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Ambiente são, economia sã

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Ambiente são, economia sã

O esforço para proteger os ecossistemas, preservar e até melhorar a qualidade do ar, dos solos, e das águas de superfície e subterrâneas é hoje considerado, pelas mais avançadas, desenvolvidas e modernas sociedades, como algo de basilar para sustentar e desenvolver a economia e a riqueza das nações. Tratar a evolução dos indicadores ambientais ao mesmo nível e com o mesmo rigor dos indicadores económicos pode ser, e é-o certamente, uma inteligente e adequada maneira de potenciar os factores da produção e a riqueza social.

Não basta querer que as coisas corram em determinado sentido, legislar e estabelecer molduras de causa efeito. É preciso, para além de olhar, ver e perceber as partes e o todo e sobretudo compreender, pela rigorosa monitorização dos indicadores, qual a sua adequação, as fronteiras, as relações, as tendências e perceber os porquês. Planear, fazer, medir e corrigir é extremamente importante, mas ainda não chega. É preciso que a observação e os reportes não sejam castradores, antes sim geradores de conhecimento, e quando adequadamente integrados, farão parte de um todo gerador de um bem maior.

Quanta informação valiosíssima, gerada por técnicos especializados, não se perde por incapacidade de observação, integração e validação. Quantos recursos não são desperdiçados, quantos pareceres não são principescamente pagos para produzirem e dizerem a alguém aquilo que outro já havia produzido mas não tinha sido observado.

Focar a implementação de programas e iniciativas que ajudam a proteger o ambiente, no seu sentido mais lato, em prioridades de médio e longo prazo e em estreita ligação aos objectivos económicos e sociais é importantíssimo. Contudo, para que tal se consiga, é necessário garantir a qualidade dos dados, macro e micro, disponibilizados.

Garantir a posse de boa informação e cruzá-la com os outros sectores, outras actividades, outros países ou regiões é estar activo na persecução do progresso e exige um inabalável esforço na definição, na implementação, no cumprimento e no controlo, obrigando-se a processos simples, dinâmicos, robustos e transparentes. Em minha opinião, o cumprimento rigoroso destes princípios já será capaz de alavancar os benefícios do todo, obrigando as excepções a salvaguardar a sua existência numa permanente procura de conhecimento, competência e competitividade.

Uma visão tem que ser suportada por estratégias que se encaixem na transversalidade de uma sociedade e a sua implementação terá que marcar o caminho que acrescente valor, e, por isso, estas estratégias terão que ser integradoras e integrantes, abrangentes e abrangíveis, ser aprovadas como resultado de debates de conhecimento e validadas pela sua integração nas políticas económicas, ambientaise sociais, o que consequentemente, ajudará à concretização sustentável do desenvolvimento económico.

Um País, uma actividade ou uma empresa, que consiga desenhar e implementar as medidas adequadas para o ambiente, e que seja intransigente no seu cumprimento, reflectindo-o e medindo-o com ajustados indicadores, irá perceber a causa efeito e concluir do benefício para a sociedade onde está inserida, através da minimização dos riscos ambientais, mas sobretudo da melhor qualidade de vida proporcionada pela preservação dos recursos.

Em conclusão, não será difícil perceber que, o incremento das competências, do planeamento estratégico e da gestão responsável, hão-de permitir uma melhor performance na preservação dos recursos naturais, diminuição de resíduos produzidos, melhor qualidade do ar, do solo e da água e protecção da biodiversidade.

É, portanto, necessário ser célere a implementar as medidas decretadas e adequadas, ter meios e competências para fiscalizar e monitorizar, que a justiça funcione atempadamente, que se faça alarido também dos bons exemplos, dos contributos extraordinários, que se puna e se premeie, que se motive, que se reconheça, que se valorize.

A dúvida pode ser se existe falta de competências ou competências desaproveitadas? Se os organismos estão sobre ou subdimensionados para o desempenho das suas competências? Etc. Uma coisa é certa, a afectação dos recursos tem que ser criteriosamente feita e em linha com a identificação das necessidades, as funções têm de ser entendíveis e bem definidas. Caso contrário não funcionará. Mais vale um recurso esclarecido, preparado e motivado que muitos apenas preocupados em cumprir o horário.

Na minha opinião, sem um ambiente são, não existe uma economia sã.

Aníbal Vicente
Gerente da Sogilub

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