ACAP prevê crescimento de 11% nas vendas de automóveis em 2015
A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) apresentou hoje as suas previsões para o sector automóvel em Portugal, apontando para um aumento esperado na venda de veículos na ordem dos 11%. Ao mesmo tempo, em ano de eleições legislativas, a associação vai reunir-se com os diversos partidos políticos no sentido de fazer ressurgir o incentivo ao abate sobre veículos em fim de vida num formato mais abrangente do que o recentemente introduzido com a política da Fiscalidade Verde.
Em conferência de imprensa, que se realizou hoje na sede da ACAP, os responsáveis da associação destacaram o ligeiro aumento na comercialização de veículos novos no nosso país em 2014, num crescimento de 36,1% face ao ano anterior. Apesar desse registo favorável para o sector, a ACAP enaltece, no entanto, que o mercado em 2014 ficou 32% abaixo da média dos últimos quinze anos (253 619 unidades), espelhando desta forma a gravidade da descida verificada em 2012 e, em menor escala, em 2013.
Assim, dos 172 390 automóveis vendidos no nosso país em 2014, os veículos ligeiros de passageiros representaram a maior fatia, com 142 826 unidades comercializadas. Os veículos comerciais ligeiros contribuíram com 26 166 unidades vendidas e os pesados com 3365 veículos comercializados. Apesar de um aumento genérico das vendas nos três grupos em análise, a comparação com os anos pré-crise revelam que só agora o sector automóvel em Portugal começa a sentir a retoma. Tendo por base o ano de 2008, último antes dos efeitos da crise se generalizarem a nível europeu, as vendas de automóveis ligeiros de passageiros em Portugal ascenderam a 213 294, o que comparativamente com as 142 mil unidades vendidas em 2014 revelam um decréscimo de 33%.
Para 2015 a previsão vai no sentido da manutenção do ritmo de crescimento, mesmo que ligeiro, sendo apontada uma comercialização de veículos na ordem das 187 mil unidades, representando uma subida global de 11% (aumento de 10% nos ligeiros de passageiros e de 15% nos comerciais). Para 2016 as previsões são menos optimistas, com a ACAP a indicar um aumento global de apenas 5%, para um total de 197 000 unidades.
Sector fundamental para o Estado
A Associação Automóvel de Portugal realçou ainda o peso que o sector automóvel representa para os cofres do Estado, com a receita do ISV (Imposto Sobre Veículos) a aumentar em 32% no ano passado face a 2013, obtendo um total de 466 milhões de euros. Para 2015, as previsões do Estado apontam no sentido de novo crescimento, agora na ordem dos 20,2%, para os 560 milhões de euros.
Quanto ao sector da indústria automóvel em Portugal, a ACAP salienta o seu papel como principal força exportadora do país, com uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 88,3%, numa taxa de exportações por sector superior à média nacional.
Por último, a ACAP revelou o seu plano de acção para o presente ano, que se perspectiva de alterações políticas. Face a isso, os responsáveis da associação, com o seu presidente Jorge Rosa à cabeça, preparam uma ronda de encontros com os diversos partidos políticos para debater a estabilidade fiscal para o sector automóvel nacional e, também o regresso de um programa de incentivo ao abate de veículos em fim de vida em moldes mais abrangentes, semelhante ao que em Espanha se faz com o plano PIVE. Outro objectivo passa pela criação de um grupo de trabalho interministerial para reformular o processo de legalização automóvel que neste momento é repartido por três ministérios, dificultando a obtenção de estatísticas e também o próprio processo de venda.
