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Ao volante em Portugal do novo Opel Mokka. A gasolina e eléctrico

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Ao volante em Portugal do novo Opel Mokka. A gasolina e eléctrico

O novo Opel Mokka foi já alvo de diversas apreciações por parte da Absolute Motors (saiba mais aqui). E justifica-se que assim seja: afinal, trata-se de um modelo não só determinante para a marca integrada, em 2017, no Grupo PSA (e, mais recentemente, também na Stellantis, conglomerado liderado pelo português Carlos Tavares, que reúne o “gigante” francês e o seu homólogo italo-americano da FCA), mas que se destaca, igualmente, por contar com um leque de atributos suficientemente vasto e substantivo para fazer desta uma proposta com justificadas ambições no muito concorrido segmento de mercado em que se insere.

Ter-se-ia que considerar, por isso, imperdível a oportunidade de desfrutar de um primeiro contacto dinâmico com o novel SUV germânico em estradas portuguesas, para mais nas suas versões que, porventura, mais interesse despertarão junto do consumidor luso: a mais potente das animadas por motores a gasolina, e a de propulsão totalmente eléctrica. Um contacto limitado a não mais do que cerca de uma centena de quilómetros com cada uma das referidas variantes, mas que permitiu identificar os principais predicados da mais recente coqueluche germânica.

Já não constituirá segredo para ninguém que o Mokka da nova geração foi desenvolvido com base na plataforma modular CMP da PSA, a mesma que serve diversos modelos que integram a sua oferta, nomeadamente o novo Peugeot 2008, o qual poder-se-á considerar como um dos seus principais rivais. Em face disto, haverá, decerto, quem tenda a enveredar por uma perspectiva mais redutora, caindo na tentação de considerar que se trata do mesmo veículo com uma roupagem diferente, pelo que estes primeiros quilómetros efectuados ao volante do novo Mokka serviram, também, para comprovar até que ponto poderá ser válido tal conceito.

Ora, depois de observado o modelo em fotografia e vídeo, e, posteriormente, ao vivo, mas em espaço fechado, vê-lo, agora, na via pública, inserido na paisagem automobilística envolvente, permitiu confirmar que este é um automóvel que se destaca de forma notória, e pela positiva, tanto de todos os seus “primos” com os quais partilha os principais elementos mecânicos, como de qualquer outro potencial concorrente. Não restam dúvidas de que, no plano estilístico, o novo Mokka marca diferença, sendo poucos os que ficam indiferentes à sua passagem.

Confirma-se, assim, o bom trabalho levado a cabo pelos designers da casa de Rüsselsheim, na criação de formas aerodinamicamente eficientes (Cx de 0,32, um dos melhores valores da classe) e visualmente cativantes, pela sua originalidade, dinamismo e distinção, também por via da pintura bicolor. Outro ponto a reter: o novo Mokka, apesar de ser 125 mm mais curto do que o seu antecessor, impõe-se de forma bem mais efectiva do que o esperado, por parecer maior do que aquilo que as compactas dimensões exteriores indicam: 4151 mm de comprimento, 1791 mm de largura, 1531 mm de altura e 2557 mm de distância entre eixos (2561 mm no caso da versão eléctrica).

Uma vez no habitáculo, a mesma sensação de originalidade, de se estar perante um Opel, é indesmentível. Claro que existem diversos pormenores que identificam a referida, e assumida, partilha de componentes, sejam alguns botões de comando, sejam diversos elementos gráficos presentes quer no inédito painel de instrumentos totalmente digital, quer no monitor de controlo do sistema de infoentretenimento (estes dois ecrãs formando o chamado Pure Panel. Mas, no geral, seja a decoração sóbria, mas, também ela, distinta, e de muito bom gosto, seja a robustez da montagem e a perfeição dos acabamentos, comprovam que no desenvolvimento do Mokka existiu a preocupação de fazer jus à origem e à tradição germânicas da marca do raio, criando um ambiente interior acolhedor e sofisticado, que transmite uma agradável sensação de qualidade.

