Hyundai i30 Fastback N
Hyundai
i30
Fastback N
2018
Desportivos compactos
5
Dianteira
2.0
275/6000
250
6,1
7,0/8,1/12,2 (WLTP)
188 (Combinado WLTP)
45 723/46 153 (unidade testada)
Comportamento dinâmico de referência, Motor e prestações, Capacidade da mala, Equipamento, Preço competitivo, Sonoridade do motor
Altura atrás, Visibilidade traseira
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 250 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 6,4 |
0-400 m | 14,4 |
0-1000 m | 26,2 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 3,4 |
Em 4ª | 4,5 |
Em 5ª | 5,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 4,6 |
Em 5ª | 5,7 |
Em 6ª | 6,9 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 36,9 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 6,1 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,9 |
Cidade | 10,9 |
Média ponderada (*) | 9,34 |
Autonomia média ponderada (km) | 535 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1450 |
Largura atrás | 1410 |
Comprimento à frente | 1080 |
Comprimento atrás | 720 |
Altura à frente | 1005 |
Altura atrás | 940 |
O i30 Fastback N protagonista deste ensaio é mais uma prova do trabalho bem feito pela Hyundai quando decidiu entrar, sem contemplações ou passos em falso, num segmento que, podendo ser um nicho, até pela competitividade que encerra, também tende a ser determinante para a imagem dos construtores e modelos que no mesmo concorrem: o dos desportivos compactos. E, mais uma vez, foi tal a atenção dedicada pelo construtor sul-coreano à sua proposta, que o modelo acaba por ser mais do que a simples versão coupé de quatro portas do (merecidamente) enaltecido i30 N que marcou a sua estreia na classe.
Em bom rigor, para que o resultado final fosse de igual excelência, a Hyundai não abdicou de tirar partido da aprendizagem retirada dessa auspiciosa estreia para, por um lado, beneficiar ao máximo das características intrínsecas deste formato de carroçaria – nomeadamente dos mais 120 mm de comprimento e menos 30 mm de altura da carroçaria, a garantirem um melhor desempenho aerodinâmico. E para, por outro, efectuar os necessários ajustes que as diferenças, mesmo que de pormenor, entre ambas as versões redundassem numa proposta de nível idêntico.
Assim, por via de um peso 12 kg superior ao do i30 N de cinco portas, quase todo incidente sobre o eixo traseiro, o i30 Fastback N conta com uma suspensão rebaixada 5 mm, e molas dianteiras 6 mm mais compridas e 5% mais macias. A direcção também conta com afinação específica, a via traseira é 8 mm mais larga que a dianteira, e a rigidez estrutural aumentou 15% – em boa parte devido à montagem de uma barra anti-aproximação atrás do banco posterior, bem visível sempre que se abre a bagageira, a qual reduz ligeiramente o volume da mala, mas também contribuiu para incrementar em 6,9% a rigidez torsional.
Importante será sublinhar, de igual modo, que, ao contrário do i30 N, que também é proposto numa versão de 250 cv, o i30 Fastback N apenas é disponibilizado com a mais poderosa variante de 275 cv do quatro cilindros turbocomprimido de 2,0 litros, o que significa que inclui na sua dotação de série o Pack Performance. A caixa é, claro, manual de seis velocidades, o trem dianteiro conta com um diferencial autoblocante de controlo electrónico e, fazendo jus à sua vocação, o travão de mão também é de accionamento manual.
Ainda antes do apuramento daquilo que vale, realmente, o i30 Fastback N nas condições para que foi, de facto, criado, uma pequena panorâmica daquilo que o caracteriza face às restantes versões da gama. No exterior, os vários elementos vermelhos, as jantes de 19”, os pára-choques mais volumosos, o extractor traseiro, as generosas ponteiras de escape e o deflector montado no topo do portão posterior confirmam o seu carácter iminentemente desportivo, e não deixam dúvidas quanto às suas pretensões.
