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Ao volante de todas as versões do novo Peugeot 208

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Ao volante de todas as versões do novo Peugeot 208

A importância do novo 208 para a Peugeot é, desde logo, ilustrada pelo peso que os utilitários têm na sua performance comercial, pelo menos, desde o inesquecível 205, de 1983. E, também, pela representatividade que o segmento tem no mercado europeu, sendo mesmo o mais popular em Portugal, onde assegurou, em 2018, 44% do total das vendas de automóveis novos.

É, compreensível, por isso, o empenho colocado pela marca de Sochaux no lançamento da segunda geração do 208, coincidente, por sinal, com o ano em que a marca comemora 208 anos de vida. Tendo Portugal sido o local eleito pela Peugeot para apresentar à imprensa internacional, ao longo de três semanas, a sua nova coqueluche, num evento que ligou Lisboa à Comporta, e trouxe até nós cerca de 700 jornalistas de 40 países.

Destinado ao segmento mais heterogéneo do mercado, o 208 pretende convencer tanto os jovens, como os que, já o não sendo, querem continuar a sentir-se como tal. A sua aparência exterior comprova-o, com as apelativas linhas da carroçaria a respeitarem a actual orientação estilística da Peugeot, simultaneamente garantindo que o modelo não se confunde com qualquer outro da sua oferta. Cativará tanto os indefectíveis da filosofia de design da Peugeot, como muitos dos que não o são, graças a formas curvilíneas, modernas e dinâmicas, que fazem o 208 parecer mais pequeno do que é na realidade, até porque cresceu em todos os sentidos face ao seu antecessor, exceoto em altura.

Destaque para as ópticas dianteiras integralmente por LED de efeito tridimensional (de série, ou em opção, consoante as versões); para o pára-choques dianteiro com a grelha integrada; para a barra escura que une os farolins; e para o difusor posterior em preto brilhante nas variantes mais equipadas, que pode ser complementado pelas ponteiras de escape cromadas. Nos níveis de equipamento mais desportivos, os alargamentos dos guarda lamas são em preto brilhante, contando as jantes de 17” com inserções personalizáveis que a aerodinâmica e reduzem o peso não suspenso em 3,6 kg.

Pormenores discutíveis, os mencionados alargamentos dos guarda-lamas em preto das versões GT Line e GT, mais ao estilo de SUV/crossover, do que de um pequeno desportivo;  e a área côncava existente nos pilares traseiros, onde surge a inscrição GT Line nos 208 dotados de tal nível de equipamento (ou um “e” na versão eléctrica e-208), mas onde parece faltar algo nas restantes variantes, que aí mais não têm do que chapa.

Com 4050 mm de comprimento, 1750 mm de largura e 1430 mm de altura, o novo 208 é mais comprido 90 mm, mais largo 10 mm e mais baixo 30 mm do que o anterior, mantendo a distância entre eixos de 2540 mm, apesar de recorrer à nova plataforma modular CMP (Common Modular Platform), destinada a todos os utilitários, e respectivos derivativos, do Grupo PSA. Algo que, desde logo, lhe permite oferecer mais espaço para passageiros e bagagens, embora aquém de alguns rivais, como o novo Renault Clio – que, ao ser 48 mm mais largo, 10 mm mais alto e 43 mm maior entre eixos, é mais generoso neste particular, em especial no que respeita ao  espaço para pernas atrás e à capacidade (391 litros, contra 311 litros no 208).

Excepção feita às mais acessíveis versões Like e Active, em que a instrumentação de bordo é convencional, quando se entra no novo 208 o olhar é de imediato captado pela mais recente evolução do célebre i-Cockpit, e, em especial, pelo novo painel de instrumentos digital e personalizável, inspirado nos aviões de caça. Aqui, a informação é projectada em dois planos, o superior em forma de holograma, o que lhe garante um efeito tridimensional e uma fabulosa legibilidade, mesmo para todos os restantes passageiros.

