Al-Attiyah vence com portugueses em destaque
Ao volante de um Mini All4 Racing, Nasser Al-Attiyah começou o Dakar verdadeiramente intratável. Depois de ter ganho a primeira etapa e, posteriormente, ter caído para sétimo devido a uma penalização de dois minutos por excesso de velocidade, o qatari venceu a especial mais longa da prova. Entre Villa Carlos Paz e San Juan, Al-Attiyah foi o mais rápido nos 518 km do sector selectivo e deixou Giniel De Villiers e Bernhard Ten Brinke, na segunda e terceira posições, respectivamente. Os dois pilotos da Toyota ficaram a 8m30s e a 10m04s do vencedor.
Com este resultado, Al-Attiyah assumiu o comando do Dakar e dispõe de uma vantagem de quase oito minutos para o segundo, De Villiers. Orlando Terranova, que hoje partiu para a especial como líder, não foi além do décimo tempo e ocupa a mesma posição na classificação geral. O argentino perdeu-se e acabou por capotar o Mini já quase no final do sector. Quem está à sua frente é o português, Carlos Sousa. Ao volante de um Mitsubishi ASX inscrito pela Mitsubishi Brasil, perdeu 21 minutos ao longo dos 518 km de especial para Al-Attiyah para terminar com a nona marca da jornada. Com este resultado, já está dentro dos dez primeiros.
“Não cometemos erros e isso fez a diferença, pois os primeiros colocados estavam bem perdidos. A parte final tinha muitos saltos e andamos bastante forte”, afirmou Sousa.
Ricardo Leal dos Santos mantém a progressão na estreia com a Nissan Navara. Hoje foi o 29º melhor e conseguiu manter a 26ª posição na classificação. No final, o piloto estava feliz por ter superado as dificuldades da etapa e os problemas que surgiram no carro. “Fruto duma ventoinha que deixou de funcionar, o motor da nossa Nissan começou a aquecer de forma peocupante. Com uma temperatura exterior elevadíssima e um fesh fesh mesmo propício para atascar, fomos forçados a fazer uma gestão muito cautelosa do nosso andamento”, afirmou. Filipe Palmeiro, que navega Boris Garafulic, está em 18º.
Os Peugeot estão a sentir tremendas dificuldades nos troços rápidos que a organização definiu para o início do Dakar. Carlos Sainz voltou a ser o melhor dos três 2008 DKR mas não conseguiu ir além do oitavo registo, a 20m26s de Al-Attiyah. Stéphane Peterhansel chegou com o 17º tempo e já está a mais de uma hora do líder. Ao francês aconteceu-lhe algo que é muito raro: perdeu-se. Já Despres continua a adaptação aos automóveis e não consegue acompanhar os da frente. Hoje foi 25º.
Portugueses dominam pódio nas motos
Nas duas rodas, os portugueses estão em destaque. O vencedor do dia foi o espanhol, Joan Barreda Bort. Mas se o colega de Gonçalves e Rodrigues na Honda foi o mais rápido na longa tirada do dia, os pilotos lusos dominaram o pódio da etapa, com o segundo lugar para Gonçalves e o terceiro para Ruben Faria. Com estes resultados, os dois estão nessas mesmas posições da classificação geral. E se o algarvio da KTM está a mais de dez minutos de Barreda Bort, o melhor português perde apenas 4m37s para o líder.
Para Gonçalves, as dificuldades no Dakar atingiram um nível que nunca tinha sentido. “Penso que esta foi a especial do Dakar que alguma vez fiz. Os primeiros 200 km eram em montanha, com muita pedra. De repente, mudámos para areia e fesh-fesh. Tudo sempre com temperaturas altíssimas”, explicou o piloto português.
Hélder Rodrigues, por sua vez, terminou a etapa em sétimo e está em oitavo. Em crescendo esteve Mário Patrão. Depois de ontem ter ficado sem travões e não ter ido além da 57ª posição, hoje fez o 31º melhor tempo e já subiu ao 35º posto.
O vencedor de 2014, Marc Coma, está a adoptar uma postura mais calculista neste início de competição. No início da etapa andou bem mas acabou por sofrer desgaste prematuro do pneu traseiro na sua KTM e perdeu bastante tempo nos últimos 60 km. Hoje foi oitavo e, para já, é apenas sexto na geral. Quem teve um dia para esquecer foi o mais rápido da véspera, Sam Sunderland. Primeira na pista, o britânico da KTM sentiu enormes dificuldades e andou duas horas perdido. O resultado foi um desmoralizador 72º tempo e o adeus à ambição de vencer o Dakar deste ano.
