Citroën C3 Aircross 1.2 PureTech Auto Shine
Citroën
C3 Aircross
1.2 PureTech Auto Shine
2017
SUV
5
Dianteira
1.2
110/5500
183
11,8
4,8/5,6/6,9
(Extra-urbano/Combinado/Urbano)
126
22 507/26 037 (unidade testada)
Versatilidade, Agrado de condução, Motor solícito, Imagem exterior e interior, Possibilidades de personalização
Consumo em cidade, Equipamento pneumático, Pormenores de ergonomia
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 183 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 11,4 |
0-400 m | 17,9 |
0-1000 m | 33,6 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 6,4 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 8,8 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 43,5 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,8 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,8 |
Cidade | 7,9 |
Média ponderada (*) | 6,86 |
Autonomia média ponderada (km) | 656 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1350 |
Largura atrás | 1320 |
Comprimento à frente | 1110 |
Comprimento atrás | 680 |
Altura à frente | 990 |
Altura atrás | 940 |
Num mercado cada vez mais pontuado por SUV e crossovers de toda a espécie e feitio, nos mais variados segmentos, fazer a diferença começa a ser tarefa hercúlea. Inclusive no chamado segmento B SUV, em que se insere o novo Citroën C3 Aircross, ao qual podem ser apontados como principais rivais o líder da classe Renault Captur, o seu (bem) estabelecido “primo” Peugeot 2008, ou os novos e ambiciosos Hyundai Kauai, Kia Stonic e Seat Arona. E isto só para referir alguns dos exemplos presentes mais notórios de um modelo que aqui é analisado na sua versão equipada com o motor 1.2 a gasolina de 110 cv, combinado com a caixa automática de seis velocidades e o nível de equipamento Shine, o mais dotado da gama.
É, assim, da mais elementar justiça destacar o trabalho realizado pela casa francesa na concepção de um modelo que, a começar (ou principalmente…) pela estética, tenderá a ser praticamente irresistível para os apreciadores dos SUV da nova vaga, em particular os de carácter e estilo mais irreverentes. E como se não bastassem as suas linhas, de acordo com a nova filosofia de estilo da marca, mas suficientemente marcantes para lhe conferirem uma personalidade muito própria, há que ter contar com as inúmeras possibilidades de personalização disponíveis, que permitem conceber um C3 Aircross praticamente ao gosto de cada um, aqui se incluindo a pintura bicolor, o tejadilho e as várias aplicações exteriores de cor contrastante e as “persianas virtuais” nos vidros laterais traseiros – ainda que estas últimas sejam uma opção a ponderar devidamente, se não pelo estilo, pelo menos pela sua (in)utilidade, ao eliminarem quase por completo as maiores virtudes desses mesmos vidros: tornar o interior mais luminoso e incrementar a visibilidade para trás.
Visualmente, o interior é. pelo menos, tão atraente quanto a carroçaria, e ainda mais no “nosso” C3 Aircross 1.2 PureTech 110 Auto Shine dotado do pack Kype Colorado (€750), em que se destacam os forros interiores em tecido do tipo pied-de-poule e pele laranja. Um verdadeiro mimo, pela forma como se combinam de forma extremamente feliz os diferentes materiais e texturas, muito ajudando a disfarçar a qualidade apenas mediada da maioria dos materiais utilizados, dominados pelos plásticos duros.
Por outro lado, e apesar de parte da sua designação, assim como a sua plataforma, provirem do utilitário da marca do double chevron, o C3 Aircross conta com uma volumetria bem mais generosa do que o C3, sendo maior 56 mm entre eixos e 76 mm comprimento, algo que vai ter óbvias consequências em termos de espaço para passageiros e bagagens. A habitabilidade é, pois, suficiente para transportar cinco passageiros com apreciável desafogo de movimentos, merecendo destaque o espaço para pernas disponível atrás e o banco traseiro rebatível assimetricamente e deslizante, com uma amplitude de 150 mm, assim permitindo ajustar a habitabilidade traseira e a capacidade da mala às necessidades do momento. Esta última oferece uns convincentes 410 litros com o banco traseiro na sua posição mais recuada, 510 litros estando este na sua posição mais avançada, e um máximo de 1289 litros caso o mesmo seja rebatido por completo – a que se junta o fundo falso, possível de colocar em três planos com outras tantas alturas.
