Renault Espace Initiale Paris 160 EDC
Renault
Espace
Initiale Paris 160 EDC
2015
Monovolumes
5
Dianteira
1.6 Diesel
160/4000
202
9,9
120
52 200/57 840
Versatilidade (com sete lugares), Espaço interior, Facilidade de utilização, Sistema de infoentretenimento, Consumos, Equipamento, Impacto visual
Alguns materiais interiores, Conforto em mau piso, Hesitações da caixa EDC
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 202 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 12,2 |
0-400 m | 18,3 |
0-1000 m | 32,9 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 7,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 9,7 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 35,3 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,8 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,9 |
Cidade | 7,2 |
Média ponderada (*) | 6,46 |
Autonomia média ponderada (km) | 898 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1515 |
Largura atrás | 1485 |
Largura 3ª fila | 1220 |
Comprimento à frente | 1160 |
Comprimento atrás | 830 |
Comprimento 3ª fila | 650 |
Altura à frente | 950 |
Altura atrás | 900 |
Altura 3ª fila | 900 |
Pelo menos na Europa, graças à Espace, à Renault sempre foi atribuído o título, se não de inventora, pelo menos de percursora do conceito de monovolume, ao apostar na adopção e passagem à produção de um projecto que lhe fora apresentado pela Matra depois de ter sido já proposto a outros fabricantes, que o declinaram. Ao longo dos anos, a Renault soube capitalizar este pioneirismo e os méritos intrínsecos das várias gerações da Espace, só que, entretanto, o mercado mudou, e a procura por monovolumes clássicos de grandes dimensões baixou drasticamente, ao ponto de os tornar, praticamente, uma espécie em vias de extinção.
Atenta a tal fenómeno, em boa parte causado pela cada dia maior proliferação de SUVs, e outras propostas de aparência mais ou menos aventureira, nalguns casos com lotação para sete ocupantes, a Renault decidiu voltar a inovar com a mais recente geração da Espace – já não é um monovolume clássico, no sentido em que não só a sua aparência se distancia desse conceito, como até oferece uma altura ao solo superior ao habitual, no que tenta ser uma mescla de conceitos que, na prática, até acaba por fazer sentido e se revela eficaz. Isso mesmo provou a Espace na sua versão Diesel de 160 cv e dotada do nível de equipamento mais dotado e requintado da gama, o célebre Initiale Paris.
Visualmente, a nova Espace impõe-se pela sua presença marcante, garantida pelas linhas fluídas e afiladas, pelas generosas dimensões, pelo tejadilho baixo, pelo pára-brisas dianteiro com acentuada inclinação e pelas rodas de grandes dimensões. De sublinhar que a nova Espace é praticamente do mesmo tamanho que a anterior Grand Espace, e até maior entre eixos – e só não o parece num primeiro olhar devido ao seu perfil esguio, em boa parte garantido pela referida linha de tejadilho baixa e inclinada em direcção à traseira.
Mas será o interior aquilo que, mesmo nesta sua interpretação mais “multiusos”, mais interessará em qualquer Espace. E, nesse particular, o modelo francês convence em quase todos os domínios – a excepção é a qualidade dos materiais utilizados no habitáculo, convincente nas zonas mais visíveis e de contacto mais frequente, não tanto (bem pelo contrário…) em alguns locais mais recônditos. Nas versões Initiale Paris, este senão só não é mais evidente graças ao requinte dos acabamentos, ao generoso equipamento de série e alguns gadgets a que não é fácil ficar indiferente, como seja a cor da iluminação ambiente por LED configurável pelo utilizador. Também opcional, o amplo tecto panorâmico (com secção dianteira de abrir, e secção traseira fixa) confere ao habitáculo uma impressionante luminosidade.
Quanto ao resto, a nova Espace desde cedo se revela uma óptima solução para quem procura uma carrinha ou um monovolume com cinco ou sete lugares que se destaque da maioria e seja, ao mesmo tempo, cómodo e muito fácil de conduzir. Se a terceira fila de bancos é um extra (que, na versão Initiale Paris, orça em €1200), recomenda-se fortemente a sua inclusão pelo acréscimo de versatilidade que assegura, até porque os três bancos individuais da segunda fila oferecem regulação longitudinal, permitindo a cada momento configurar o espaço em função das necessidades, da lotação utilizada e, até, do porte dos passageiros – sendo que os laterais contam com um sistema basculante que permite avançá-los para facilitar o acesso à terceira fila.
