Alfa Romeo Giulietta 2.0 JTDM-2 150cv Exclusive
Alfa Romeo
Giulietta
2.0 JTDM-2 150cv Exclusive
2014
Familiares compactos
5
Dianteira
2.0 Diesel
150/3750
210
8,8
110
33 000/33 300
Comportamento dinâmico, Desempenho do motor, Imagem, Relação preço/equipamento
Espaço no banco traseiro, Posição de condução perfectível
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 182 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 8,8 |
0-400 m | 16,4 |
0-1000 m | 30,2 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 4,6 |
Em 4ª | 5,5 |
Em 5ª | 7,2 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 6,1 |
Em 5ª | 7,3 |
Em 6ª | 9,5 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 35,9 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 3,8 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 4,2 |
Cidade | 6,2 |
Média ponderada (*) | 5,32 |
Autonomia média ponderada (km) | 1128 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1420 |
Largura atrás | 1330 |
Comprimento à frente | 1110 |
Comprimento atrás | 670 |
Altura à frente | 1030 |
Altura atrás | 850 |
Os anos 90 do século passado não foram particularmente animadores para a Alfa Romeo, tendo-se destacado pela oferta de alguns produtos incapazes de vingar no mercado, fruto da falta de argumentos perante os rivais directo, a que ainda se associava uma imagem de falta de fiabilidade e robustez. No caso do segmento dos familiares compactos, falamos dos Alfa Romeo 145 e 146, pois é provável que o leitor nem se lembre dos mesmos, tendo em conta que nem a própria faz grande questão de os relembrar.
Foi a partir desta imagem negativa que a Casa de Arese lançou um dos mais belos automóveis dos últimos, o 156, que mais tarde gerou o arrebatador 147, sucessor do 145 e 146.
Além de um desenho sublime, o 147 marcou, para a Alfa Romeo, uma viragem neste segmento, pela sua elevada qualidade de construção, recheio de equipamento, comportamento dinâmico e desempenho de alguns motores, o que colocava numa luta com os automóveis premium da época. Não foi, portanto, de estranhar o elevado sucesso alcançado pelo 147. Talvez por isso, e por alguma falta de capacidade financeira para investir, o seu ciclo acabou por ser mais extenso que o esperado. A partir daqui, gerou-se um grande expectativa sobre o sucessor do 147, que recebeu um nome com história na marca, e foi apresentado em 2010. Tal como aconteceu com o 147, o Giulietta logo cativou pelas linhas muito bem trabalhadas e acima da média para o segmento. Era, pelo menos visualmente, um automóvel especial. Na prática não era só isso, sendo bastante competente em diversos capítulos.
Mas o Mundo não para e o Giulietta rapidamente começou a perder alguns argumentos perante a concorrência, nomeadamente no recheio tecnológico, que tem, hoje em dia, um peso enorme nas preferências dos consumidores. E foi aqui, precisamente, que Alfa Romeo mais decidiu mexer no seu familiar compacto. Não é preciso ser-se um entendido na gama do modelo italiano para se aperceber da presença no novo ecrã táctil de 6,5”, colocado no centro do tablier, que oferece sistema de navegação 3D, ligação bluetooth e todos aqueles artefactos a que todos começamos a ficar habituados.É indiscutível que o Giulietta oferece agora, de facto, um sistema multimédia bastante mais evoluído que o anterior, mas o problema é que isto acarretou o desaparecimento de uns belos botões e um auto-rádio de desenho perfeitamente integrado com o resto do habitáculo. Ainda que o sistema multimédia funcione bem e ofereça tudo o que precisamos, acho que não compensa aquilo que se perdeu em termos de ambiente interior.
Para compensar isso, eventualmente, surgiu um novo volante, bastante mais agradável visualmente que o anterior, que era o ponto menos conseguido do habitáculo do Alfa Romeo Giulietta. Ainda assim, como seria de esperar, a posição de condução não evoluiu, continuando a ser perfectível, pela colocação demasiado elevada do banco do condutor e pelo excessivo apoio lombar do mesmo. Atrás, continua a haver pouco espaço em altura, pelo facto da linha do tejadilho ser demasiado descente, o que prejudica, igualmente, o acesso ao banco posterior. O estilo prevalece sobre a versatilidade, no fundo.
A carroçaria apresenta, também ela, algumas diferenças, apresentadas pela nova grelha dianteira e pelo rebordo dos faróis dianteiros, que é o mesmo que dizer que apenas os especialistas no anterior modelo conseguem descortinar as mudanças. Mas o resultado continua a ser muito bom e isso é que, na realidade, mais interessa.
Invísel a olho nú é a alteração mecânica que se esconde sob o capot, por intermédio do revisto 2.0 JTDM-2, que ganhou 10 cv, mas, acima de tudo, muito maior refinamento e linearidade. Face à anterior versão de 140 cv, vibra de forma bastante menos notória e está nitidamente mais silencioso, colocando-se agora como um dos melhores da classe neste capítulo. Igualmente de destacar é a sua disponibilidade nos baixos regimes, que torna menos frequente o recurso à precisa caixa manual de seis velocidades. Olhando para a nossa tabela de medições, vemos que os valores obtidos nas recuperações são bastante bons para a potência debitada, não acontecendo o mesmo com as acelerações por não ser possível desabilitar a acção do controlo de tracção.
Notáveis são, sem dúvidas, os consumos por nós aferidos, que o colocam entre os melhores da classe. Seja qual for a situação, o motor 2.0 Diesel de 150 cv é bastante frugal, oferecendo, graças também ao depósito de combustível com 60 litros de capacidade, uma autonomia superior a 1000 quilómetros.
Com um motor de enorme pulmão, o condutor acaba por ser facilmente impelido a adoptar uma condução um pouco mais aguerrida, sendo que agora, pela primeira vez, o sistema DNA faz realmente sentido, por ter deixado de haver aquele enorme fosso entre as posição “N” e “D”, que passavam da letargia ao nervosismo exacerbado. Seja em modo Normal ou Dynamic, o Giulietta é sempre um automóvel com um chassis extremamente preciso e aculitante, capaz de tornar a condução bastante divertida, ainda que a impossibilidade de desactivar o controlo electrónico de estabilidade castre um pouco a diversão. É pena, de facto, que, aqui, a preocupação com a segurança se sobreponha ao Cuore Sportivo.
Extremamente competitivo é também posicionamento comercial desta 2.0 JTDM-2 150cv Exclusive. Por 33 000 euros, oferece uma lista de equipamento bem recheada, associada a um dos melhores motores da classe. A isto há ainda a juntar uma imagem sem paralelo na concorrência. Um negócio muito apelativo, portanto.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1956 |
Diâmetro x curso (mm) | 83,0×90,4 |
Taxa de compressão | 16,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 150/3750 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 320/1500 (380/1750 em Dynamic) |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbocompressor+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4350/1800/1465 |
Distância entre eixos (mm) | 2635 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1555/1555 |
Jantes – pneus | 7 1/2Jx17″ – 225/45 (Continental SportContact 5) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1320 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 8,80 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 350-1045/60 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 10,9 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (283) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (268) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Eixo de torção |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 35 000 km ou 24 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Assistente aos arranques em subida
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Bancos dianteiros com regulação em altura e regulação eléctrica do apoio lombar
Banco rebatível 60/40
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Ecrã táctil de 6,5″ com sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooth+USB+Aux
Vidros eléctricos FR/TR
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatimento eléctrico
Sensores traseiros de estacionamento
Sensor de luz e chuva
Cruise-control
Jantes de liga leve de 17″
Kit anti-furo
Sensores dianteiros de estacionamento (€300)