Renault Clio ST 1.5 dCi 90 cv EDC Luxe
Renault
Clio
ST 1.5 dCi 90 cv EDC Luxe
2014
Utilitários
5
Dianteira
1.5 Diesel
90/4000
178
12,9
95
23 000/24 230
Consumos, Equipamento da versão, Comportamento dinâmico
Caixa com actuação pouco inteligente, Ausência de patilhas no volante, Preço sobe quase dois mil euros
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 225 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 12,4 |
0-400 m | 18,6 |
0-1000 m | 33,7 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 6,9 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 9,2 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 37 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 2,8 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 4,2 |
Cidade | 6,0 |
Média ponderada (*) | 5,0 |
Autonomia média ponderada (km) | 900 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1360 |
Largura atrás | 1270 |
Comprimento à frente | 1100 |
Comprimento atrás | 620 |
Altura à frente | 980 |
Altura atrás | 910 |
Antes de mais, assumo o preconceito. Justificado, claro. Na lista de “coisas desnecessárias mas que respondem às necessidades de 0,001% da população”, a presença de uma caixa automática – boa ou má – no segmento dos citadinos e dos utilitários figura na minha lista negra. O resultado é, invariavelmente, mau, costuma encarecer o automóvel de forma desproporcional e faz, sem excepção, com que todo e qualquer motor consuma mais do que o seu irmão gémeo de caixa manual em cidade, o ambiente em que a vasta maioria destes modelos circula por razões óbvias.
Interessa dizer que a introdução de uma caixa pilotada com dupla embraiagem no Renault Clio é, antes de mais, um sinal dos tempos; de que o poder de compra baixou um a dois segmentos de uma só assentada, e que, para colmatar as ditas “necessidades” dos segmentos superiores, a presença de uma caixa automática passe a figurar no topo das prioridades. Admito: é muito cómodo utilizar a caixa EDC em cidade, no sentido em que o movimento repetitivo do desembraiar-embraiar pode cansar a perna esquerda, e para pessoas menos “prendadas” na arte da condução tudo vale. No caso da caixa da Renault, o pedal acelerador e o escorregamento da embraiagem funcionam bem quando aplicadas pressões suaves, e, como é habitual nas caixas de dupla embraiagem, um arranque a fundo tratará de exibir toda a rapidez associada à arquitectura de dupla embraiagem. As passagens de caixa podem ser forçadas (apenas e somente) através do selector de caixa, produzido num material horripilante e com design igualmente mau, com a solução mais básica de modos: P, R, N, D e M, de manual. Não há modo “sport”, como em algumas soluções semelhantes, mas não é propriamente a mãe de todas as necessidades.
Francamente, e retirando um ou dois pontos positivos que já foram referidos, a caixa EDC não faz muito para atenuar o meu preconceito para com as unidades automáticas deste segmento: a caixa é pouco inteligente, “estica” muitas vezes a relação até muito tarde, colocando o Diesel 1.5 dCi a rodar em regimes incompreensíveis que, quer pela disponibilidade intrínseca deste tipo de motor a rotações inferiores, quer pela aspereza de funcionamento do motor, torna a experiência cansativa. Até porque, como é apanágio do segmento (e também porque este bloco já não é propriamente “novo”), a insonorização do motor Diesel está longe de ser ideal. As manobras de estacionamento também não saem particularmente beneficiadas: há o benefício de, com algum jeito, a caixa ajudar estabilizar a Clio ST em ruas inclinadas sem recurso a travão, mas o escorregamento é de tal forma agressivo que toda e qualquer pessoa passará, inevitavelmente, a imagem de que é um recém-encartado com enormes dificuldades em fazer um ponto de embraiagem.
Felizmente, a caixa pilotada EDC compensa com aquilo que é um conjunto relativamente impressionante de consumos. Os 2,8 l/100 km registados a 90 km/h, e até mesmo os 4,2 l/100 km a 120 km/h são excelentes valores. De facto, o valor a 90 km/h até é o melhor registado este ano na nossa base de dados, o que comprova que, neste aspecto, estamos perante uma fórmula eficaz. É preciso não esquecer que esta caixa substitui uma unidade manual de cinco velocidades, o que contribui para que a velocidades de auto-estrada o regime de rotação seja invariavelmente mais baixo do que na versão manual. E, apesar do consumo em cidade de 6,0 l/100 km não ser particularmente bom (nem particularmente mau), os dois primeiros valores contribuem de forma acentuada para uma média final de 5 l/100 km: poupada dentro da média do segmento dos utilitários; extremamente poupada para um automóvel com caixa automática.