A qualidade de construção melhorou, é notória uma maior quantidade de materiais mais agradáveis à vista e ao tacto, oferecendo o sistema de infoentretenimento ecrãs de 5”, 7” ou 10”, consoante as versões (só a de acesso Like, não presente nesta apresentação, conta com um mais convencional auto-rádio). Com função Mirror Screen (compatível com as ligações Mirror Link, Apple CarPlay e Android Auto), este ecrã está montado sobre uma série de botões de atalho do tipo teclas de piano de belo efeito, os quais, nas versões mais dotadas, são encimados por mais um conjunto de tecla hápticas, que permitem aceder directamente a várias outras funções. Ainda dignos de menção, nas versões de topo, a secção central do tablier com acabamento a imitar fibra de carbono; o compacto volante com secções superior e inferior planas; o revestimento interior do tejadilho em preto; os bancos desportivos; a pedaleira em alumínio; e a iluminação ambiente configurável com oito cores.

A nova plataforma CMP é determinante, também, para a segurança, permitindo ao 208 propor basicamente os mesmos sistemas avançados de assistência à condução disponíveis no topo de gama 508, e em que se incluem, entre outros, o cruise control adaptativo com função Stop&Go; o sistema e estacionamento totalmente automático (só em versões com caixa automática); a travagem automática de emergência com reconhecimento, diurno e nocturno, de peões e ciclistas e alerta de colisão (activo entre os 5 km/h-140 km/h); o assistente à manutenção na faixa de rodagem (activo a partir dos 65 km/h); o sistema de leitura de sinais de trânsito com alerta de velocidade excessiva (já capaz de reconhecer sinais de Stop e de sentido proibido); a monitorização do ângulo morto com correcção da trajetória (activo a partir dos 12 km/h); o alerta de atenção do condutor; e o sensor de luz com assistente de máximos.

A gama de motores combustão é de última geração e já bem conhecida de outros modelos do Grupo PSA, incluindo três opções a gasolina e uma a gasóleo – no primeiro caso, o bloco é sempre o mesmo três cilindros PureTech de 1199 cc, cujo rendimento varia em função de contar, ou não, com sobrealimentação, e de esta ser mais ou menos evoluída. A gama inicia-se com a versão a atmosférica de 75 cv e 111 Nm, com caixa manual de cinco velocidades; segue-se a de 100 cv e 205 Nm (caixa manual de seis velocidades de série, automática em opção, a única do segmento com oito relações); e a de 130 cv e 230 Nm (sempre com caixa automática). A variante a gasóleo, em Portugal sobretudo destinada ao mercado empresarial, devendo assegurar 20%-30% das vendas, recorre ao não menos conhecido turbodiesel 1.6 BlueHDi de 100 cv e 250 Nm, sempre com caixa manual de seis velocidades.

Com a mobilidade eléctrica a ser o tema do momento no sector automóvel, o 208 volta a ter na plataforma CMP um trunfo decisivo nesta matéria, já que a mesma não só contribui para uma maior de todas as versões – por ser 30 kg mais leve do que a anterior plataforma F1, e por contar com uma aerodinâmica aperfeiçoada (fundo plano e tomadas de ar com cortinas controladas electronicamente) e com uma resistência ao rolamento optimizada (pneus de baixo atrito e suspensão com fricção reduzida) –, como garante uma redução do ruídos, vibrações e aspereza e, sobretudo permite pode tanto motores térmicos como eléctricos.

Assim nasceu o e-208, a versão totalmente eléctrica do novo utilitário da Peugeot, desenvolvida com o fito de oferecer os mesmos padrões equipadas com motores de combustão em todos os domínios, da estética ao agrado interior (incluindo o espaço para passageiros e bagagens), passando pelo prazer de condução. Claro que o e-208 conta com vários elementos que o distinguem, visualmente, dos restantes membros da gama, mas de forma discreta: grelha na cor da carroçaria; emblemas do leão dicróicos (parecem mudar de cor consoante o ângulo através do qual são visualizados); logótipo e-208 no portão traseiro; lettering “e” nos pilares traseiros. Além de ser o único 208 a propor o nível de equipamento de topo GT, que inclui, entre outros, bancos parcialmente revestidos a Alcantara e aplicações exclusivas nas jantes de 17”.

Mas o que, realmente, faz aqui a diferença efetivamente é a mecânica. O motor eléctrico de 100 kW (136 cv) e 260 Nm permite cumprir os 0-100 km/h em 8,1 segundos, estando a velocidade electronicamente limitada a 150 km/h. A bateria de iões de lítio, com 50 kWh de capacidade, garante uma autonomia de 340 km no ciclo WLTP (450 km no ciclo NEDC), pelo que, a confirmarem-se os estudos indicam que a maioria dos condutores percorre diariamente menos de 50 km, tal deverá ser suficiente para assegurar as respectivas necessidades de mobilidade com apenas uma recarga semanal.

