Audi Q3 2.0 TDI (150 cv) Sport 4×2
Audi
Q3
2.0 TDI (150 cv) Sport 4x2
2015
SUV
5
Dianteira
2.0 Diesel
150/3500-4000
204
9,6
122
42 130/54 135
Qualidade geral, Consumos, Comportamento, Travagem
Preço, Pormenores de equipamento
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 250 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 10,3 |
0-400 m | 17,5 |
0-1000 m | 31,9 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 4ª | 6,9 |
Em 5ª | 10,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 7,7 |
Em 5ª | 9,8 |
Em 6ª | 15,0 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 36,0 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,9 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,7 |
Cidade | 6,5 |
Média ponderada (*) | 6,02 |
Autonomia média ponderada (km) | 1063 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1410 |
Largura atrás | 1380 |
Comprimento à frente | 1110 |
Comprimento atrás | 740 |
Altura à frente | 970 |
Altura atrás | 940 |
Na sua primeira geração, o Q3, não tendo constituído um inêxito, também não foi, propriamente, o maior sucesso de vendas da Audi – pelo menos face ao potencial que, em teoria, uma proposta deste género, e com esta origem, teria para vingar –, para tal tendo contribuído, em parte, alguns problemas de produção na fase de pré-lançamento. Agora, operado que foi o primeiro restyling no SUV compacto da marca dos quatro anéis, que tal questão já se não coloca, e que aumenta, a olhos vistos, um pouco por toda a parte, a procura por SUVs (e, na Europa, muito especialmente por SUVs compactos), o modelo passa a ter todas as condições para assumir um outro protagonismo no seu segmento.
Em Portugal, a versão que reúne maior expectativa de vendas é, naturalmente, a Diesel de acesso à gama, com tracção apenas dianteira – já que, por cá, há quem continue a considerar que 4×4 é sinónimo, não de segurança activa, mas de qualquer outra coisa que nem se percebe bem o que seja, e que se traduz numa penalização agravada dos veículos de transmissão às quatro rodas tanto ao nível fiscal (no caso em apreço, de €2600) como da classe de portagens em que são classificados… Ainda assim, como a maioria também não pretenderá sujeitar o seu SUV a grandes aventuras no fora de estrada, este Q3 2.0 TDI de 150 cv até conta com um elemento que incrementa substancialmente o seu apelo visual e a sua competência dinâmica sobre o asfalto: o pacote S line, a adicionar ao nível de equipamento Sport que caracterizava a unidade ensaiada.
Relativamente à actualização sofrida pelo Q3, pode ser considerada como cirúrgica, mas precisa. Sem alterar em nada a pose do modelo, as ópticas são bi-Xénon e de novo desenho; a chapeleira deixou de ser fixa para passar a contar com um sistema de recolher; e o portão traseira passa a contar com abertura e fecho eléctricos. Menos visível, mas mais importante, o progresso registado no domínio dos motores (no caso concreto, o 2.0 TDI, anteriormente com 143 cv, passa a ser disponibilizado na sua mais evoluída derivação de 150 cv com a fórmula Ultra – sinónimo de consumos e emissões optimizados) e das suspensões (amortecimento redefinido para incrementar o conforto de marcha).
Subindo a bordo do renovado Q3, desde logo se percebe que o interior pouco ou nada mudou. E ainda bem! Se a habitabilidade é apenas correcta para a classe, o posto de condução continua a ser exemplar, do mesmo modo que a decoração é de irrefutável bom gosto e a qualidade geral absolutamente referencial, como materiais e acabamentos sem rival no segmento. Aproveitando o facto de o portão traseiro ser eléctrico, uma “espreitadela” para a bagageira permite comprovar, por sua vez, mais do que uma capacidade acima da média, o quanto evoluiu a chapeleira tanto a nível da qualidade como prático, bastando agora um movimento para que esta recolha automaticamente.
Novidade relevante deste Q3 2.0 TDI é, igualmente, o motor, devido ao facto de ser a evolução mais recente deste bloco, o que se traduz num ligeiro aumento do rendimento, na optimização da eficiência energética e, não menos importante, no refinamento. Tal atributo, em conjunto com um muito bom isolamento do habitáculo, e mesmo que esta unidade não tenha passado a ser a mais silenciosa do mercado, contribui decisivamente uma elevada qualidade de vida a bordo, pela forma muito eficaz como são filtradas as reduzidas vibrações da unidade motriz, e como a sua presença se tornou muito menos perceptível para os ocupantes, mesmo nas solicitações mais exigentes.
Na prática, este 2.0 TDI começa por revelar-se um bom aliado numa condução em perímetro urbano, mesmo que exigindo algum recurso à caixa de velocidades (de excelente manuseamento) em ritmos mais dinâmicos, garantido uma boa resposta nos baixos e, principalmente, nos médios regimes. Já em estrada e auto-estrada volta a ser a média rotação que mais brilha, uma vez que uma certa falta de “fôlego” a alto regime, em conjunto com o escalonamento um pouco longo das relações mais altas da transmissão, acabam por fazer com que a progressão seja notoriamente mais lenta para lá dos 160 km/h. E isto independentemente de se eleger o perfil Dynamic, Confort ou Efficiency entre os três modos de condução propostos pelo Audi drive select.
Pelo contrário, o que não merece contestação neste propulsor é o seu funcionamento sempre refinado e, acima de tudo, a sua frugalidade. Com um consumo em cidade pouco acima dos 6,0 l/100 km, em estrada e auto-estrada é fácil, praticando uma condução regrada, e não desrespeitando por muito os limites de velocidade vigentes, obter médias inferiores a este valor, em particular a velocidades estabilizadas, o que não deixa de ser notável. E até quando se impõem ritmos mais empenhados o gasto dificilmente supera os 8,0 l/100 km, quedando-me mesmo aquém dos 10,0 l/100 km quando da mecânica se retira tudo o que esta tem para dar, ou seja, não tendo qualquer tipo de consideração pelo pedal da direita.