No habitáculo, e mesmo que o ambiente possa ser considerado algo discreto pelos que apreciam, a todo e qualquer momento, sentir que estão a bordo de um desportivo, o vermelho volta a marcar presença, nomeadamente nas molduras das saídas ventilação e nas costuras contrastantes dos excelentes bancos revestido a pele e Alcantara de cor preta. A isto há que juntar o soberbo volante (daqueles que provam que não é uma mera secção inferior plana que garante a excelência do seu manuseamento, por isso dispensando tal atributo!); o punho da alavanca de comando da caixa de velocidades com o logótipo N gravado; e a pedaleira magnífica, com um perfeito alinhamento dos pedais. Sendo este um elemento que faz prova de que, por vezes, são os (aparentemente) pequenos detalhes que ilustram a real dedicação e conhecimento de quem desenvolveu um automóvel desta categoria.
Em quase tudo o resto, o i30 N Fastback pouco se diferencia de qualquer outro membro da sua família. E não sendo despiciendos os seus trunfos, como também não são o que mais importam nesta avaliação, quem melhor pretender conhecê-los, ou relembra-los, o melhor será revisitar aqui o teste oportunamente efectuado pela Absolute Motors ao i30 Fastback 1.0 T-GDi.
Assim sendo, é, pois, o momento de passar ao que verdadeiramente interessa, isto é, à acção! E não são precisos muito quilómetros para que volte a surgir na mente que quem segue ao volante do i30 Fastback N a questão “quem acreditaria, há meia dúzia de anos atrás, que Hyundai podia chegar aqui?…”. Mas chegou. E com todo o mérito.
Questões práticas, porventura mais mundanas, mas nem por isso menos importantes, primeiro – até porque este é um automóvel que se ajusta bastante bem a um uso quotidiano, familiar, até. Em termos de consumos, e em condução citadina, são necessários alguns cuidados para que a média fique liminarmente abaixo 11,0 l/100 km – com os desaconselhados descuidos a implicarem uma subida deste valor na razão directa dos “devaneios”. Já a velocidades estabilizadas em estrada aberta, não sendo este um recordista da economia, os valores obtidos são perfeitamente razoáveis, tendo conta a vocação do modelo e o rendimento do motor.
Quando de adoptam ritmos mais intensos, as coisas mudam sobremaneira, naturalmente, e as médias tendem a rondar os 18,0 l/100 km. Numa condução “a fundo”, o melhor é contar sempre com mais de 20,0 l/10 km. Não sendo, de todo, impossível aflorar os 30,0 /100 km numa condução verdadeiramente, e permanentemente, ao ataque… Mas não é menos verdade que o i30 Fastback N justifica cada cêntimo gasto em gasolina!
Mas há mais a dizer sobre o motor que não apenas o que este consome. Por exemplo, que é uma unidade plena de fulgor, muito cheio logo desde os muito baixos regimes, com uma óptima resposta praticamente desde o ralenti até às 6750 rpm, graças a uma enorme vivacidade e a uma grande facilidade em subir de rotação regime. Não esmaga os sentidos, mas está sempre lá quando solicitado. E ainda emite uma sonoridade incrível no modo de condução mais desportivo. Dúvidas subsistam, é atentar nas prestações que permite ao i30 Fastback alcançar, seja em aceleração ou nas recuperações, já que a velocidade máxima está electronicamente limitada a 250 km/h.
A transmissão é outro elemento fulcral para o (bom) desempenho do i30 Fastback N. Desde logo pela bem escalonada, precisa e rápida caixa de velocidades. E também pela função Rev Matching, que não só inclui um indicador luminoso para troca de mudança, que se acende no painel de instrumentos quando se atinge a zona vermelha do conta-rotações, como incrementa ligeiramente o regime motor em todas passagens caixa, seja nas reduções como a desmultiplicar, fazendo não só o chamado “ponta-tacão” como uma espécie de “duplas” (de que os mais antigos ainda se recordarão, do tempo em que a sincronização das caixas ainda não era o que é hoje).
