Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

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Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD

À partida, e no “papel”, a variante de quatro rodas motrizes do Jaguar F-Type S até poderia acarretar alguns benefícios óbvios, nomeadamente uma melhor performance nos arranques, decorrente de uma teórica superior capacidade de tracção. Contudo, não é isso que sucede, e a própria marca de Coventry anuncia para o F-Type S 3.0 S/C Coupé AWD uma perda de 0,2 segundos nos 0-100 km/h, face ao seu irmão de tracção apenas posterior – um handicap a que há que somar um diferencial de igual valor na reprise 80-120 km/h; um aumento de 80 kg do peso final, imposto pelo sistema 4×4; o correspondente ligeiro aumento dos consumos (0,3 l/100 km em percurso combinado); e a não disponibilização da caixa manual de seis velocidades (sendo esta variante comercializada exclusivamente com a célebre transmissão automática ZF de oito relações).

Tudo isto são factores que se traduzem numa experiência de condução que, não deixando de ser muito cativante, acaba por não ser tão emocionante ou convincente quanto a oferecida pelo F-Type S Coupé de tracção atrás. Pelo menos enquanto o tempo está seco, e o asfalto com um nível elevado de aderência… O peso adicional faz-se sentir até na forma menos brusca como o motor entrega a potência, ainda que as prestações continuem a impor respeito: 5,1 segundos nos 0-100 km/h, e uma velocidade máxima electronicamente limitada a 275 km/h.

Uma das condicionantes da versão de tracção total do Jaguar F-Type é só ser proposta com a caixa automática ZF de oito relações, não estando disponível a caixa manual

Em curva, e em condições normais, as vantagens para a versão de tracção posterior também são bastante relativas… se é que algumas. A elevada tracção garantida pelos enormes pneus traseiros; o excelente equilíbrio do châssis; e o sistema de vectorização de binário (opcional instalado na unidade ensaiada, orçado em 1105 euros) são o garante de que a traseira não ganha facilmente vida se não quando devida e propositadamente provocada – e isto desde que o sistema de controlo electrónico de estabilidade esteja desactivado por completo.

O problema é que, quando as derivas de traseira acontecem, após o apontar da frente na direcção pretendida, e o processar da transferência de massas, não só não é possível prolongá-las por tanto tempo como no F-Type S de duas rodas motrizes, como, assim que se regressa ao acelerador, uma vez que o sistema envia binário para o trem dianteiro, isso implica que a frente ganhe outro protagonismo, e, no limite, o modelo até se torne subvirador. Uma reacção nada típica do F-Type nas variantes de tracção atrás, e que acaba por condicionar a eficácia do modelo nos limites.

Por isto, é de esperar que, em regiões com climas mais rigorosos, em que a aderência precária seja mais notória e frequente, a opção por um F-Type de tração total até se justifique, pelo adicional de confiança que proporciona ao condutor, traduzida numa maior facilidade de condução nestas circunstâncias. Como é, igualmente, possível que, mesmo sobre piso seco, na variante R com motor V8 de 550 cv, as suas virtudes sejam mais notórias e úteis. Já num F-Type S de 380 cv, e em países como Portugal, a electrónica será mais do que suficiente para garantir a segurança na esmagadora maioria das situações, com a tracção integral a implicar, além das condicionantes já referidas, um aumento de preço da ordem dos 8 mil euros e, o que é mais, uma menor eficácia quando conduzido por mãos sabedoras, assim como um menor divertimento ao volante.

Muito competente e fácil de conduzir, o F-Type AWD, pelo menos na variante com motor 3.0-V6 de 380 cv, é, contudo, menos ágil e acutilante que o seu congénere de tracção traseira, para além de significativamente mais oneroso

Em quase tudo o resto, o F-Type S AWD é aquilo que se conhece da versão original. O motor V6 de 3,0 litros sobrealimentado, além de uma excelente disponibilidade, cativa pela sua sonoridade tonitroante, sobretudo quando se dá “rédea larga” ao dispositivo destinado a amplificá-la. Por seu turno, a caixa de velocidades, que simula automaticamente a manobra “ponta-tacão” e conta ainda com a função launch-control, não compromete de todo o resultado final, cumprindo com aquilo que dela se pretende.

Visualmente, pouco ou nada haverá a apontar ao desportivo de Coventry. “Lindo de morrer”, por dentro como por fora, talvez seja uma das expressão populares que melhor se aplicam ao F-Type, seja em que versão for, e esta não foge à regra, contando ainda com alguns elementos exclusivos, como o capot e rescpectivas entradas de ar. A qualidade geral também está em alta; o equipamento de série é completo, embora sempre possível de ampliar através de um leque de extras onde se consegue encontrar quase tudo, mas a preços condicentes com a exclusividade do modelo…

Em suma, este Jaguar F-Type S V6 3.0 S/C Coupé AWD continua a ser uma das melhores propostas do género no mercado, e decerto terá um outro potencial de aceitação noutras regiões do globo, proporcionando óptimos momentos de condução. Só não é tão acutilante quanto o seu congénere de tracção atrás, e, por isso, um pouco menos encantador. Quanto ao preço, é difícil considerar acessível um automóvel que custa mais de 108 mil euros, mas as coisas mudam um pouco de figura quando se pensa que o seu principal rival, o Porsche 911 Carrera 4 S de 400 cv, exige um dispêndio adicional de praticamente 40 mil euros!

Atributo de qualquer versão do F-Type é um apelo estético irresistível…