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Ao volante da nova Peugeot 308 SW. Já em Portugal desde €27 000

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Ao volante da nova Peugeot 308 SW. Já em Portugal desde €27 000

Mais um momento importante para a filial portuguesa da Peugeot: o lançamento no mercado nacional da nova 308 SW, cuja comercialização arranca já no início de Maio, o que levou a casa francesa a proporcionar à imprensa lusa um primeiro contacto dinâmico com a sua mais recente criação. Cerca de seis meses após a chegada da nova geração do familiar compacto francês, então na variante berlina, a gama completa-se com a versão carrinha, por sinal bastante importante para a marca do leão, já que é, por tradição, a mais vendida, e por larga margem, da família, o que se espera venha a ocorrer também na novel geração – algo que, de algum modo, contraria a actual tendência do mercado, em que as carrinhas tendem a assumir cada vez menos peso nesta classe.

Também por isto, mantém-se intacta e intocada a estratégia do construtor de Sochaux, de fazer assentar os seus resultados comerciais num bom desempenho em vários dos segmentos em que concorre. No caso português, tal é particularmente evidente quando, actualmente, 208, 2008 e 3008 são os modelos mais vendidos dos respectivos segmentos, sendo, por isso, naturais as expectativas de que o mesmo venha a acontecer com a nova 308 SW.

Anunciado como o modelo mais premium da sua classe, entre os oriundos dos fabricantes ditos generalistas, a nova 308 SW assume, sem pejo, o seu parentesco com o 308 de dois volumes e meio e cinco portas, com o mesmo partilhando a filosofia de produto, a generalidade das soluções mecânicas e, até, a estrutura de gama, tanto em termos de motores como de níveis de equipamento. A maior parte das respectivas características são, pois, comuns a ambos, residindo a principal diferença entre eles, como não poderia deixar de ser, na secção traseira.

O que é, desde logo, particularmente evidente no plano estilístico. Mantendo um visual expressivo e dinâmico, acentuado por um perfil desportivo, a 308 SW distingue-se pela sofisticada secção traseira, que se integra na perfeição nas linhas do modelo, e em que pontificam os farolins por LED com as “inevitáveis” três garras, acabando por lhe conferir um carácter muito próprio e bastante apelativo. Segundo a Peugeot, a principal preocupação da equipa de design foi o apuro aerodinâmico, e os valores anunciados neste particular parecem confirmar isso mesmo: Cx de 0,277 e SCx de 0,618.

Ainda no que à estética diz respeito, duas notas. A primeira é de que, tal como na berlina, pese embora todas as versões contem iluminação exterior integralmente por LED, nos níveis de equipamento e acabamentos de topo, GT e GT Pack, as ópticas dianteiras são ainda mais finas e do tipo LED Matrix. A segunda é que, na 308 SW, não está disponível a característica cor exterior verde de lançamento da berlina 308, e desta exclusiva, sendo a mesmo contraposta por um um não menos marcante “Azul Avatar”, propositadamente criado para o lançamento da carrinha, e desta exclusivo.

Assente na plataforma modular multienergias EMP2, o que lhe permite propor motorizações híbridas plug-in, a gasolina e Diesel, a nova 308 SW promete oferecer ganhos significativos em termos de funcionalidade e versatilidade, inclusive face à sua anterior geração, até por ser 60 mm mais comprida (4636 mm) e 55 mm maior entre eixos (2732 mm), sendo a altura inferior em 20 mm (1444 mm), ao passo que se manteve inalterada a largura quer da carroçaria (1822), quer das vias dianteira (1559 mm) e traseira (1553 mm). Ainda assim, e não obstante a evolução face à sua predecessora, neste domínio, ser inequívoca, a verdade é que a habitabilidade traseira não deslumbra, do mesmo modo que o acesso aos lugares posteriores também não é brilhante.

Quanto à bagageira, oferece entre 608-1634 litros nas versões equipadas com motores térmicos, e entre 548-1547 litros nas variantes híbridas plug-in, por ser sob o respectivo piso, e sob o banco traseiro, que está instalada a bateria de alta tensão. Dignos de menção, o rebatimento do banco traseiro na proporção 40/20/40, passível de efectuar a partir da própria mala, e o portão traseiro motorizado.