Mas os atributos dinâmicos deste Q3 2.0 TDI de 150 cv não se quedam pela economia de utilização. Senhor de um châssis evoluído (em que pontificam uma direcção directa, precisa e bem assistida; um eixo dianteiro acutilante e uma suspensão – desportiva, porque integrada no pacote S line – que controla muito bem os movimentos da carroçaria), revela-se um automóvel bastante honesto e previsível, e por isso fácil de conduzir, com as dimensões compactas e o peso contido a contribuírem decisivamente para a elevada agilidade exibida. Agilidade que, pelo seu lado, ajuda a usufruir de alguma diversão ao volante em traçados mais sinuosos, a qual só não é maior porque o controlo de estabilidade, apesar de oferecer os modos Off Road e Off, acaba por não ser completamente desligável, mantendo-se sempre alerta para controlar eventuais excessos de ímpeto por parte do condutor – logo, impedindo que se usufrua, como de outro modo seria possível, da tendência para a traseira deslizar quando devidamente a isso instada.
Nota mais para o conforto, que é sempre de bom nível, inclusive em pisos menos bem conservados, ainda que a evolução que o modelo sofreu neste particular não seja totalmente evidente nesta versão equipada com a tal suspensão desportiva. Por oposição, e menos ainda nesta configuração, o novo Q3 não será a melhor opção para os que pretendam levá-lo por caminhos mais tortuosos: a reduzida altura ao solo, a tracção apenas dianteira e as jantes de 18” com pneus de baixo perfil não o recomendam – o que não o impede, ainda assim, de percorrer estradões de terra ou vias menos bem conservadas, que acabam, por ser, no fundo, os maiores “maus tratos” que a maioria está disposta a infligir aos seus SUVs da nova geração.
Em jeito de balanço, resumo por que, nem sendo adepto do conceito, o novo Audi Q3 2.0 TDI Sport S line de 150 cv tanto acabou por cativar-me. Dispensando-se, por motivos já apontados, eventuais capacidades off-road mais efectivas, convencem-me as linhas muito apelativas, a excelente qualidade do habitáculo, o motor refinado e eonómico, e ainda as dimensões e o peso contidos, que, em conjunto com o evoluído châssis, garantem-lhe um desempenho dinâmico não muito distante de um “ligeiro” tradicional, como o A3. E nem enjeitaria, nesta perspectiva, a inclusão do pack S line, pelo que contribui para o aumento do apelo visual e da eficácia do comportamento.
O principal óbice residirá, assim, no preço: já não sendo dos mais acessíveis do mercado, apresenta como handicap adicional uma lista de equipamento de série algo justa, a que faltam alguns elementos que já vai sendo difícil dispensar nos dias que correm – como, aliás, o comprova a extensa lista de opcionais incluídos na unidade ensaiada.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1968 |
Diâmetro x curso (mm) | 81,0×95,5 |
Taxa de compressão | 16,0:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 150/3500-4000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 340/1750-2800 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbo+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4388/1831/1608 |
Distância entre eixos (mm) | 2578 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1571/1575 |
Jantes – pneus (série) | 7Jx17″ – 235/55 |
Jantes – pneus (instalados) | 7Jx18″ – 235/50 (Bridgestone Dueller HP Sport) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1485 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 9,9 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 460-1365/64 |
Transmissão | |
Tracção | Dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 11,8 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (406) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (406) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Multibraços |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2+2 anos ou 80 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km ou 24 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Assistente aos arranques em subida
Cintos dianteiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Fixações Isofix
Audi drive select
Ar condicionado automático com regulação independente
Computador de bordo
Bancos dianteiros reguláveis em altura
Banco rebatível 60/40
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multi-funções
Auto-rádio com leitor de CD/mp3+entradas USB/Aux
Mãos-livres Bluetooth (telemóvel+áudio)
Vidros eléctricos FR/TR
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos
Faróis de Xénon
Sensor de luz+chuva
Sensores de estacionamento traseiros
Jantes de liga leve de 17”
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Barras de tejadilho cromadas
Portão traseiro de operação eléctrica (€575)
Assistente de máximos (€160)
Audi sonnect (€235)
Audi side assist (€585)
Audi hold assist (€95)
Computador de bordo a cores com recomendação de paragem (€195)
Cruise control (€350)
Pacote desportivo S line (€2275 – inclui: jantes de liga leve 7Jx18″+pneus 235/50; suspensão desportiva S line; logotipo S line sobre as cavas das rodas dianteiras; frisos nas soleiras das portas com logotipo S line+friso adicional em aço inox no rebordo da bagageira; bancos dianteiros desportivos com apoio lombar eléctrico; aplicações S line em alumínio escovado mate)
Estofos em pele tecido com logo S line (opção sem custo)
Faróis em LED (€1275)
Isqueiro+cinzeiro (€35)
Pneu sobressalente de emergência (€75)
Macaco (opção sem custo)
MMI de navegação pus (€1940)
Pacote porta objectos (€215)
Piso da mala reversível (€230)
Preparação para gancho de reboque (€190)
Retrovisor interior electrocromático+sensores de luz/chuva (€330)
Sensores de estacionamento FR/TR+câmara de marcha-atrás (€925)
Sistema de som Bose Surround (€875)
Tecto de abrir eléctrico panorâmico (€1470)