De regresso ao habitáculo, os bancos, não obstante as suas formas bastante “quadradas”, a fazer lembrar o C4 Cactus e condicentes com as de outros elementos da carroçaria e do próprio interior (como as saídas de ventilação), são amplos e cómodos q.b., à frente como atrás. Já a posição de condução, proposita e notoriamente elevada, decerto convencerá os apreciadores deste género de proposta, tanto mais que o painel instrumentos estilizado não deixa de exibir a respectiva informação de forma lógica e muito legível, à semelhança do ecrã muito intuitivo ecrã de um sistema de infoentretenimento não particularmente rápido e do opcional head-up display.
O que não significa que não existam pormenores ergonomia pouco convincentes, e a merecer revisão. É o caso do satélite para comando do cruise control e do limitador de velocidade, instalado na coluna de direcção, solução que não é a mais prática, para mais num modelo que conta com volante multifunções, que é onde deveriam ter sido montados tais comandos. Situação semelhante ocorre com os botões destinados a activa os modos Sport e Snow da caixa de automática, situados praticamente na base da consola central (junto ao muito recomendável carregador por indução para smartphones), local que não é, de todo, o mais visível, funcional ou acessível, obrigando o condutor a abandonar as costas do banco e as desviar os olhos da estrada para operá-los.
Já ao volante do C3 Aircross 1.2 PureTech 110 Auto, primeiros comentários para o conhecido motor PureTech de 1,2 litros, que cumpre com brio a sua função, mesmo não fazendo do modelo um velocista, e até pareça menos bem isolado acusticamente que noutros modelos do grupo PSA em que também é utilizado. Mais audível, portanto, para quem segure a bordo, mas sempre suave para um três cilindros, responde com prontidão na generalidade das situações, evolui de forma progressiva e linear, e até “casa” bem com a caixa automática numa utilização familiar ou numa condução mais pacata, embora revelando um senão: frugal a velocidades estabilizadas e moderadas, tende a gastar um mais do que o esperado quando dele se pede um pouco mais, e em cidade nunca consegue ser tão económico quando desejável, sendo notório que a transmissão automática em nada o ajuda neste particular – bem pelo contrário!
A caixa automática de seis relações de origem Aisin agrada pela rapidez e suavidade de funcionamento, embora nem sempre seja tão decidida e inteligente a responder quanto desejável, particularmente nas solicitações mais exigentes, inclusive no modo Sport. O comando manual sequencial, através da alavanca permite obviar esta limitação ajuda, até por estarem os respectivos impulsos orientados no sentido correcto (desmultiplica para trás, reduz para a frente), mas, para mais num modelo tão apontado aos jovens, as patilhas no volante seria uma solução bem vinda, nem que fosse com opção…
O comportamento, esse, é marcado pelo sempre elevado conforto de marcha, mas, as mais das vezes, também condicionado pelo equipamento pneumático que a Citroën decidiu instalar no C3 Aircross testado: Hankook Kinergy 4S do tipo M+S. É que se, por um lado, há que reconhecer que o desempenho dinâmico até é bastante saudável, sempre honesto e previsível em asfalto, sem adorno excessivo e com movimentos da carroçaria bem controlados, capaz de filtrar eficazmente as irregularidades do piso, o que faz deste um automóvel bastante fácil e agradável de conduzir, não é menos verdade que os pneus em questão são responsáveis por evidentes e evitáveis perdas de motricidade excessivas e uma tendência prematura para a subviragem, além de implicar distâncias de travagem excessivamente longas, mesmo sobre piso seco.
É certo que a opção por pneus mistos representa sempre uma solução de compromisso, destinada a permitir circular em estrada e fora dela, mas o equipamento mencionado não é, de todo, o que mais confiança transmite ao condutor, mesmo entre os do seu género, e menos ainda à chuva, se bem que não acarretando risco excessivo, já que, na maioria das situações, a electrónica tenderá a assumir o comando das operações e a manter tudo sob controlo. Até em seco, estes pneus “escorregam” sempre mais do que o ideal em solicitações mais vigorosas, algo que pode constituir um toque extra de emoção para os mais atrevidos e dotados, mas não é, seguramente, a melhor opção para a maioria, nem está de acordo com os padrões habituais da Citroën num domínio que lhe é, historicamente, e por tradição, bastante caro!
