Audi A6 Avant 40 TDI Sport

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O espaço disponível para pernas atrás é soberbo

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Não sendo a maior da classe, a mala é ampla e bastante versátil

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A caixa pilotada S tronic de dupla embraiagem e sete velocidades é a única disponível com o motor 2.0 TDi de 204 cv

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O ar condicionado de quatro zonas faz parte da lista de opções

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A Audi A6 Avant 40 TDI Sport que protagoniza este ensaio é a versão Diesel, de momento, mais acessível da mais recente geração da carrinha de topo da marca dos quatro anéis. Um modelo que mantém o seu construtor no topo de um segmento em que o nível de exigência é por demais elevado, ainda que a sua aparência exterior não o evidencie de imediato.

De facto, de todos os atributos patenteados pela nova A6 Avant, a estética será, porventura, o domínio em que o modelo menos progrediu. Não que o seu visual não seja soberbo, mas acaba por não parecer muito mais do que uma evolução da geração anterior, devido a uma abordagem algo conservadora por parte da casa de Ingolstadt neste particular, ao não ir tão longe quanto foi noutros domínios, sendo o único elemento digno de maior destaque a grelha frontal de maiores dimensões. Ainda assim, reconheça-se à nova A6 Avant a aparência imponente, distinta e apelativa, garantida por linhas actuais e muito agressivas, que lhe asseguram um evidente dinamismo visual, e por uma pureza da forma que se traduz num óptimo desempenho aerodinâmico, patenteado por um Cx de apenas 0,27.

Mesmo sem adoptar um estilo disruptivo, a nova Audi A6 Avant exibe uma pose distinta e dinâmica, que faz desta uma das mais apelativas carrinhas do seu segmento

A partir daqui, quase tudo tende a espelhar o significativo progresso registado pela A6 Avant em praticamente todas as restantes áreas de avaliação. Prova evidente disso mesmo, o soberbo habitáculo, em que pontifica uma qualidade de materiais, de acabamentos e de montagem verdadeiramente referencial, a qual, a par de uma decoração primorosa, e de uma criteriosa escolha de materiais de revestimento (pele natural ou sintética, alumínio polido ou escovado, acabamento em preto piano ou madeira natural), garante a esta carrinha um ambiente interior muito técnico, e extremamente refinado e sofisticado.

A habitabilidade é outro trunfo a ter em conta: de uma forma geral muito ampla, pode não oferecer quotas mais do que aceitáveis para o segmento em altura, mas compensa tal facto com um extraordinário espaço para pernas no banco posterior, que faz da secção traseira quase um salão de festas. Já a mala, com 565 litros com os cinco lugares montados, também dará para satisfazer a esmagadora maioria das necessidades familiares, embora fique aquém do anunciado pela principal concorrência directa (leia-se: BMW Série 5 Touring e Mercedes Classe E Station), mas pode crescer até um máximo 1680 litros mediante o rebatimento total do banco traseiro (tripartido na proporção 40/20/40, sendo a sua funcionalidade garantida por soluções como a prática chapeleira solidária com o portão traseiro de operação eléctrica, ou pelos elementos destinados a facilitar a arrumação e fixação de bagagens como as calhas com ganchos fixadores deslizantes, a faixa extensível, os ganchos ou a rede separadora de carga.

Já no lugar mais apelativo a bordo, referência para os excelentes bancos dianteiros com múltiplos ajustes eléctricos para o condutor (em pele e Alcantara de série, custando os totalmente em pele miontados na unidade testada €1145), firmes e com um apreciável apoio, mas, ainda assim, extremamente cómodos, inclusive (ou sobretudo…) nas deslocações mais longas. Também por isso, o posto de condução é um verdadeiro posto de comando, mercê da posição condução baixa e muito envolvente, com acesso imediato a todos comandos; do óptimo volante S line sem secção inferior plana, mas com excelentes dimensões e pega – tudo concorrendo para um absoluto domínio da estrada.

O ambiente a bordo é, simplesmente, soberbo, mercê de uma qualidade geral de nível superior, de uma decoração primorosa, do recurso a soluções tecnológicas de vanguarda e de um amplo espaço habitável. O posto de condução é excelente

O painel de instrumentos totalmente digital Audi virtual cockpit, muito completo e profusamente configurável, continua a ser uma das melhores soluções do género do momento, contando o sistema de infoentretenimento MMI com dois generosos ecrãs tácteis colocados de forma sobreposta, o inferior sempre com 8,5”, o superior com 8,8” de série, ou com 10,1” quando se opta pelo MMI Plus, a versão de topo e mais evoluída do sistema.

Num como noutro caso, não há reparos de maior a fazer à quantidade e qualidade da informação e funcionalidades disponibilizadas, nem sequer ao design ou grafismo. Mas alguns pontos merecem ser revistos, em prol, pelo menos, dos menos versados em smartphones ou tablets de última geração. Isto porque, por um lado, o posicionamento dos ecrãs torna difícil a sua visualização em certos ângulos de incidência da luz; e, por outro, porque o acesso a algumas funções não é o mais fácil ou intuitivo, e a utilização dos botões hápticos, com resposta sonora e táctil, exige uma pressão mais demorada do que o esperado, que não só não facilita a respectiva operação, como não é de todo recomendável durante a condução, por obrigar a desviar a atenção da estrada enquanto o utilizador não ganha a indispensável habituação ao sistema.

