Toyota Yaris GRMN
Toyota
Yaris
GRMN
2018
Pequenos desportivos
3
Dianteira
1.8
212/6800
230
6,4
5,7/7,5/10,6
(Extra urbano/Combinado/Urbano)
170
39 425
Comportamento dinâmico brilhante, Motor soberbo, Apuro mecânico, Divertimento e emoção ao volante, Exclusividade
Pedaleira perfectível, Acesso aos lugares traseiros
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 230 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 6,9 |
0-400 m | 14,9 |
0-1000 m | 26,8 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 4,1 |
Em 4ª | 5,5 |
Em 5ª | 7,8 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 5,4 |
Em 5ª | 7,7 |
Em 6ª | 10,9 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 38,3 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 6,6 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,5 |
Cidade | 8,3 |
Média ponderada (*) | 7,80 |
Autonomia média ponderada (km) | 538 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1370 |
Largura atrás | 1310 |
Comprimento à frente | 1100 |
Comprimento atrás | 685 |
Altura à frente | 1010 |
Altura atrás | 920 |
Tal como o Toyoya Yaris GRMN não é um automóvel qualquer, este também não é um teste qualquer. Quanto mais não seja porque o seu protagonista é um modelo produzido numa série limitada a 400 exemplares para a Europa, e 200 para o Japão (onde dá pelo nome de Vitz), que esgotou em menos de três dias. A unidade em análise é a nº 43 da “fornada europeia”, e uma das três que vieram para Portugal – naturalmente já todas com dono atribuído.
Daí que o que se segue tenha sido escrito mais para satisfazer quem teve a rara oportunidade de conduzir este pequeno desportivo que tem por base o Yaris convencional, e cuja derivação híbrida é o seu representante mais popular, mas cujo desenvolvimento se inspirou no seu “primo” que participa no WRC. E, já agora, modéstia à parte, para satisfação, também, de todos os amantes de um desportivo de excepção que dediquem um pouco do seu tempo à leitura das próximas linhas.
Talvez o melhor seja começar pelo princípio, e descodificar o acrónimo GRMN que identifica a versão mais especial de sempre do utilitário japonês: Gazoo Racing Meister of Nürburgring. Significa isto que o Yaris GRMN foi desenvolvido pela Gazoo Racing, a divisão desportiva da Toyota, e que boa parte da sua afinação decorreu no emblemático circuito alemão, atributo que está longe de ser de somenos, como mais adiante se comprovará.
Logo num primeiro olhar, não subsistem dúvidas quanto à vocação do Yaris GRMN. Seja pelo recurso a elementos como as jantes forjadas BBS de 17”, o deflector de razoáveis dimensões montado na tampa do portão traseiro, o extractor traseiro com ponteira de escape central quadrangular ou o logo GRMN aplicado nos guarda-lamas dianteiros e na traseira. Ou pela decoração exterior assente nas cores vermelha e preta que identificam a Gazoo Racing.
No interior, a distinção é garantida pelo óptimo volante adaptado do GT86, com marca central em vermelho e logo GR; pelas excelentes bacquets projectadas pela Toyota Boshoku, com encaixe perfeito, revestidas a Alcantara e com encostos de cabeça integrados; pelos pedais de embraiagem e de travão metálicos; e pelo painel de instrumentos específico. Quase tudo o resto é igual ao que se pode encontrar no mais comum dos Yaris, lamentando-se que bancos dianteiros não basculem para facilitar o acesso aos lugares traseiros, sendo necessário avançá-los e fazê-los regressar à posição inicial manualmente sempre que se pretende transportar mais do que um passageiro.
Porventura mais importante, num desportivo de excepção, o posto condução algo elevado, embora se possa prever o quão difícil seria fazer muito melhor num modelo que tem a base que tem o Yaris GRMN – pelo menos sem que tal implicasse custos dificilmente justificáveis. Pelo contrário, custa a entender as dimensões contidas do pedal do acelerador, e a distância excessiva que medeia entre este e o pedal de travão, nada favoráveis à execução da conhecida manobra de “ponta-tacão”.
Menos mal que todos estes pecadilhos tendem a ficar para segundo, ou mesmo terceiro, plano assim que se pressiona o botão com a inscrição “GR Start/Stop”, destinado a dar vida ao motor – e que acorda com uma sonoridade rouca e áspera que também não deixa margem para dúvidas quanto ao seu potencial. Sob o capot está, então, um quatro cilindros de 1,8 litros produzido no Reino Unido, e derivado daquele que a Toyota vem há muito fornecendo à Lotus para animar o Elise, dotado de distribuição variável, compressor mecânico do tipo Eaton accionado por correia e injecção directa com componentes originalmente desenvolvidos para um motor V6 – tudo isto concorrendo para um rendimento de 212 cv e 250 Nm.
Brilhante, é o mínimo que se pode dizer desta unidade motriz. Extremamente disponível e solícito, sem atraso na resposta às solicitações do pedal da direita, evidencia uma extraordinária linearidade na entrega de potência até às 5000 rpm, a partir daí parecendo ganhar outra alma numa gama de regimes em que não dá quaisquer hipóteses aos seus rivais equipados com turbocompressor. Tudo sempre acompanhado por um rugido de escape poderoso e emocionante.