Em termos de habitabilidade, e quando se pretende fazer uso dos sete lugares, os dois últimos bancos são facilmente utilizáveis por adultos de estatura média caso se abdique de algum espaço para pernas na segunda fila – mas, ainda assim, todos vão relativamente à vontade em comprimento. A maior limitação, se os ocupantes dos dois últimos bancos foram de estatura mais elevada, é o espaço disponível em altura, no que terá sido uma concessão ao design. Importante referir que, com sete lugares, existe um comando na bagageira (e também no ecrã do sistema de bordo) que permite rebater cada um dos cinco bancos traseiros, ou mesmo todos de forma sequencial – uma solução totalmente mecânica, que naturalmente implica que se recorra à força física para voltar a montá-los, mas sem que tal exija grande esforço. Quanto à capacidade da mala, é aceitável na configuração de sete lugares, muito generosa com lotação de cinco lugares, e enorme quando se rebatem todos os bancos traseiros. Referência para o facto de, com sete lugares, a chapeleira ainda seguir a bordo, ainda que através de um simplista e pouco apelativo sistema de velcro que a prende ao piso da mala.
Ao condutor a nova Espace oferece um posto de condução muito correcto, agora mais próximo do habitual num automóvel “ligeiro”, mesmo que um pouco mais elevado. Nesta versão Initiale Paris, os bancos revestidos a pele, com múltiplas regulações eléctricas e função de massagem, são simplesmente soberbos, dispondo ainda quem segue ao volante de um painel de instrumentos digital, com algumas configurações, e de um head-up display. Já o sistema de infoentretenimento R-Link 2, comandado através de um enorme tablet táctil de 8,2”, é muito completo, e de navegação fácil e intuitiva, nem por isso deixando de contar com acesso directo aos modos de condução (e a outras funções de acesso frequente) através de um comando rotativo instalado entre os bancos.
Accionada a ingnição através do respectivo botão (na versão Initiale Partis, até o cartão mãos-livres é personalizado), dá sinal de si a versão mais recente do enaltido motor 1.6 Diesel da Renault, aqui com dois turbocompressores montados em sequência, o mais pequeno funcionando a baixos regimes, o maior a média e a alta rotação. Senhora de um funcionamento suave e silencioso, esta unidade motriz oferece, porém, um rendimento algo justo para um automóvel com este porte – é que são quase 1700 kg para puxar… e mais o que seguir a bordo de passageiros e/ou bagagens, pelo que não seria possível ambicionar prestações mais do que medianas. Em compensação, os consumos são excelentes, principalmente a velocidades estabilizadas.
Já o desempenho da caixa EDC de seis relações e dupla embraiagem, apesar de suave, e até célere nas trocas de mudança, é bastante perfectível. Nos arranques, o tempo que a embraiagem leva a “pegar” faz com estes se realizem com alguma brusquidão sempre que se pretende uma maior celeridade; e que as manobras de estacionamento em espaços mais apertados nem sempre sejam fáceis de executar, com a prudência a recomendar que se mantenha o pé esquerdo sobre o travão para evitar dissabores resultantes de encontros imediatos com potenciais obstáculos… Para mais, em percursos com maiores variações de velocidades, efectuados a ritmos mais empenhados, a transmissão revela recorrentes hesitações que incitam ao recurso a um comando manual sequencial, infelizmente só disponível através do punho de um selector (as patilhas no volante não estão disponíveis) algo confuso, tanto por ter o comando invertido face ao que seria lógico (desmultiplica para a frente, e reduz para trás) como por ser necessário desloca-lo para a esquerda para aceder às posições “R”, “N” e “D” (o botão existente no punho serve apenas para seleccionar a posição “P”.
Quanto ao comportamento, é forçoso começar por sublinhar que a Espace Initiale oferece quer o amortecimento adaptativo, quer o sistema de direcção às rodas traseiras 4Control. A primeira nota vai para o conforto de marcha: seja qual for o modo de utilização eleito (Comfort, Neutral, Sport, Eco ou Perso), este nunca atinge os patamares esperados, em particular no mau piso, o que também se explica pelo recurso a um pouco sofisticado eixo traseiro do tipo semi-rígido. Pelo contrário, tanto em cidade como em estrada aberta, a direcção às rodas traseiras é um bom auxiliar – no primeiro caso, pela agilidade que confere à Espace mesmo em espaços mais apertados; no segundo, pelo acréscimo de estabilidade que lhe assegura.
