“O Príncipe Piloto”: antes piloto por um dia do que príncipe toda a vida
Da autoria do jornalista Henrique Sequerra, nome que dispensa apresentações no que ao mundo automóvel diz respeito, “O Príncipe Piloto” é, sem dúvida, uma forma diferente de abordar essa “diabólica” máquina que, no final do século XIX, era o automóvel. O protagonista das 210 páginas que constituem a obra é D. Afonso de Bragança, membro da última família real portuguesa, e a sua paixão por esse fenomenal veículo que ainda hoje consegue povoar os sonhos da maioria. O “Arreda”, como ficou conhecido, serve como ponte entre o país que vivia a transição entre a Monarquia e a República e o nascimento do fenómeno automóvel em Portugal.
Vale a pena atentar na sinopse: “D. Afonso de Bragança, o menos conhecido membro da última família real portuguesa, deixou-se contagiar pela magia que irradiava dos novos veículos que a revolução industrial do último quartel do século XIX fizera surgir além-Pirenéus. O popular ‘Arreda’ nunca se conformou com a monotonia palaciana e sempre que podia trocava os salamaleques de salão pelo óleo sujo dos motores dos automóveis que colecionava. Por cada vénia que o protocolo lhe exigia, imaginava uma perigosa aventura aos comandos do seu batalhão de bombeiros. Preferia o sobressalto do momento ao calendário repetitivo da agenda real. A paixão fugaz ao amor eterno. A popularidade à reverência. A aprendizagem prática ao estudo clássico. Trocava, enfim, as fastidiosas partituras musicais do piano da sua mãe, Maria Pia, e do barítono paterno, o rei D. Luís, por um simples mas virtuoso golpe de volante numa qualquer ruela lisboeta. Ao descobrirem-se os caminhos tortuosos da vida de Afonso, é Portugal que se desenha nas suas virtudes e nas suas misérias. Um país dividido entre a bancarrota da Monarquia e a falência da Primeira República”.
Perante isto, será difícil a todos quantos verdadeiramente gostam de automóveis não ler este “O Príncipe Piloto”. O lançamento oficial do livro editado pela Livros Horizonte está marcado para Setembro, o prefácio é de Vasco Callixto (cujo avô foi contemporâneo e conhecido de D. Afonso) e, a seu tempo, aqui daremos mais informações acerca de uma obra que ansiamos por conhecer em pormenor!