Já no habitáculo, em que é notória a aposta numa qualidade de construção e materiais de elevado nível, espaços de arrumação para pequenos objectos é o que não falta. A decoração e a ergonomia também estão em bom plano, assim como a tecnologia a bordo, com destaque para a iluminação ambiente por LED com oito cores elegíveis pelo utilizador, e, sobretudo, para o sistema de infoentretenimento Peugeot i-Connect Advanced, com ecrã de alta resolução de 10” personalizável, ambiente de utilização idêntico ao de um smartphone, quatro ligações USB-C, ligações wireless para espelhar o ecrã do smartphone, ligação simultânea de dois telefones via Bluetooth, i-toggles em substituição dos comandos físicos da climatização, e actualizações remotas.

Quanto ao posto de condução, os sentimentos são mais contraditórios. Convencem os bancos; o volante de dimensões mínimas, com sensores para detecção das mãos do condutor (aquecido em opção); e o sofisticado e muito completo painel de instrumentos digital, com ecrã de 10” personalizável e efeito 3D. Pena é que mesmo a mais recente evolução do conceito i-Cockpit continue a ser caracterizada por uma posição relativa entre o banco e o painel de instrumentos que impede os condutores de estatura mediana, ou abaixo dela, se visualizarem devidamente a instrumentação sem, artificialmente, elevarem o banco e/ou baixarem a coluna de direcção…

Trunfo de peso é o conceito “Power of Choice”, que permite escolher entre duas motorizações a gasolina (1.2 PureTech de 110 cv ou 130 cv, em ambos os casos com caixa manual de seis velocidades de série, estando a caixa automática de oito relações disponível, em opção, para a mais potente), uma a gasóleo (1.5 BlueHDI de 130 cv, com caixa manual de seis velocidades de série, e caixa automática de oito velocidades em opção) e duas híbridas plug-in – a que se juntará, em 2023, a declinação 100% eléctrica da 308 SW. Todas as versões são de tracção dianteira, partilhando as electrificadas o motor eléctrico de 110 cv, a bateria de iões de lítio com 12,4 kWh de capacidade, a autonomia de 60 km no ciclo WLTP e o carregador de bordo de 3,7 kW (sendo opcional o de opção 7,4 kW. Uma carga completa da bateria demora 1h40m numa Wall Box a 32 A com carregador de 7,4 kW; 3h50m numa tomada reforçada a 16 A; ou 7h05m numa vulgar ligação doméstica a 8 A.

A diferença entre as duas opções híbridas assenta, pois, no motor térmico a que recorrem. Na 308 SW Hybrid 225 cv e-EAT8, este oferece 180 cv, para um rendimento combinado de 225 cv e 360 Nm, 7,6 segundos nos 0-100 km/h e 235 km/h de velocidade máxima; ao passo que na 308 SW Hybrid 180 cv e-EAT8 debita 150 cv, para um rendimento combinado de 180 cv e 360 Nm, 7,7 segundos nos 0-100 km/h e 225 km/h de velocidade máxima.

Uma palavra, também, para o amplo leque de sistema avançados de assistência à condução que a 308 SW pode incluir. Brevemente disponível, o pack Drive Assist 2.0 inclui cruise control adaptativo com função stop&Go (só com caixa automática EAT8), assistência activa à manutenção na faixa de rodagem, mudança semiautomática de faixa, recomendação antecipada da velocidade e adaptação da velocidade em curva. Havendo ainda que contar, neste domínio, com o cruise control adaptativo com função 30 km/h (versões de caixa manual) e distância ajustável para o veículo da frente; a travagem autónoma de emergência com detecção de peões e ciclistas (de dia e à noite, dos 7-140 km/h) e alerta de colisão frontal; o alerta de atenção do condutor; o assistente de máximos; o sistema de reconhecimento de sinais de trânsito (Stop, sentido proibido, início e fim de proibição de ultrapassagem e limite de velocidade, entre outros); a monitorização do ângulo morto de longo alcance (75 metros); o alerta de tráfego pela traseira; a câmara de estacionamento alta de 180º de alta definição, com esguicho de limpeza integrado; e o assistente de estacionamento de 360º, através de quatro câmaras.

Para a primeira experiência de condução dos jornalistas portugueses ao volante da nova 308 SW, a Peugeot elegeu a mais poderosa das variantes híbridas plug-in. Mesmo num percurso de pouco mais de uma centena de quilómetros, foi possível comprovar que a autonomia de 60 km em modo totalmente eléctrico é facilmente alcançável, sendo previsível que, em cidade, não seja difícil percorrer cerca de 70 km sem recorrer ao moto a gasolina, sobretudo se se praticar uma condução cuidada e tirar bom partido da posição “B” da transmissão, que aumenta a regeneração de energia em desaceleração.

