Abarth 595 Competizione

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Até na diminuta chapeleira o logo Competizione foi bordado em grande destaque

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A bem escalonada caixa, com um comando rápido e preciso, é um excelente auxiliar do motor

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Estando o modo Sport seleccionado, a escala à direita do velocímetro passa a indicar a percentagem de acelerador utilizada

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O manómetro de pressão do turbo também informa quando o modo Sport se encontra seleccionado

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O motor 1.4 de 180 cv é a verdadeira alma do 595 Competizione

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Porque simples, nem por isso a receita é menos válida ou eficaz. Por forma a dar novo alento à sua gama derivada do Fiat 500, a Abarth mostrou em Março passado, no Salão de Genebra, uma renovada variante do 595 Competizione, que permitiu à divisão desportiva do construtor italiano escalonar de outra forma a sua oferta, com três declinações distintas do 595, dotadas de outros tantos níveis de potência do conhecido motor 1.4 T-Jet: 595 Custom (140 cv); 595 Turismo (160 cv); e 595 Competizione (180 cv). Isso não contando, naturalmente, com as versões base, e outras muito especiais, nalguns casos de produção limitada, como o Biposto ou as Tributo – por norma identificadas pela sigla 695, e propostas a preços ao alcance de (muito) poucos.

Aliás, para alcançar este desiderato, foi, justamente, às versões Tributo que a Abarth recorreu, montando no 595 Competizione a versão de 180 cv e 250 Nm do referido motor, dotada de um escape Record Monza, de um filtro BMC e, principalmente, de um turbocompressor Garrett em substituição do IHI de que faz uso a variante de 160 cv. A par da nova unidade motriz, o 595 Competizione recebeu ainda amortecedores de resposta variável em função da frequência, e um sistema de travagem de origem Brembo, com pinças dianteiras de quatro êmbolos e pastilhas de alto desempenho.

Além de herdar o motor das versões 695 Tributo, o novo Abarth 595 Competizione recebe também um sobredimensionado sistema de travagem de origem Brembo, com pinças dianteiras de quatro pistões e pastilhas de alta performance

Decerto não faltará quem, sob uma perspectiva estritamente racional, considere pouco lógico dispender €28 500 num citadino. Já os amantes dos pequenos desportivos, especialmente se tiverem oportunidade de conduzi-lo, dificilmente conseguirão ficar indiferentes aos encantos deste novo 595 Competizione. A atracção começa logo num primeiro olhar, sobretudo numa unidade de cor preta, como a aqui em apreço, em que tudo é… preto! Da carroçaria às jantes, passando pelos apêndices aerodinâmicos, o que faz deste um pequeno “escorpião” negro, sempre pronto a destilar o seu veneno. Os logos 595 e Competizione, espalhados em vários locais da carroçaria e do interior (inclusivamente na chapeleira), tendem a ser a prova disso mesmo.

O habitáculo é, no essencial, o conhecido de qualquer 500, em termos de habitabilidade ou qualidade de construção – neste último caso, a afinação bastante firme da suspensão implica que os ruídos parasitas, sobretudo em mau piso, sejam mais audíveis e apareçam com maior frequência. Mas que importará isso aos verdadeiros apreciadores de um desportivo de raça? Esses, seguramente, darão maior importância ao punho metálico da alavanca de comando da caixa de velocidades, à óptima pedaleira em alumínio (com o posicionamento dos pedais a revelar-se ideal para a execução do “ponta-rtaxão”), ao primoroso volante ou às excelentes bacquets Sabelt revestidas a couro e Alcantara, com costuras vermelhas e o logo 595 bordado, também a vermelho, nas costas (já o banco traseiro, rebatível em duas partes simétricas, é integralmente forrado a couro).

As baquets Sabelt, forradas a couro e Alcantara, também não deixam dúvidas quanto à filosofia e às pretensões deste “venenoso” escorpião

A posição de condução é correcta e acolhedora, permitindo uma boa visualização da instrumentação, que conta com um mostrador adicional à esquerda, sob o painel de instrumentos, que informa acerca da pressão do turbo e exibe o logo Sport sempre que este modo, que torna a resposta do motor mais reactiva, é seleccionado – o que é acompanhado, no painel de instrumentos, pela substituição da escala do “Eco Índex” pela da percentagem do acelerador utilizada. Rodada a chave na ignição, o motor acorda com uma sonoridade rouca e entusiasmante, tanto ou mais encantadora e estimulante do que a emanada pelo mais exclusivo e oneroso 695 Biposto de 190 cv.

Com uma resposta sempre franca e pronta em qualquer situação, e bem coadjuvado por uma caixa manual de cinco velocidades bem escalonada, e de comando muito rápido e preciso, o 1.4 T-Jet de 180 cv faz deste Abarth um pequeno foguete, capaz de cumprir os 0-100 km/h em menos de sete segundos, e de alcançar 225 km/h de velocidade máxima. Melhor garante-lhe também reprises de excelente nível, que contribuem de forma decisiva para o seu notável desempenho em traçados mais sinuosos, aqueles em que verdadeiramente brilha ao mais alto nível.

O motor explosivo, as dimensões contidas, o peso reduzido e o châssis muito bem afinado tornam a condução do 595 Competizione um verdadeiro prazer, tanto maior quando mais elevado for o ritmo imposto e sinuoso o traçado percorrido

Porque é então que se pode tirar partido (quase) pleno de todo o “pulmão” do motor, de um comprimento inferior a quatro metros, de uma curta distância entre eixos de 2,3 metros, de um peso pouco superior à tonelada. E ainda da evoluída e muito bem afinada suspensão (que chega a surpreender pelo conforto que ainda consegue oferecer, mesmo em piso degradado), dos excelentes pneus Pirelli PZero, do potente e incansável sistema de travagem, da direcção bastante directa e bem assistida, e do sistema electrónico TTC, que simula o efeito de um autoblocante electrónico e ajuda a controlar os excessos de optimismo. Com uma agilidade notável, o 595 Competizione é capaz de devorar curvas com uma facilidade, e a um ritmo, impressionantes, sendo mesmo fantástico em troços mais retorcidos revestidos por alcatrão seco e bem conservado. Com uma motricidade soberba, e mostrabdo-se tão preciso quanto reactivo, o 595 Competizione peca apenas, no plano dinâmico, por não permitir desligar o controlo de estabilidade, o que acaba por impedir que se tire ainda maior e melhor partido da sua agilidade, condicionando a sua eficácia e, o que não é de somenos, o gozo ainda maior que poderia proporcionar ao volante.

Contas feitas, atendendo às prestações permitidas, à eficácia exibida e ao gozo proporcionado, o Abarth 595 Competizione acaba por até nem ser assim tão caro, tendo em conta as verbas que, por norma, é preciso desembolsar para aceder a um modelo que ofereça os mesmos predicados. Os consumos, esses, não são, propriamente, frugais a ritmos mais empenhados, mas também não fogem ao que se esperaria (rondarão os 13,0 l/100 km quando se pretenda do motor tirar o que este tem para oferecer), e até são relativamente contidos a velocidades moderadas e estabilizadas – pior é, quando se anda a fundo, lidar com a reduzida autonomia proporcionada por um depósito com apenas 35 litros de capacidade.

Graças ao sistema de escape Record Monza, a sonoridade emitida pelo motor é um verdadeiro encanto para os ouvidos, ajudando a enriquecer a experiência de condução