Barras de tejadilho em preto lacado
Sensores de luz e de chuva

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zyrgon