Para repor a totalidade da carga da bateria, o e-208 necessita de 16h00m numa tomada de corrente doméstica, de 7h30m se ligado a uma Wallbox monofásica de 7,4 kW, e de 5h00m quando ligado a uma Wallbox trifásica de 11 kW. A refrigeração líquida da bateria também permite a utilização de postos de carregamento rápido de alta tensão até 100 kW, bastando, neste caso, 30 minutos para repor 80% da sua capacidade. A garantia da bateria é de oito anos ou 160 mil quilómetros para 70% da respectiva capacidade, procedendo-se automaticamente, e de forma gratuita, à sua substituição, durante este período, sempre que a mesma fica abaixo desse valor – com a Peugeot a emitir um certificado de garantia da capacidade da bateria sempre que o e-208 sujeito à sua revisão anual.

Característica fundamental da bateria é o formato em H, que permitiu distribuir o seu volume de 220 litros ao longo e sob o piso do veículo, e garantir que habitabilidade e capacidade da mala são as mesmas das versões com motor térmico; bem como optimizar a distribuição do peso, para que o desempenho dinâmico seja, também, equivalente – apesar de um aumento do mesmo de cerca de 300 kg. O e-208 também anuncia o melhor conforto térmico classe, garantido por um aquecedor de elevada capacidade (5kW), alimentado pela bateria alta tensão, destinado a pré-aquecer o habitáculo e programável tanto no próprio veículo, como remotamente, através da App My Peuegeot, e pelos bancos aquecidos, disponíveis nas versões mais equipadas.

Em termos de utilização, o e-208 oferece três modos de condução (Eco, Normal e Sport), e dois modos de recuperação de energia (Drive e Brake)), selecionáveis através da alavanca de comando da transmissão – o primeiro proporciona uma regeneração da energia de travagem moderada (proporcionando uma sensação de travão motor semelhante à de um modelo com motor térmico), o segundo garante maior ecfetividade neste particular, bastando levantar o pé do acelerador para a resistência aumentar e, com ela, a desaceleração do veículo e a recuperação energética.

Ao volante do novo 208, primeira nota para o interior, mormente para o i-Cockpit, que a Peugeot afirma ter uma taxa de aprovação esmagadoramente positiva por parte dos seus clientes, e é muito convincente em termos estéticos. Mas continua a dificultar notoriamente a visualização do painel instrumentos, sobretudo aos condutores de estatura inferior à media, pelo que, para obviar tal handicap, é forçoso, ou a baixar excessivamente a coluna de direção (o que deixa o volante demasiado próximo das pernas), ou a elevar o banco, o que implica adoptar uma posição de condução artificialmente elevada.

O novo painel de instrumentos, apesar da sua modernidade, exige alguma habituação, já que a informação surge de forma diferente do habitual, e peca por recorrer a uma moldura suspensa, que lhe confere um ar “flutuante”, e inequivocamente tecnológico, mas é fonte de ruídos parasitas, mesmo em estradas maioritariamente de bom piso, como as utilizadas nesta apresentação. Prova disso mesmo é a ausência de tais ruídos na versão Active de 75 cv, com painel de instrumentos convencional, composto por mostradores analógicos integrados no tablier.

Dinamicamente, sobram elogios para as versões térmicas. Na linha da melhor tradição da escola francesa, o 208 é muito confortável e senhor de um comportamento ágil e eficaz, e até nas versões menos potentes proporciona bons momentos de condução, ainda mais frequentes nas variantes mais potentes e com afinação de châssis mais desportiva. O motor a gasolina confirma o seu funcionamento suave e silencioso, para mais tratando-se de um três cilindros, sendo aqui auxiliado pela evolução registada em termos de insonorização – a versão de 75 cv cumpre com brio a sua tarefa; a variante de 100 cv, porventura a mais equilibrada do novo 208, pela óptima relação que oferece entre prestações e consumos, garante já performances de nível apreciável; a derivação de 130 cv será a mais do agrado dos condutores mais aguerridos, com a caixa automática a revelar-se muito suave e rápida q.b.. A opção Diesel também convence, pelo trabalhar suave e silencioso, pela boa capacidade de resposta a baixo e médio regime, e pela desejável frugalidade.