Também dignas de encómios, a apurada ergonomia, e a habitabilidade suficientemente generosa para que quatro passageiros adultos se acomodem com apreciável desafogo. A capacidade da mala, essa, ao variar entre 350 litros com os cinco lugares montados, e 1105 litros com o banco posterior totalmente rebatido (310 litros e 1060 litros no Mokka-e), já não é mais do que mediana para a classe (a título de exemplo, refira-se que no Peugeot 2008 a mesma varia entre 405-1467 litros), pese embora até seja idêntica à do anterior Mokka, não obstante a já mencionada redução do comprimento exterior.

Quanto ao posto de condução, terá tudo para agradar aos amantes dos SUV. Suficientemente elevado para garantir um bom domínio da estrada, também não o é excessivamente, por isso não condicionando o agrado de utilização. Volante e bancos oferecem múltiplas e amplas regulações, permitindo à esmagadora maioria encontrar fácil e rapidamente o mais correcto posicionamento quando ao volante.

Passando da teoria à prática, isso mesmo foi possível confirmar quando a bordo do Mokka 1.2 Turbo de 130 cv, a versão que protagonizou a primeira experiência dinâmica com o modelo. É animada pelo conhecido três cilindros de 1199 cc, com 130/5500 rpm e um binário máximo de 230 Nm logo às 1750 rpm, o qual é combinado de série com uma caixa manual de seis velocidades, podendo, em opção, como acontecia com a unidade testada, ter acoplada uma caixa automática de oito relações. Anuncia 9,2 segundos nos 0-100 km/h, 200 km/h de velocidade máxima, um consumo misto de 5,9-6,0 l/100 km e emissões de CO2 de 133-137 g/km, segundo a norma WLTP.

Para o conjunto motor/caixa, sobram os mesmos elogios que já lhe foram dispensados quando da sua aplicação em outros modelos do grupo. O motor pauta-se pela sua solicitude num amplo leque de regimes, e pela facilidade em subir de rotação, garantindo uma resposta pronta às solicitações do acelerador nas maiorias das situações (em especial quando selecionado o modo de condução Sport, estando ainda disponíveis os modos Eco e Normal); ao passo que a transmissão brilha pela sua notável suavidade, pela rapidez na troca de mudanças e por um correcto escalonamento.

Daqui resultam, por um lado, consumos bastante comedidos, e que, mesmo quando se impõe uma toada mais intensa, acabam por convencer; ao mesmo tempo que as prestações são de bom nível, ligeiramente melhores, até, do que as anunciadas pela versão equivalente do Peugeot 2008. Tudo concorrendo para uma condução fácil e muito agradável, seja em meio urbano (onde o Mokka evoluiu com evidente desenvoltura, também por via das suas dimensões compactas, a facilitar a capacidade de manobra em espaços mais apertados), em viagem a ritmos condicentes com a sua vocação familiar, ou mesmo quando se adoptam ritmos mais acelerados, em que o modo manual da caixa, e as patilhas no volante, para comando sequencial da mesma, ajudam a tornar a experiência ainda mais envolvente.

O comportamento também não merece grandes reparos, voltando a evidenciar as valências de um châssis equilibrado e bem ajustado a uma utilização polivalente, com suspensões do tipo MacPherson na frente e por eixo semi-rígido atrás. A direcção é rápida e bem assistida, a frente inscreve-se com rapidez e precisão em curva, e todas as reacções são honestas e previsíveis, mesmo quando sujeito o Mokka 1.2 Turbo a exigências para as quais não foi, primordialmente, concebido. O conforto, esse, é de bom nível na generalidade das circunstâncias, pese embora o eixo traseiro denote a sua conhecida tendência para lidar menos bem com as irregularidades, sejam os pisos degradados, ou os desníveis mais acentuados, patente numa resposta demasiado seca, particularmente sentida por quem viaje atrás – nada de determinante, mas que não deixa, por isso, de ser efectivo.

Como este é o primeiro Opel disponibilizado, logo desde o início da sua comercialização, com motorização exclusivamente eléctrica e motores de combustão, um primeiro contacto com o modelo, mesmo que curto, não ficaria completo sem que fossem percorridos alguns quilómetros ao volante do Mokka-e. Também aqui, a mecânica é conhecida, até mesmo do Corsa e: motor eléctrico de 136 cv e 260 Nm; 3,7 segundos nos 0-50 km/h, 9,0 segundos nos 0-100 km/h, velocidade máxima electronicamente limitada a 150 km/h; autonomia máxima de 324 km. O utilizador tem a possibilidade de optar entre os modos de condução Normal, Eco e Sport, a bateria de iões de lítio, com 50 kWh de capacidade (garantia de oito anos ou 160 000 km); ºpde receber carga rápida, em postos de corrente contínua até 100 kW, e recuperar 80% da respectiva capacidade em 30 minutos, aceitando, também, recargas em corrente alternada monofásicas ou trifásicas até 11,0 kW (neste caso, um carregamento total demora 5h51m).