Tirando a caixa automática, a Clio ST 1.5 dCi EDC limita-se a ser… bem, uma Clio ST. O que é bom, diga-se. De facto, no segmento, a carrinha Clio ST é a única verdadeiramente actual, já que as carrinhas Ibiza e Fabia (ainda) dizem respeito às anteriores gerações. Tem um bom espaço de bagageira (sensivelmente o mesmo de um pequeno familiar “hatchback”), um habitáculo com excelente design – apesar de ligeiramente acanhado e com materiais medíocres -, além de ter uma posição de condução muito boa e comandos impecáveis. Face à concorrência directa, supracitada, é importante mencionar que a Clio ST tem apenas mais 13 litros que a Ibiza, mas a Fabia apresenta mais 62 litros para um total de 505 litros… Mas, novamente, é o único modelo verdadeiramente actual. Esperemos para ver o que vale a nova Fabia Combi.
Do ponto de vista dinâmico, a Clio ST é em tudo semelhante à versão de quatro portas; eficácia dinâmica acima da média, um amortecimento tendencialmente seco e uma frente com boa inscrição. O eixo traseiro tem uma afinação diferente para a carrinha – a taragem é mais firme para evitar que a traseira afunde com a carga adicional -, mas à parte de um ligeiro “bater” da suspensão em pisos degradados, as diferenças, se as há, são indetectáveis.
Em resumo, os quase dois mil euros adicionais que se pedem face à versão de caixa manual, na minha opinião, são injustificados. A caixa EDC facilita a condução urbana, é certo, e até apresenta valores consideravelmente baixos de consumo, mas não justifica substituí-la por uma caixa manual de cinco velocidades perfeitamente funcional, idealmente escalonada e com uma mecânica embraiagem-selector muito fácil de utilizar.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1461 |
Diâmetro x curso (mm) | 76,0 × 80,5 |
Taxa de compressão | 15,2:1 |
Distribuição | 1 v.e.c./8 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 90/4000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 220/1750 |
Alimentação | injecção directa |
Sobrealimentação | turbocompressor |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4267/1945/1445 |
Distância entre eixos (mm) | 2589 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1506/1506 |
Jantes – pneus | 6 1/2×17″ – 195/55 (Michelin Energy Saver) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1255 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 11,7 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 443-1380/45 |
Transmissão | |
Tracção | Dianteira |
Caixa de velocidades | Pilotada de dupla embraiagem com 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | Cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 10,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (258) |
Traseiros (ø mm) | Tambores (203) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Barra de torção |
Barra estabilizadora frente/trás | não/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos/100 000 km (2 primeiros anos sem limite de km) |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km/2 anos |
Airbags dianteiros
Airbags laterais dianteiros
Sistema de assistência ao arranque em subida
Controlo de tracção e controlo de estabilidade
Cruise-control
Fixações Isofix nos bancos traseiros e no banco do passageiro dianteiro
Pára-choques dianteiro e traseiro na cor da carroçaria
Jantes de alumínio 16″ Passion
Kit antifuro
Bancos em tecido acolchoado carbono escuro e inserções em tecido cinza com serigrafia
Acabamentos em preto brilhante no volante, ventiladores, selector da caixa de velocidades,
e frisos interiores das portas dianteiras
Acesso sem chave
Direcção assistida eléctrica e variável
Volante em couro regulável em altura e profundidade
Indicador de mudança de velocidade
Faróis de nevoeiro
Sensores de luz e chuva
Luzes diurnas LED
Faróis de halogéneo
Retrovisores exteriores eléctricos + aquecidos + sonda de temperatura + rebatíveis electricamente
Ar condicionado automático com filtro de habitáculo
Sistema Media Nav + ecrã 7″ táctil + navegação + Bluetooth + entradas USB e Aux
Sistema de trancamento automático das portas em movimento
Tomada 12 V
Sistema R-Link + tablet multimédia com ligação Internet + ecrã táctil 7″+ comandos por voz + navegação TomTom + streaming de áudio + Bluetooth + entradas USB e Aux + processador de som Auditorium «3D» by Arkamys (€590)
Sensores de estacionamento traseiros (€120)
Pneu suplente (€70)
Decoração interior “Elegant” (€150)
Jantes em alumínio de 17″ (€300)