Como o e-208 só chegará ao mercado dois meses depois das restantes versões, só foi possível conduzir nesta apresentação uma unidade pré-série, e num curto percurso de 15 km. Suficiente, não obstante, para confirmar a esperada capacidade de aceleração de nível superior (é o mais rápido dos 208 nos 0-100 km/h), praticamente constante até ser alcançada a velocidade máxima de 150 km/h. O comportamento continua a ser equilibrado, embora sejam evidentes as diferentes readções do eixo semi-rígido traseiro nas solicitações mais exigentes, devido ao superior peso sobre o mesmo incidente, e pela afinação mais firme da suspensão. Não é difícil antecipar, também, um menor conforto em pisos mais degradado.

Já disponível para encomenda em Portugal em todas as versões, o novo 208 estará oficialmente a partir de 11 de Novembro, chegando o eléctrico e-208 no final do ano. Para o 1.2 PureTech de 75 cv, os preços são de €16 700 com o nível de equipamento Like, e de €17 600 com o nível de equipamento Active. A variante 1.2 Pure Tech de 100 cv custa €18 750 com o nível de equipamento Active; €20 800 com o nível de equipamento Allure (€22 400 com caixa automática); e €22 750 com o nível de equipamento GT Line (€24 350 com caixa automática). Já a versão 1.2 PureTech de 130 cv orça em €23 750 com o nível de equipamento Allure, e em €25 700 com o nível de equipamento GT Line.

A opção Diesel é a única disponibilizada com todos os níveis de equipamento (excepto o GT, exclusivo do e-208), custando €21 650 com o nível de equipamento Like, €22 650 com o nível de equipamento Active, €24 600 com o nível de equipamento Allure e €26 500 com o nível de equipamento GT Line. Por fim, o e-208 custa €32 150 no nível de equipamento Active, €33 350 no nível Allure, €35 250 no nível GT Line e €37 650 no nível GT. Em qualquer dos casos, na fase de lançamento, nestes valores está incluída a oferta da Wallbox de 7,4 kW.

Todos os níveis de equipamento incluem  airbags frontais, laterais e de cortina; ESP; sistema de monitorização da pressão dos pneus; sensor de luz; Pack Safety; cruise control+limitador de velocidade; painel de instrumentos i-Cockpit de 3,5”; ar condicionado; vidros dianteiros eléctricos; banco do condutor regulável em altura; rádio com ecrã táctil de 7’’, seis altifalantes e tomada USB; quatro tomadas de carregamento USB (duas dianteiras e duas traseiras); Bluetooth; sistema de leitura de sinais de trânsito; luzes diurnas por LED; jantes em liga de 16”; aplicações em carbono no tablier; volante multifunções; retrovisores exteriores eléctricos; travão de estacionamento eléctrico; arranque sem chave.

A esta dotação, o nível Allure adiciona sensores de estacionamento traseiros; sensor de chuva; retrovisores exteriores rebatíveis electricamente; retrovisor interior electrocromático; eléctricos nas quatro portas; e bancos em pele e tecido. Já o nível GT Line acrescenta a tudo isto ofaróis integralmente por LED com assistente de máximos; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; câmara de marcha-atrás; jantes em liga de 17”; retrovisor interior electrocromático sem moldura; farolins traseiros escurecidos; grelha frontal específica; iluminação ambiente ajustável; pedaleira em alumínio; volante desportivo em pele; e vidros escurecidos. Com o nível de topo GT a incluir, ainda, sistema de monitorização do ângulo morto; jantes de liga de 17” de desenho específico; grelha frontal específica na cor da carroçaria; acesso e arranque sem chave; bancos em pele e Alcantara com costuras contrastantes; e sistema de infoentretenimento com ecrã táctil de 10” e navegação integrada.

Resta referir que a Peugeot, em Portugal, prevê vender 7000 unidades do novo 208, por forma a reforçar a sua posição no segmento – 10% das quais devendo ser asseguradas pela versão e-208. Neste domínio, está garantido o aumento significativo  da presença da Peugeot já no início do próximo ano, com a chegada do 2008 eléctrico, a e das versões hibridas plug-in do 3008 e do 508, para que, no final do primeiro trimestre de 2020, metade da sua oferta no nosso país esteja já electrificada.

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zyrgon