Depois, o utilizador tem à sua disposição nada menos que cinco modos de condução. Três são activados através de um botão colocado na zona inferior esquerda do volante, e não merecerão explicações de maior: Normal, Eco e Sport. Os outros dois são comandados através de um botão colocado em posição simétrica à do primeiro, denominam-se N e N Custom, e não deixam de fazer lembrar solução idêntica bem conhecida da divisão desportiva de uma célebre marca de automóveis alemã, a que a Hyundai contratou há uns anos um dos seus principais e mais reputados responsáveis.
O modo N Custom é, de facto, o mais recomendado quando se pretende praticar uma condução realmente desportiva. Porque é o único que permite pressionar em simultâneo acelerador e travão (quando é útil travar com o pé esquerdo). E porque permite personalizar quase todo: o motor (modos Normal, Sport e Sport+); o controlo de rotações (Off, Normal, Sport e Sport +); o diferencial autoblocante electrónico eLSD (Normal e Sport); a sonoridade do escape (Normal, Sport e Sport+); a firmeza do amortecimento pilotado (Normal, Sport e Sport+); a resposta da direcção (Normal, Sport e Sport+); e a intervenção do controlo electrónico de estabilidade (Normal, Sport e totalmente desligado).
Tudo somado, é difícil não encontrar uma combinação que satisfaça cada tipo de condutor, e se ajuste a cada tipo de utilização. Até porque, quando se quer conduzir nos limites, até pode parecer que a vertente mais desportiva para todos os componentes será a ideal, mas esta não é regra sem excepção, pois nem sempre é assim.
Por exemplo, em piso muito degradado ou verdadeiramente irregular, o modo mais firme do amortecimento pode não ser o que garante maior eficácia – aliás, dificilmente o será sempre que o piso não seja perfeito. E também em estradas sinuosas e de bom piso, tudo no modo mais desportivo, excepto a direcção e o amortecimento, que deverão adoptar o modo Normal, tenderá a ser a solução mais indicada, já que a afinação mais extrema destes dois últimos só proporciona reais vantagens numa condução em circuito.
Refira-se, ainda neste capítulo, que, em qualquer dos modos de condução, é possível optar pelos modos Sport e totalmente desligados do ESP – que, por sinal, quando activo, exibe uma soberba calibragem, só intervindo quando efectivamente necessário e faz, de facto, sentido. Já a variação do controlo de rotações está disponível em todos os modos de condução, excepto no Eco.
Da teoria à prática, primeiros encómios para a unidade motriz. Com 275 cv às 6000 rpm, e um binário máximo de 353 Nm constante entre as 1450-4700 rpm, só por si, quase impele quem segue ao volante a selecionar sempre o seu modo de funcionamento mais desportivo, para que se usufrua em permanência da sua incrível sonoridade, seja a melodia grave e rouca que emana em aceleração, seja o gorgolejar e os “ráteres” que emite em desaceleração. Ao mesmo tempo, responde sempre com prontidão e decisão às solicitações do pedal da direita, sendo um verdadeiro regalo em condução desportiva.
Por isso, as descargas de potência, quando se esmaga o acelerador, recomenda atenções redobradas piso molhado ou que, por qualquer outro motivo, tenha menor aderência. Em especial quando se conduz com o ESP totalmente desligado, pois se é um facto que o autoblocante está lá, e ajuda muita, não é menos verdade que a física acaba sempre por impor as suas leis.
De resto, o i30 N Fastback fica, indelevelmente, marcado por reacções puras, directas e viris, acompanhadas de um excelente feedback mecânico de todos os seus componentes – e até a caixa funciona melhor quando manuseada com decisão. O comportamento dinâmico é uma autêntica delícia, pelo que não é fácil colocar i30 Fastback N em questão: a direcção é muito directa, precisa e progressiva; e a travagem, a cargo de discos ventilados nas quatro rodas, sempre competente.