No fora de estrada, a altura solo 20 mm mais elevada do que a do C3 (175 mm), e os opcionais controlo electrónico de descidas HDC e controlo de tracção optimizado Grip Control (com os modos de funcionamento Normal, Neve, Areia, Lama e ESP Off, este último disponível apenas até aos 50 km/h, para facilitar os arranques sobre superfícies mais escorregadias), propostos em conjunto por €400, não fazem do C3 Aircross um TT “puro e duro”, nem sequer um 4×4, mas sempre são o garante de algumas aventuras por outros pisos que não o asfalto. Aventuras essas que tenderão a ser tanto mais satisfatórias e prolongadas quanto maior for a perspicácia de quem está o volante para ler o terreno e fazer bom uso dos recursos que tem ao seu dispor para ir superando obstáculos que se lhe deparem e, assim, evoluir no terreno, algo que se processa com uma facilidade que chega a surpreender.
Por tudo isto, e, sobretudo, com um equipamento pneumático mais convincente, o C3 Aircross 1.2 PureTech 110 Auto Shine acaba por revelar-se um dos modelos mais interessantes e apelativos da sua categoria. A estética encanta, a decoração interior também, havendo ainda que contar com um razoável espaço para passageiros e bagagens e um desempenho muito interessante em estrada e fora dela, sendo, por isso este um pequeno SUV em que polivalência e versatilidade não são palavras vãs. Atributos a que deve ser somado um lote razoável de auxiliares de condução, como o alerta de saída involuntária da faixa de rodagem, a travagem autónoma de emergência com alerta de colisão e o sistema de leitura de sinais de trânsito.
Por este conjunto de trunfos, a Citroën pede €22 507 euros, verba que chega aos €26 037 euros no caso da unidade ensaiada, o que, em qualquer dos casos, não é pouco para um modelo desta categoria. Menos mal que o investimento tende a ser compensado por um equipamento de série bastante generoso e, não é de mais relembrá-lo, por um look que tenderá a que esta seja a opção incontornável para muitos dos (cada vez mais…) amantes deste género de proposta.
Motor | |
Tipo | 3 cil. linha transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1199 |
Diâmetro x curso (mm) | 75,0×90,5 |
Taxa de compressão | 10,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./12 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 110/5500 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 205/1500 |
Alimentação | injecção directa |
Sobrealimentação | turbocompressor VGT+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4365/1837/1639 |
Distância entre eixos (mm) | 2613 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1532/1527 |
Jantes (série-instaladas) | 7Jx6″ – 7 1/2Jx17″ |
Pneus (série-instaladas) | 205/60 – 215/50 (Hankook Kinergy 4S) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1203 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 10,9 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 410-1289/45 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | automática de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 10,8 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (n.d.) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (n.d.) |
Suspensões | |
Dianteira | Independente, tipo pseudo-MacPherson |
Traseira | Eixo semi-rígido |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 25 000 km ou 12 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Travagem autonóma de emergência com alerta de colisão frontal
Alerta de transposição involuntária da faixa de rodagem
Sistema de detecção de fadiga do condutor
Sistema de leitura de sinais de trânsito
Ar condicionado automático
Computador de bordo
Banco do condutor regulável em altura
Banco traseiro deslizante, rebatível 60/40
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Rádio com leitor mp3+ecrã táctil de 7″+6 altifalantes+entrada USB+função Mirror Screen
Citroën Connect Box+Pack SOS com assistência incluída
Mãos-livres Bluetooth (telefone+streaming áudio)
Sistema de navegação 3D
Vidros eléctricos FR/TR
Vidros traseiros escurecidos
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior electrocromático
Sensores de luz+chuva
Sensores de estacionamento dianteiros+traseiros
Acesso+arranque sem chave
Luzes diurnas por LED
Faróis de nevoeiro com luzes de curva
Cruise-control+limitador de velocidade*
Jantes de liga leve de 16″
Barras de tejadilho em preto brilhante
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Kit de reparação de pneus
Pintura opaca Branco Natural (€300)
Jantes de liga leve de 17″ (€100)
Ambiente interior Hype Colorado (€750)
Sistema de monitorização do ângulo morto (€550)
Personalização exterior (€400)
Roda suplente de emergência (€120)
Grip Control+Hill Descent Control (€400)
Pack Family 2 (€150 – inclui: banco do passageiro rebatível tipo mesa+ cortinas traseiras+Pack Safety [inclui Travagem Autónoma de emergência com alerta de colisãofrontal+Alerta de atenção do condutor+assistente de máximos+sistema de leitura de sinais de trânsito+Alerta de Transposição Involuntária da Faixa de Rodagem])
Pack Tecno (€760 – inclui: sistema de carregamento sem fios para smartphones+sistema Hi-Fi+Head Up Display+monitor de informação
de 3,5″ a cores)