McLaren Elva: roadster radical com 815 cv só para 399 privilegiados
O mais recente membro da exclusiva família Ultimate Series da McLaren chama-se Elva, e não só é o mais leve modelo se sempre da marca autorizado a circular na via pública, como o seu primeiro dotado de um cockpit “aberto” – o que significa que é desprovido de pára-brisas ou vidros laterais (embora, em opção, possa montar um pára-brisas dianteiro fixo). Com produção limitada a não mais do que 399 exemplares (cada qual proposto, na origem, desde 1,66 milhões de euros, dependendo o preço final do grau de personalização, que é praticamente absoluto, escolhido por cada cliente junto da MSO, o departamento de veículo especiais da marca britânica), recupera um nome, cujos direitos foram, entretanto, adquiridos pela McLaren, utilizado nos modelos da década de 1960 concebidos por Bruce McLaren, que mais não eram do que versões para cliente dos Grupo 7 de competição da época.
Este é um superdesportivo de dois lugares que, desde logo, se impõe pelo forte impacto visual que gera junto de quem o observa. A frente muito baixa, os pronunciados guarda-lamas dianteiros, os longos guarda-lamas traseiros são alguns dos elementos que para tal contribuem. Mas este é, também, um dos casos em que a forma segue a função, sendo disso exemplo o fundo plano ou a aerodinâmica activa, patente, por exemplo, no deflector traseiro retráctil, cuja altura e ângulo de inclinação variam automaticamente em função da velocidade.
Ser o Elva o mais leve McLaren de estrada de sempre deve-se, em boa parte, ao facto de châssis e carroçaria serem integralmente construídos em fibra de carbono, material utilizado, ainda, num sem número de outros componentes, na estrutura como no habitáculo – aliás, o carbono à vista, tanto na carroçaria como no interior, pretende ilustrar isso mesmo, criando uma uniformidade visual entre ambos. Também em carbono são os bancos exclusivos deste modelo (podendo, em opção, montar cintos de seis pontos de fixação, para quem o pretenda utilizar em circuito), assim como a tampa (de acionamento manual) do compartimento existente atrás dos bancos, em que é possível albergar dois capacetes, e são visíveis, quando este aberto, os dois filtros de ar do motor.
Também opcionais, mas sem custo para o cliente, são o sistema de som (suprimido para minimizar o peso) e as jantes de cinco braços revestidas por pneus Pirelli P Zero Corsa, sendo de série propostas umas de dez braços com pneus Pirelli P Zero, de vocação mais estradista. Também de série são sistema de protecção anti-capotamento com roll bars activos, e o sistema de travagem com discos carbocerâmicos sinterizados de 390 mm de diâmetro e pinças de titânio (cada qual 1 kg mais leve que as convencionais).
Estreia mundial no McLaren Elva, o denominado Active Air Management System (AAMS). Uma solução que, através de uma tomada de ar específica, existente no splitter frontal, e de um deflector em carbono (que se eleva 150 mm quando o sistema está activo), canaliza o ar do dianteira para a traseira, num raio de 130°, de forma a criar uma zona de baixa pressão sobre os ocupantes, que forma uma espécie de “bolha, assim impedindo que estes sejam excessivamente perturbados pela deslocação do ar. Inactivo a baixa velocidade, o AAMS é automaticamente activado à medida que esta aumenta, embora possa a qualquer momento ser desligado pelo condutor, através da pressão num botão.
Com suspensão hidráulica activa, e um controlo de estabilidade afinado para garantir o maior prazer de condução, o Elva é animado pelo mesmo motor 4.0-V8 biturbo já utilizado nos McLaren Senna e Senna GTR, ao qual está acoplada uma caixa pilotada de dupla embraiagem e sete velocidades. Aqui com 815 cv de potência, em boa parte graças a um sistema de escape com quatro saídas e contra-pressão reduzida, construído em Iconel e titânio, esta poderosa unidade motriz permite ao novo roadster britânico cumprir os 0-100 km/h em menos de 3,0 segundos, e os 0-200 km/h em 6,7 segundos, registo em que consegue ser mais rápido do que o McLaren Senna o que diz bem das suas capacidades.