Sendo, porventura, poucos aqueles para quem tal seja uma preocupação, a verdade é que, em traçados mais sinuosos, a envolvência da condução está longe de ser um atributo deste modelo. Se, num conjunto com este porte, um peso tão significativo (boa parte do mesmo incidindo sobre a frente) e um centro de gravidade superior ao normal, já seria natural a tendência para a subviragem, a situação agrava-se sempre que a abordagem às curvas é feita de forma mais afoita, obrigando à intervenção frequente do ESP e do 4Control para repor tudo em seu devido lugar. Sobre o molhado, é ainda mais notória a forma como a Espace tende a apontar para o exterior da curva quando se é um pouco mais optimista, principalmente quando se acelera forte ou mais prematuramente, exigindo bastante do controlo de tracção, tal a dificuldade em colocar a potência no chão. Um óbice que, na unidade ensaiada, acabava por ser agravado pelo pneus Continental Cross Contact, que nunca se deram bem com ritmos mais empenhados, da mesma forma que também influenciaram negativamente o ruído de rolamento sentido a bordo a velocidades mais elevadas.
Tudo isto faz da nova Espace 160 EDC um modelo seguro e fácil de utilizar, mas em que o divertimento está ausente da tarefa da condução. Na versão Initiale Paris, a par da versatilidade e do amplo espaço interior, destacam-se ainda o muito bom ambiente vivido a bordo, e o generoso equipamento de conforto e de segurança proposto de série. Já o preço, próximo dos 60 mil com todos os opcionais instalados na unidade testada, tenderá (e como…) a condicionar o seu desempenho comercial, até pela sua proximidade ao praticado por propostas oriundas de outras paragens, e senhoras de outros pergaminhos.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1598 |
Diâmetro x curso (mm) | 76,0,0×80,5 |
Taxa de compressão | 15,4:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 160/4000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 380/1750 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | 2xturbocompressor VGT+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4857/1888/1677 |
Distância entre eixos (mm) | 2884 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1630/1621 |
Jantes – pneus | 8Jx19″ – 235/55 (Continental Cross Contact) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1659 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 10,3 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 247-660-2035/58 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | pilotada de dupla embraiagem de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica e direcção integral 4Control |
Diâmetro de viragem (m) | 11,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (320) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (290) |
Suspensões | |
Dianteira | Pseudo-MacPherson com triângulos inferiores e amortecimento pilotado |
Traseira | Eixo semi-rígido com amortecimento pilotado |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos ou 100 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km ou 12 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Sistema de monitorização do ângulo morto
Alerta de transposição involuntária da faixa de rodagem
Alerta de distância de segurança
Travagem de emergência automática
Cintos dianteiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Fixações Isofix
Ar condicionado electrónico trizona
Direcção assistida eléctrica
Travão de estacionamento eléctrico
Computador de bordo
Cruise-control+limitador de velocidade
Bancos em pele
Bancos dianteiros reguláveis electricamente (10 vias) com função de massagem
Três bancos na segunda fila individuais e rebatíveis
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Sistema R-Link2 com auto-rádio+leitor de CD/mp3+sistema de som Bose+12 altifalantes+ecrã táctil de 8,7″+sistema de navegação+tomas USB/Aux
Mãos-livres Bluetooth
Vidros eléctricos FR/TR
Vidros traseiros escurecidos
Cortinas nas janelas traseiras
Acesso+arranque sem chave
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior electrocromático
Pára-brisas panorâmico
Luzes diurnas por LED
Sensor de luz+chuva
Assistente de máxinmos
Sensores de estacionamento traseiros
Câmara de marcha-atrás
Jantes de liga leve de 19”
Pneus sobressalente de emergência
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Pintura metalizada (€700)
Pack Cruising (€850 – inclui: cruise-control adaptativo; head-up display com regulação eléctrica)
Pack City (€770 – inclui: sensores de estacionamento FR/TR; câmara de estacionamento traseira ajuda ao estacionamento Easy Park Assist; portão traseiro de operação eléctrica)
Bancos dianteiros e da segunda fila aquecidos (€400)
Tecto de abrir eléctrico dianteiro+tecto traseiro panorâmico fixo (€1720)
Dois bancos suplementares na terceira fila (€1200)