As prestações são, como se esperaria, até por via de um peo de 1210 kg, e de uma favorável relação peso/potência de 5,7 kg/cv, de nível superior: 6,4 segundos nos 0-100 km/h e velocidade máxima electronicamente limitada a 230 km/h. Os consumos são aceitáveis a velocidades estabilizadas e numa condução moderada em ambiente urbano; sem cuidados de maior com o acelerador, o melhor é contar com médias em torno dos 12,5 l/100 km; e, a ritmos verdadeiramente intensos, em que se pretenda extrair deste motor todo o seu potencial, não é raro o indicador de consumo instantâneo manter-se por largos períodos próximo dos 20,0 l/100 km.
Nada que, ainda assim, surpreenda ou preocupe num automóvel desenvolvido com o objectivo de alcançar a máxima eficácia em condução desportiva. Sendo, por isso, mais determinantes atributos como a caixa manual de seis velocidades reforçada, com um feeling muito mecânico, curso curto e comando muito rápido e preciso; a direcção deveras directa, precisa e comunicativa, essencial para a facilidade com que o condutor consegue colocar o Yaris GRMN virtualmente onde quer; ou o sistema de travagem potente, progressivo e resistente à fadiga, de origem ADVICS (empresa do universo Aisin) e composto, na frente, por discos ventilados e perfurados com 275 mm de diâmetro, accionados por pinças de quatro pistões, sendo na traseira utilizados discos com 278 mm de diâmetro.
Conduzir o Yaris GRMN é uma experiência rara para os dias que correm, pelo menos neste segmento de mercado. Aqui, a excelência de todas as soluções utilizadas, incluindo o ESP desligável em duas fases, o châssis reforçado em zonas vitais ou a suspensão dianteira afinada no mítico Nordschleife (do tipo MacPherson na frente e por eixo semi-rígido atrás, dotada de amortecedores Sachs Performance, de molas desportivas que a rebaixaram 24 mm, e de uma barra estabilizadora dianteira de 26 mm), dispensa a existência de vários modos de condução – apenas existe um, mas é soberbo e o garante de uma eficácia e de um divertimento sem igual na classe.
A frente, muito rápida e incisiva, suporta bem exigências de tracção e motricidade nas saídas das curvas feitas em potência, acabando por resistir muito bem à subviragem, sendo o diferencial autoblocante mecânico dianteiro do tipo Torsen um elemento fundamental para assegurar tão raro atributo ao Yaris GRMN – domínio em que os óptimos pneus Bridgestone Potenza RE050A também prestam um contributo inestimável. Com o sistema de travagem a inspirar muita confiança, o irrequieto desportivo nipónico denota, ainda, uma notável agilidade, com a traseira a contribuir de forma decisiva, mas discreta, para que todo o veículo pareça enrolar de forma muito natural em apoio, quando devidamente incitado a tal, para assim curvar (muito) depressa.
O Yaris GRMN é, pois, uma proposta única no mercado, e, sem dúvida, a referência da sua categoria em termos de eficácia, e de emoção e divertimento ao volante. E, já agora, de exclusividade, até porque se os quase 40 mil euros que a Toyota pedia pelo modelo em Portugal podem parecer uma verba excessiva, a verdade é que já não há nenhum para entrega, pelo que, decerto, os que existem já valerão bem mais do que custaram a quem teve a feliz oportunidade de garantir o seu…
Convém, ainda, não esquecer que esta é só a primeira criação da Gazoo Racing destinada à via pública a chegar ao Velho Continente. Sendo, por isso, de esperar excelentes e emocionantes novidades para os próximos tempos nesta matéria, até porque estes senhores não brincam, e têm recursos invulgares à sua disposição!
Motor | |
Tipo | 4 cil. em linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1798 |
Diâmetro x curso (mm) | 71,0×84 |
Taxa de compressão | 10,0:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas com distribuição variável VVT-i |
Potência máxima (cv/rpm) | 212/6800 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 250/4800 |
Alimentação | injecção multiponto |
Sobrealimentação | Compressor volumétrico do tipo Eaton |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 3945/1695/1510 |
Distância entre eixos (mm) | 2510 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1465/1450 |
Jantes – Pneus (série) | 6 1/2Jx17″ – 205/45 (Bridgestone Potenza RE050A) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1210 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 5,70 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 286/42 |
Transmissão | |
Tracção | Dianteira com diferencial autoblocante do tipo Torsen |
Caixa de velocidades | Manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | n.d. |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (n.d.) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (n.d.) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson com amortecedores Sachs Performance |
Traseira | Barra de torção com amortecedores Sachs Performance |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km ou 12 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbag de cortina
Airbag para os joelhos para o condutor
Cintos dianteiros+laterais traseiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Controlo electrónico de estabilidade
Assistente aos arranques em plano inclinado
Ar condicionado automático
Porta-luvas refrigerado
Computador de bordo
Bancos desportivos em Alcantara
Bancos do condutor regulável em altura
Banco traseiro rebatível 60/40
Volante regulável em altura e profundidade
Volante multifunções
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Acesso+arranque sem chave
Suspensão desportiva
Barra anti-aproximação nas torres de suspensão dianteiras
Jantes em liga leve de 17″
Kit de reparação de pneus
Pintura metalizada (€340)