Em andamento, referência primeira para a resposta espontânea e intensa ao acelerador, traduzida em céleres arranques e reprises, e numa capacidade de aceleração substancial e ininterrupta, tão característica dos motores eléctricos, que leva a que tão fácil quanto rapidamente se atinja a velocidade máxima. O tempo passado com o Mokka-e não foi suficiente para retirar conclusões muito definitivas acerca da respectiva autonomia, mas não será difícil que a mesma se aproxime, em condições reais de utilização, da oferecida por propostas equipadas com a mesma mecânica.

Quanto ao desempenho dinâmico, de uma forma geral, aproxima-se do oferecido pela versão a gasolina, mas com algumas nuances. Por via de um peso superior em mais de 300 kg, imposto, essencialmente, pela bateria de alta tensão, e de uma repartição menos favorável do mesmo, no Mokka-e é ainda mais evidente a sensibilidade do eixo traseiro ao estado de conservação do piso, do mesmo modo que o châssis já não consegue oferecer um comportamento tão apurado. Em jeito de compensação, o silêncio a bordo é quase absoluto, e faz sobressair a qualidade de construção, e a condução em cidade é por demais agradável.

Já disponível para encomenda em Portugal, estando a chegada das primeiras unidades a território nacional prevista para Abril, o novo Mokka conta ainda, na sua oferta, com o motor 1.2 turbo a gasolina de 100 cv, e com a unidade turbodiesel 1.5 Turbo D de 1499 cc, 110 cv e 250 Nm. Outra das suas vantagens é permitir que todas as opções de motor, eléctrico incluído, possam ser combinadas com qualquer dos níveis de equipamento disponíveis: Edition, Elegance, GS Line e Ultimate.

Comuns a todos eles são, entre outros, elementos como as jantes em liga leve (com pneus 21565R16 no Edition, 215/60R17 no Elegance e 215/55R18 nos GS Line e Ultimate); faróis por LED; ar condicionado; volante em pele, regulável em altura e profundidade; sistema de leitura de sinais de trânsito; espelhos eléctricos e aquecidos; alerta de fadiga do condutor; travagem autónoma de emergência com alerta de colisão frontal e reconhecimento de peões; cruise control com limitador; e alerta de saída involuntária da faia de rodagem. As versões Elegance, GS Line e Ultimate adicionam a esta lista sensores de luz e de chuva; faróis de nevoeiro; câmara de estacionamento traseira; duas entradas USB suplementares; ou ar condicionado automático.  A navegação e o sistema de acesso e arranque sem chave são oferecidos nas variantes Elegance e Ultimate, esta última a única a propor de série bancos dianteiros e volante aquecidos; faróis de matriz de LED IntelliLux; jantes específicas bicolores e bancos forrados e pele e Alcantara (opcional disponível por €1600 nos níveis GS Line e Ultimate, que, de série, contam com bancos forrados a tecido e pele).

Por fim, os preços: €21 100 é o valor pedido pelo Mokka 1.2 Turbo Edition de 100 cv (€23 600 no nível Elegance, €24 100 no nível GS Line, €27 100 no nível Ultimate); o Mokka 1.2 Turbo Edition de 130 cv custa €22 600 (€25 100 no nível Elegance, €25 600 no nível GS Line, €28 600 no nível Ultimate – sendo necessário dispender mais €2000 para aceder às correspondentes variantes dotadas de caixa automática); o Mokka 1.5 Turbo D Edition exige o dispêndio de €24 500 (€27 000 no nível Elegance, €27 500 no nível GS Line, €30 500 no nível Ultimate); e o Mokka e Edition está orçado em  €36 100 (€38 600 com o nível Elegance, €39 100 no nível GS Line, €42 100 no nível Ultimate).

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zyrgon