A motorização da 308 SW Hybrid 225 convence, igualmente, pelo funcionamento muito suave, e pela resposta ao acelerador sempre pronta e intensa, mas progressiva, garantindo uma condução fácil e agradável numa toada familiar, até porque a intervenção do sistema start/stop quase não se faz sentir, e o conforto de marcha é muito elevado. Só que, com 225 cv e 360 Nm sob o pé direito, nem sempre é fácil sendo resistir à tentação de impor um ritmo mais intenso, em que vêm ao de cima as acelerações e reprises, igualmente, de bom nível (e mais ainda no modo de condução Desportivo), e um comportamento dinâmico que não fará deste automóvel um desportivo, mas permite-lhe ser um familiar bastante rápido e muito competente.

O aumento da rigidez estrutural e a óptima afinação da suspensão garantem que o veículo lida bem com os seus quase 1700 kg peso, impostos pela bateria alta tensão, e traduzem-se num binómio conforto/eficácia de referência, em que a boa capacidade para absorver as irregularidades não prejudica o excelente controlo dos movimentos da carroçaria.  Muito reactivo, e obedecendo de forma imediata às instruções de uma direcção directa e precisa, a 308 SW Hybrid 225 e ágil em curva e estável em linha recta, oferecendo uma condução muito fluída, que chega a ser divertida, entusiasmante até, tanto mais que as correcções que seja necessário efectuar nos limites são fáceis de antecipar aplicar. Uma palavra, ainda, para a caixa de velocidades muito suave e suficientemente rápida, e para o progresso registado ao nível do isolamento do ruído e das vibrações.

Quanto a preços, e devido a um diferencial de €1100 para a berlina, a 308 SW 1.2 PureTech de 110 cv custa €27 000 com o nível de equipamento Active Pack. A 308 SW 1.2 PureTech de 130 cv custa €27 800 com o nível Active Pack, €30 220 com o nível Allure (€32 120 com caixa automática); €31 120 com o nível Allure Pack (€33 020 com caixa automática); €35 470 com o nível GT (só com caixa automática); e €37 520 com o nível GT Pack (só com caixa automática).

Passando à versão Diesel, a 308 SW 1.5 BlueHDI custa €31 100 com o nível Active Pack; €33 500 com o nível Allure (€35 400 com caixa automática); €34 400 com o nível Allure Pack (€36 300 com caixa automática); €38 750 com o nível GT (só com caixa automática); e €40 800 com o nível GT Pack (só com caixa automática).

Por fim, as derivações híbridas. A 308 SW Hybrid 180 custa €39 150 com o nível Active Pack; €41 350 com o nível Allure; €42 250 com o nível Allure Pack; €44 700 com o nível GT; e €46 750 com o nível GT Pack. Ao passo que a 308 SW Hybrid 225 só é proposta com os dois níveis de topo, custando €46 200 com o nível GT, e €48 259 com o nível GT Pack.

De salientar, por fim, que a versão de acesso inclui já, de série, entre outros, sensores de estacionamento traseiros, travagem autónoma de emergência, ar condicionado bizona, ecrã central de 10”, ligação sem fio para smartphones, i-Cockpit com painel de instrumentos digital de 10’’; faróis por LED; e travão de estacionamento eléctrico. O nível Allure adiciona travagem autónoma de emergência nocturna com reconhecimento de peões), sensores de estacionamento dianteiros e câmara de marcha-atrás, assistente de máximos, jantes em liga de 17”, sistema de navegação conectada e ecrã com i-Toggles virtuais e personalizáveis. O nível Allure Pack acrescenta acesso e arranque sem chave, carregamento por indução para smartphones, cruise control adaptativo, monitorização do ângulo morto de longo alcance e alerta de tráfego pela traseira. O nível GT soma grelha dianteira específica em preto envernizada, aplicações cromadas, entradas de ar em preto brilhante, Driver Sport Pack, pára-choques dianteiro e secção lateral inferior da carroçaria alargadas, jantes em liga de 18’’ diamantadas, faróis LED Matrix, e estofos e pele, Alcantara e Knit. Acrescentando o nível GT Pack pack Drive Assist Plus (condução semiautónoma), banco do condutor ergonómico com regulações eléctricas e memória, bancos dianteiros aquecidos e com sistema de massagens, sistema de som Focal e assistente de estacionamento de 360º.

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zyrgon