Skoda Octavia Break 1.6 TDI 110 cv GreenLine

Skoda Octavia Break 1.6 TDI 110 cv GreenLine

Por muito que se abuse do acelerador, os consumos são sempre de nível superior

Skoda Octavia Break 1.6 TDI 110 cv GreenLine

O volante de três braços faz parte do opcional pacote Elegante

As jantes de liga de 16" são de série

A generosa capacidade da bagageira é outros dos trunfos da carrinha checa

Apesar dos pneus "ecológicos", e da sua vocação "ambientalista", a Skoda Octavia GreenLine oferece um comportamento eficaz, honeste e seguro

Simples, o interior não deixa de exibir uma apreciável qualidade geral e um generoso equipamento de série

Skoda Octavia Break 1.6 TDI 110 cv GreenLine

Skoda Octavia Break 1.6 TDI 110 cv GreenLine

Skoda Octavia Break 1.6 TDI 110 cv GreenLine

Skoda Octavia Break 1.6 TDI 110 cv GreenLine

Há muito apostada no lançamento de versões energeticamente mais eficazes dos seus modelos, a Skoda terá na Octavia Break GreenLine o seu melhor, mais emblemático e melhor sucedido cartão de visita neste domínio. Uma variante que, com a chegada da mais recente geração da carrinha checa, registou uma evolução substantiva, assente, principalmente, na introdução do motor 1.6 TDi de 110 cv combinado com a caixa manual de seis velocidades – uma estreia nesta derivação de cariz ambientalista.

Como é habitual em propostas desta natureza, a argumentação comercial da nova Octavia GreenLine assenta, fundamentalmente, em factores de ordem racional. Ainda assim, o seu grande trunfo reside no facto de, quando observada sob essa perspectiva – a da razão – serem muito poucos os defeitos passíveis de se lhe apontar.

Sóbria e discreta, a nova Skoda Octavia GreenLine denota, logo num primeiro olhar, a sua vocação

Tudo começa na observação exterior. Sobretudo quando a cor da carroçaria é escura., como no caso da unidade testada, as linhas simples mas agradáveis e actuais, em conjunto com um desenho de jantes nada exuberante, conferem-lhe uma imagem sóbria e discreta, capaz de transmitir uma noção de “seriedade” que a prática vem confirmar.

O habitáculo alinha pela mesma bitola: materiais, na sua esmagadora maioria, de boa qualidade (moles, macios e agradáveis ao toque, principalmente nas zonas de maior frequência de contacto com as mãos); rigor construtivo digno de nota; decoração, também ela, simples e sem grandes adornos – tudo concorrendo para um ambiente a bordo marcado pela sobriedade. Não obstante, a habitabilidade é ampla (suficiente para acomodar o típico agregado familiar europeu), a capacidade da mala deveras generosa e o posto de condução muito correcto, com os bancos a oferecerem um razoável suporte e uma elevada comodidade, mesmo em tiradas mais longas.

A simplicidade e discrição do design interior não condiciona a qualidade de vida a bordo: habitabilidade generosa, mala ampla, qualidade geral de bom nível e equipamento de série completo

Sob o capot estão, então, as principais novidades da mais recente geração da Octavia GreenLine: o motor com 110 cv (mais 5 cv do que na anterior geração) e a caixa manual de seis velocidades, cuja relação adicional (face ao anterior modelo) permite poupar ainda mais no gasto de gasóleo a velocidades de cruzeiro, mas sem interferir negativamente com o desempenho do modelo nas restantes situações de utilização.

Naturalmente que, com este rendimento, e uma transmissão que, apesar de tudo, é bastante desmultiplicada (especialmente nas duas últimas relações, e em particular na sexta – se fosse possível esgotá-la, a velocidade real seria superior a 270 km/h, o que dará uma ideia do seu escalonamento…), as prestações permitidas estão longe de fazer desta carrinha uma “sprínter”. Nada que não se esperasse, e que nem constitui o principal óbice para a condução.

Agora com 110 cv, e combinado com uma caixa manual de seis relações, o motor garante prestações aceitáveis, uma utilização agradável e, principalmente, consumos soberbos

Já a dificuldade em progredir entre as 3500 rpm e as 4500 rpm, e o penoso que é superar este regime, nas três últimas relações da caixa (insistir em tal demanda é puro desperdício de tempo e combustível), obrigará a outro empenho na condução em percursos estradistas com maiores as variações de velocidade, especialmente quando for maior a quantidade de passageiros e carga transportados, e mais notório o relevo do traçado – aqui, um recurso mais frequente à caixa torna-se inevitável. Digno de menção é, ainda, o facto de este motor (que nunca foi conhecido, propriamente, pelo seu silêncio de funcionamento) se tornar realmente audível no habitáculo acima do regime de binário máximo.

Em compensação, em percursos citadinos, é simplesmente soberbo o desempenho da Octavia Break GreenLine: com a caixa a permitir explorar de modo ideal a faixa de utilização mais favorável do motor (1500-3500 rpm), a condução é bastante fácil e agradável, e os consumos de referência. Aliás, neste particular, não há o que apontar a esta carrinha: de uma frugalidade absoluta a velocidades comedidas e estabilizadas, nem quando se abusa por completo do pedal da direita os consumos deixam de ser totalmente convincentes.

A tal postura “séria” da Octavia GreenLine também está presente no capítulo da dinâmica. Ainda que os pneus Michelin Energy Saver, de vocação “ecológica”, não sejam dos que oferecem maior tracção, o comportamento não é o mais envolvente mas é sempre honesto e muito previsível, até porque a calibragem da direcção assistida electricamente é muito boa tanto para cidade como para estrada – tudo contribuindo para uma condução fácil e agradável, apesar de alguma sensibilidade aos ventos laterais a velocidades mais elevadas. Em muito bom plano está, em qualquer situação, o conforto de marcha, quer pela afinação da suspensão, quer pelo perfil dos pneus.

É em cidade ou em estrada aberta que a nova Octavia Greenline mais se sente à vontade, e onde se tira melhor partido da frugalidade do motor, da honestidade do comportamento e do grande conforto de marcha

Tão racional quanto funcional, a nova Skoda Octavia GreenLine pode até não ter nenhum atributo que seja especialmente apaixonante, mas conta com o inestimável trunfo de fazer tudo o que se lhe exige – e fazê-lo bem! Sendo que, nos tempos que correm, conjugar tal qualidade com consumos médios reais na ordem dos 4,0 l/100 km e um preço competitivo não é de, de todo, despiciendo, ainda para mais quando nos €27 200 pedidos por esta carrinha já se inclui um equipamento de série bastante generoso, do qual até fazem parte os airbags laterais traseiros e o airbag para os joelhos do condutor. Mais lógico e racional seria difícil…