Quanto à frente, prima pela precisão e estabilidade, e pela elevada motricidade à saída das curvas, mesmo nas solicitações mais exigentes. Com a traseira a destacar-se pela elevada aderência, pelo que, mesmo com o ESP desligado, não é linear fazê-la sair do sítio, mesmo abusando do desequilíbrio de massas, Nesses casos, há mais um ligeiro deslizar do eixo posterior, que muito ajuda a apontar a frente para onde se quer, e a sair em estilo e beleza, também graças ao autoblocante, que ajuda colocar toda a potência no chão, e aos magníficos pneus Pirelli P Zero desenvolvidos especificamente para este modelo.
Respondendo a todas as solicitações do condutor de forma magnífica, o i30 N Fastback parece à prova de erro, oferecendo grande envolvência ao volante, e muita diversão e emoção. Apesar da muita tecnologia a que recorre, é um automóvel altamente sensorial e extremamente envolvente, que ainda oferece o prazer extra que é a maioria dos que ousarem desafiá-lo estarem longe de conhecer, e mais ainda de acreditar, no seu extraordinário potencial – chegando a ser mais ágil que o seu antigo e único “rival” de tracção traseira.
Admitindo que, para os mais conservadores, ou menos conhecedores, a imagem de marca ainda possa ser um óbice, não há como negar que o i30 N Fastback vale muito mais, na vertente desportiva, que é a sua razão de existir, do que qualquer rival do mesmo patamar de preço. Preço que, não estando ao alcance de todas as bolsas, também não deixa de ser competitivo: inferior ao qualquer concorrente, ainda vem acompanhado de um excelente equipamento de série!
Motor | |
Tipo | 4 cil. em linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1998 |
Diâmetroxcurso (mm) | 86,0x86,0 |
Taxa de compressão | 9,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 275/6000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 353 (378 em Overboost)/1450-4700 |
Alimentação | injecção directa |
Sobrealimentação | turbocompressor VGT+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4455/1795/1419 |
Distância entre eixos (mm) | 2650 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1556/1564 |
Jantes – pneus | 8Jx19″ – 235/35 (Pirelli P Zero) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1520 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 5,52 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 436-1337/50 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 11,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (345) |
Traseiros (ø mm) | Discos ventilados (314) |
Suspensões | |
Dianteira | MacPherson com amortecimento pilotado |
Traseira | Multi-link com amortecimento pilotado |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 7 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 5 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km ou 24 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Cintos dianteiros com pré-tensores+limitadores de força
Sistema de assistência à manutenção na faixa de rodagem
Travagem autónoma de emergência com alerta de colisão dianteira
Alerta de fadiga do condutor
Fixações Isofix
Assistente aos arranques em subida
Diferencial autoblocante de controlo electrónico
Selector de modos de condução
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Cruise-control+limitador de velocidade
Bancos em pele+Alcantara
Bancos dianteiros com extensão do apoio de pernas+regulação eléctrica
Banco traseiro rebatível 60/40
Volante em pele perfurada, regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Pedaleira em alumínio
Direcção com assistência eléctrica
Auto-rádio com ecrã táctil 8″+entradas USB/Aux+leitor de cartões SD+6 altifalantes
Sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooth
Carregador por indução para smartphones
Vidros eléctricos FR/TR
Vidros traseiros escurecidos
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior electrocromático
Sensores de luz+chuva
Sensores de estacionamento dianteiros+traseiros
Câmara de estacionamento traseira
Acesso+arranque sem chave
Iluminação exterior integralmemte por LED
Assistente de máximos
Faróis de nevoeiro
Alarme
Jantes de liga leve de 19″
Tomadas de 12 V na consola central+bagageira
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Pintura metalizada (€430)