McLaren Speedtail: 1050 cv, dois milhões de euros e já esgotado!
Chama-se McLaren Speedtail e é anunciado pela marca de Woking como o seu primeiro “Híper-GT”. Por muito visto como o herdeiro espiritual do mítico McLaren F1, oferece, como este, um habitáculo para três ocupantes, com o condutor colocado em posição central, passa a ser o mais veloz modelo do construtor britânico autorizado a circular na via pública (velocidade máxima anunciada de 403 km/h), e do mesmo serão produzidos não mais do que 106 exemplares, cada qual custando cerca de dois milhões de euros… antes de impostos! Algo que, apesar de tudo, estará longe de ser um handicap para o seu sucesso comercial, dado que todas têm já destinatário atribuído.
Primeiro dos 18 novos modelos ou versões a lançar ao abrigo do plano Track25, que define o futuro da McLaren até 2025, o Speedtail tem por base uma estrutura em fibra de carbono específica, de seu nome Monocage, combinada com uma carroçaria também em fibra de carbono, suspensões activas em alumínio e travões carbocerâmicos. Um dos seus atributos mais evidentes é, naturalmente, a sua aparência exterior invulgar, definida para fazer deste o McLaren aerodinamicamente mais eficiente de sempre, o que é, desde logo, evidenciado pela carroçaria e pela cobertura do habitáculo, em ambos os casos em forma de lágrima quando observado o veículo de cima – forma esta tida como a mais rápida na natureza, e capaz de criar o mais suave contacto entre o ar e o splitter frontal.
Mas não só. Com 5137 m de comprimento, o Speedtail é cerca de meio metro mais comprido do que o McLaren P1, mas mais estreito, contando com inúmeros elementos destinados a reduzir a resistência ao ar. É o caso, por exemplo, das coberturas estáticas em fibra de carbono das rodas dianteiras de 20” (sendo as traseiras de 21”), cuja missão é reduzir a turbulência em redor dos guarda-lamas frontais; das câmaras digitais de alta definição retrácteis, destinadas a substituir os tradicionais retrovisores, e que recolhem quando seleccionado o modo que permite atingir a velocidade máxima; dos deflectores traseiros activos patenteados; das tomadas de ar existentes sob as ópticas dianteiras por LED, destinadas a alimentar os radiadores de baixa temperatura; e das subtis nuances existentes em praticamente todas os painéis da carroçaria, que têm como função canalizar o ar de modo a que este interfira o mínimo possível com a capacidade do Speedtail para ganhar velocidade.
No cockpit, o banco do condutor, montado em posição central, é em fibra de carbono, e revestido a uma pele dotada de um inédito acabamento que, por um lado, facilita que o ocupante deslize sobre o mesmo, para mais facilmente entrar e sair do veículo, mas que também o mantém na sua posição quando a conduzir. É flanqueado por pelos dois bancos destinados aos passageiros, que fazem parte integral da monocoque em carbono.
Praticamente todo envolto por vidro, o habitáculo promete oferecer uma luminosidade invulgar, a não ser que quem segue a bordo assim não o pretenda. Nesse caso, a função electrocromática da secção superior das portas de abertura em ângulo diedro, do prolongamento do pára-brisas que serve como tejadilho e das duas secções do pára-brisas posterior podem tornar-se opacos. Também a parte superior do pára-brisas dianteiro é electrocromática, o que permite dispensar o uso de óculos de sol em situações de luminosidade mais intensa.
Defronte e em redor do condutor está o sistema de controlo do veículo, com ecrã de alta resolução que permitiram eliminar praticamente todos os botões tradicionalmente existentes num automóvel. Os controlos em alumínio polido e escovado à mão, destinados a ligar o motor, o painel de controlo da aerodinâmica e o modo que a velocidade máxima permitida se pode atingir, estão colocados acima da cabeça do condutor. O grau de personalização é, segundo a McLaren, praticamente ilimitado.
Mas, porventura mais importante do que tudo isto, é a dotação mecânica do Speedtail. Com somente 1430 kg de peso, e confirmando a intenção da McLaren, de electrificar toda a sua gama até 2025, é animado por um grupo motopropulsor híbrido com 1050 cv de potência, a qual pode ser utilizada em toda a sua plenitude no modo de condução Velocity: desenvolvido especificamente para o modelo, é aquele em não só a motorização é optimizada no sentido da máxima performance, como o são os deflectores activos e a altura ao solo (baixa 35 mm, para que o ponto mais elevado do veiculo fique a somente 1120 mm do asfalato), ao mesmo tempo que podem ser recolhidas as câmaras que substituem os retrovisores. Tudo se combinando para uma velocidade máxima de 403 km/h e para uma aceleração 0-300 km/h cumprida em não mais do que 12,8 segundos (16,5 segundos no caso do McLaren P1), valores que, naturalmente, obrigaram ao desenvolvimento de pneus específicos para o Speedtail, mais uma vez Pirelli P-Zero.