O sistema de infoentretenimento é completo e evoluído, em especial na sua opcional versão mais evoluída, mas o uso dos botões hápticos requer prática e habituação

Elogios merece de sobra o desempenho dinâmico da A6 Avant 40 TDI Sport. Sob o capot está o motor 2.0 TDI, revisto face à anterior geração, aqui debitando 204 cv de potência e um binário máximo de 400 Nm, constante entre as 1750-3500 rpm. Uma unidade que, no modelo em apreço, tem como única opção de transmissão a tracção dianteira e a caixa pilotada S tronic de dupla embraiagem e sete velocidades, que se pauta por um funcionamento sempre muito suave e rápido, mas, se assim for o desejo dos condutores mais exigentes, não deixa de poder ser comandada manualmente em sequência, tanto através da própria alavanca como das patilhas colocadas no volante.

Primeiros quilómetros percorridos, e o principal destaque não pode deixar de ir para o fantástico isolamento do habitáculo, que faz com que o funcionamento do motor praticamente não se faça sentir pelos passageiros, em termos de vibrações como de ruído, mesmo nas solicitações mais exigentes. Juntando a isto o sistema mild hybrid MHEV, que permite o desligar da unidade motriz (a conhecida função de “andar à vela”) por períodos de tempo consideráveis a velocidades cruzeiro, e o eficiente desempenho aerodinâmico, facilmente se conclui que as viagens a bordo da nova A6 Avant dificilmente têm equiparação em termos de serenidade, pelo menos neste segmento.

Por outro lado, e apesar dos quase cinco metros de comprimento, e mais de 1710 kg de peso, do modelo, o quatro cilindros turbodiesel revela-se suave e bastante solícito na grande maioria das situações, mesmo as mais exigentes, oferecendo uma resposta pronta, em especial modo de condução Sport, e garantindo prestações dignas de registo para um automóvel com estas características. Os consumos, em estrada e auto-estrada, desde que a velocidades moderadas e estabilizadas, são verdadeiramente fantásticos, em especial quando seleccionado o modo de condução Efficiency. Já para ficar abaixo dos 8,0 l/100 km em cidade é preciso dispensar algumas cautelas ao pedal da direita, tendendo a média global, quando praticada uma condução mais despreocupada,  a ficar liminarmente abaixo dos 9,0 l/100 km – sendo a boa notícia que, mesmo tirando o máximo partido da mecânica, os valores  nunca chegam a surpreender pela negativo, ou a ser preocupantes.

Minimamente frugal nos consumos, com prestações bastante interessantes, tendo em conta a relação peso/potência, uma serenidade a bordo estupenda, um elevado conforto dinâmico e um comportamento exemplar, a nova Audi A6 Avant 40 TDI Sport torna a condução numa tarefa deveras prazenteira

Ao mesmo tempo, é forçoso referir que, fazendo bom uso motor e dos modos de condução disponíveis (efficiency; comfort; auto; dynamic; e individual), assim como da caixa e dos modos de utilização (D, S, Manual  e E – quando o modo Efficiency está seleccionado), é possível praticar nesta A6 Avant 40 TDI Sport um condução, ou muito agradável, ou mesmo divertida! O óptimo tacto de todos os comandos, a direcção primorosa e o excelente comportamento, garantido por uma suspensão firme, mas muito competente, que assegura uma correcto controlo dos movimentos da carroçaria, traduz-se numa atitude sempee muito honesta e previsível, contributo fundamental para uma condução sempre muito fácil e agradável, e para uma muito elevada sensação de confiança e segurança.

Dinamicamente excelente quanto utilizada enquanto familiar, que é a sua vocação natural, a A6 Avant 40 TDI Sport também não desilude os pais de família mais apressados quando estes estão… com pressa. Aumentar o ritmo acaba por ser um prazer, por via da fantástica direcção, muito rápida e precisa, de uma frente extremamente acutilante, e de uma traseira fiel e eficaz. Apesar do porte considerável, esta é uma carrinha que acaba por ser mais ágil do que o esperado, que até nos traçados mais estreitos e sinuosos consegue oferecer emoção a volante e que, graças ao ESP desligável em duas fases, até permite maior liberdade aos condutores mais afoitos, embora tal implique um redobrar da atenção quando se esmaga o acelerador à saída das curvas, pois nem sempre o eixo dianteiro consegue colocar toda potencia no chão quando as rodas estão viradas.

Elegante e sofisticada, mas sem nunca negligenciar a vertente prática, a nova carrinha de topo da Audi representa um importante progresso tecnológico em quase todos os domínios, e só o design algo conservador, porque pouco disruptivo, acaba por contrariar essa asserção. Na versão de acesso A6 Avant 40 TDI Sport, o preço é elevado, em absoluto, mas não tanto para o segmento premium, e sempre tem a vantagem de ter associado um equipamento de série completo. Ainda assim, recomenda-se alguma atenção na hora de escolher opções: se o que não falta são soluções que incrementam a qualidade do convívio com modelo, há que tem em atenção que os entusiasmos facilmente fazem o preço derrapar, e a unidade ensaiada é prova evidente disso mesmo, com mais de 28 mil euros em extras, que fazem disparar o seu valor de aquisição de uns ainda assim simpáticos €65 503 para uns bem mais expressivos €92 873…